CAPÍTULO 25.

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O restante da semana na faculdade, havia sido tranquilo, o único problema que tinha nas aulas já estava resolvido, eram as rejeições de John, que agora fora substituídas por sorrisos.

No sábado, Rayza decidiu fazer uma limpeza em todas as partes da casa, inclusive no quarto da Dona Maria, que desde quando ela havia falecido, Rayza não entrava lá, aliás, mesmo com a mãe viva, raramente Rayza entrava no quarto, pelo simples fato de a mãe não permitir.

Começou limpando a sala, depois a cozinha, logo após o seu quarto, e por último o quarto da sua mãe. Antes de limpar, sentou-se na cama dela, e deixou as lágrimas escorrerem pelo seu rosto. Quando se recompôs, levantou e foi olhar o antigo álbum de fotos da sua mãe, algo que dona Maria tinha um enorme carinho, a ponto de não deixar ninguém toca-lo. Quando abriu o álbum, na primeira página de fotos, deparou com uma imagem de uma mulher jovem e grávida, que se parecia com si, ruiva e de olhos verdes estonteantes, com certeza era a sua avó. Na foto seguinte, deparou com essa mesma mulher ao lado de um homem negro dos olhos azuis que devia ser o seu avô, logo em seguida já viu a foto de sua mãe quando criança, tão linda, os cabelos encaracolados amarrados em chiquinha, e os olhos azuis que havia herdado do suposto pai. Rayza mesmo sem perceber, chorava e sorria ao mesmo tempo enquanto olhava as fotos. Visualizou e imaginou toda a infância de sua mãe, passou pela adolescência, e quando estava chegando a fase adulta, uma foto lhe chamou a atenção, nessa imagem a sua mãe estava grávida, e um rapaz estava ao seu lado, ele era moreno, com cabelos lisos e caídos que formavam uma pequena franja sobre a testa dele.

"Será que esse é o meu pai?" Ela pensou.

Com um dos dedos marcou a página onde tinha essa foto, e olhou as outras diversas fotos para ver se o rapaz aparecia em mais alguma, mas não encontrou. Rayza nem pensou em se emocionar com as fotos de sua infância, só pensou em tirar a foto do seu suposto pai daquele álbum de fotografias. Assim que ela puxou a foto, algo caiu sobre o seu colo, era um cartão, e quando abriu viu a caligrafia da sua mãe, e o seu coração disparou, mas então começou a lê-lo.

" Rayza, meu amor...

Se você está lendo esse bilhete, é porquê infelizmente eu já parti.

Como você sabe, eu me importo muito com o seu futuro, e eu nunca iria partir e lhe deixar com uma mão na frente e outra atrás.

Você sabe muito bem, a minha roupa preferida. Procure-a no guarda roupas, que encontrará algo bastante importante.

Não desista da vida, se arrisque, vá até o fim!

Saiba que te amo, beijos!

De sua mãe, Maria".

Os olhos de Rayza começaram a brilhar, e não era por ternura, não passava de acúmulo de lágrimas.

Ligou para John, para que viesse ficar do seu lado, e enquanto ele não chegava, ela não se levantava da cama. Assim que ele chegou, ela correu para abrir a porta e mostrou o bilhete da sua mãe, que o deixou boquiaberto.

- Você sabe qual era a roupa preferida dela? - Ele indagou.

- Acho que o vestido salmão que ela usou no meu primeiro dia de aula na faculdade. - Ela retrucou.

- Então vamos procurar?

- Você olha nessas aí, e eu olho nessas daqui. - Disse abrindo as seis portas do guarda roupas antigo de sua mãe.

Reviraram todas as partes do guarda roupas, mas não acharam esse vestido. John sentou-se cansado sobre a cama de dona Maria, com a cabeça em direção a sapateira que estava aberta, então ele enxergou alguma coisa na cor salmão, então puxou essa coisa, e era um vestido.

Um final nada feliz!Onde histórias criam vida. Descubra agora