CAPÍTULO 33.

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- Quem será a essa hora? - John disse aos sussurros, levantando-se da cama para atender a porta.

- Atende lá, amor. Vou continuar dormindo! - Rayza disse com os olhos ainda fechados.

Assim que John abriu a porta, não teve nem tempo de cumprimentar quem quer que fosse, Isaac entrou gritando.

- Cadê a minha filha? Cadê? - Indagava atordoado.

- Está dormindo Isaac, volta mais tarde. - John disse apontando para a porta que estava aberta.

- Eu preciso falar com a minha filha agora. RAYZA! - Isaac gritou.

- O que você quer aqui? - Rayza perguntou na ponta do corredor, encarando Isaac com um olhar feroz.

- Minha filha, eu quer...

- Não me chame de filha! - O interrompeu, e ele assentiu.

- Rayza, eu quero te explicar o que realmente aconteceu entre eu e a sua mãe.

- Vai dizer que foi um covarde? Que me abandonou? Que abandonou a minha mãe?

- Esse é o problema, eu não abandonei ninguém.

- Ah é? - Rayza indagou incrédula e deu uma risada sarcástica.

- Por favor Rayza, senta aqui no sofá. - John disse a levando até o sofá.

- Então, podemos conversar a sós? - Isaac perguntou, John olhou para Rayza que assentiu, e ele voltou para o quarto.

- Vamos lá, pode contar todas as mentiras que quiser. Sou todos ouvidos! - Disse Rayza o encarando.

- Eu não abandon...

- Como não? Ontem mesmo você admitiu que tinha nos abandonado? - Rayza o interrompeu novamente.

- Rayza, me escuta por favor? - Ela assentiu. - Há alguns anos atrás, eu casei com a sua mãe, vivemos maravilhas, nunca havíamos brigado, nosso amor se renovava todos os dias, e não mantínhamos segredos uns com os outros. Até que um dia, a sua mãe ficou estranha de uma hora para outra, eu perguntava a ela o que tinha acontecido, e ela não me dizia nada. Nós tínhamos uma vizinha, que na época era uma grande amiga, e eu acabei comentando com ela que a sua mãe estava estranha. E sabe o que ela me disse? - Indagou com um lágrima no canto dos olhos. - Me disse que todas as vezes que eu saia para trabalhar, um homem entrava lá. Isso pra mim foi o ápice, mas eu me segurei... E alguns dias depois, a sua mãe disse que estava grávida, eu não resisti, explodi, falei que o bebê não era meu, que ela estava me traindo, e ela disse que tudo era mentira, que me amava, e eu fui embora. - As lágrimas caíam.

- Nos abandonou... - Rayza disse olhando para o chão, tentando secar as lágrimas. Trabalho perdido, até porque para cada uma lágrima limpa, duas caíam.

- Não, eu não abandonei. Eu precisava de tempo para organizar a minha mente, então três meses eu voltei, ela estava com cinco meses, mas a barriga estava muito pequena, ela me mostrou vários frascos de remédios abortivos, todos vazios, ela dizia que tinha tomado todos, e que não existia mais bebê algum. Eu acreditei, a barriga dela estava minúscula, eu fui embora de novo, fiquei depressivo, e voltei para São Paulo há cinco anos atrás, construí o meu hospital, e desde aquele episódio, nunca mais eu vi a sua mãe.

- Eu não acredito! A minha mãe não faria isso! - Rayza dizia gritando.

- Eu tenho como provar. - Rayza deu de ombro em meio aos soluços. - A sua mãe tinha um diário, essa era a única coisa que eu não pudia tocar, e nem me importava, porquê tinha certeza que ela escrevia apenas sobre mim. Vamos procurar esse diário? Pode ter alguma resposta. - Ele disse sorrindo, viu que Rayza não demonstrou reação alguma, e o seu sorriso esvaiu-se.

Um final nada feliz!Onde histórias criam vida. Descubra agora