CAPÍTULO 7.

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No dia seguinte, Rayza acordou com um pensamento meio que estanho, tipo: "Foda-se, não vou me vender mais uma vez". Não estava tão preocupada quanto antes, agora para ela, arrumar um emprego, tanto faria... Ela iria dar um jeito, sempre dava. Alguma hora, pelo menos uma coisa daria certo, vender salgadinhos na rua, tanto faz... Determinação, era a palavra que definia Rayza.

Enquanto Rayza estava fazendo algumas atividades, o celular dela toca.

- Alô! - Disse Rayza, com o telefone no ouvido.

- Ray, sou eu... Victória - Disse a amiga, do outro lado da linha telefônica.

- Ah, porquê você sumiu? Te liguei milhões de vezes e nada. - Usou uma metáfora.

- Eu estava sem celular. Mas, e ai como tá?

- Estou bem e você?

- Eu estou bem. Mas, isso não importa, tenho novidades... Sabe o Alemão, ele ta querendo te ver de novo.

- E quem disse que eu quero ver ele?

- Amor, não se esqueça que está desempregada.

- Eu não esqueci, só não quero ver aquele cara. Quando eu quiser, se eu quiser, ligo pra ele.

- Você que sabe, estava tentando ajudar.

- Ajudou muito, beijos!

Assim que Rayza desligou o telefone, alguém chega onde ela estava morando e bate levemente na porta.

- Já estou indo! - Disse Rayza enquanto caminhava até a porta, olhou por um buraco minúsculo - olho falso - e viu uma moça de cabelos longos e pretos, com certeza era Letícia.

- Oi! - Disse Letícia, sorrindo inocentemente.

- Oi Leeh, que milagre você por aqui. - Disse Rayza enquanto a abraçava, radiando felicidade.

- Depois que você se juntou com a tal da Victória, você se afastou de mim, mas mesmo assim vim te visitar, fiquei sabendo da perca da sua mãe, não pude vir antes, mas estou aqui agora.

- Entra ai, senta. - Disse Rayza, já sentando-se.

- Mas, então... Você, como está?

- Tirando alguns problemas, estou bem.

- Se não for querer saber demais, que tipo de problemas?

- É que como você sabe, minha mãe quem pagava minha faculdade. E agora, eu não consegui arrumar um emprego, e pra pagar as mensalidades, está muito difícil.

A conversa das garotas, durou a tarde quase toda, era o que Rayza estava precisando, uma conversa com uma amiga de verdade. - ela achava que Victória era uma, mas não era - E como sempre, Letícia estava mostrando que realmente se importava com a amiga, sempre tentando solucionar o problema de Rayza, pena que não conseguia.

Quando chegou a noite, Rayza fez uma pipoca, e assistiu a um filme chamado "Bruna Surfistinha", um filme que mostrava a vida de uma prostituta, que chegou a decadência e que transava por míseros 20,00 reais. Chorou sentindo medo, de que algum dia a sua vida fosse assim.
Antes de dormir, orou agradecendo a Deus pelo dia, que pela primeira vez naquelas quatro semanas, não haviam problemas, por enquanto.


Um final nada feliz!Onde histórias criam vida. Descubra agora