Um final nada feliz!

CAPÍTULO 22.

Desesperada, Rayza desistiu de ligar para Victória na sexta tentativa, todas falhadas, as vezes em que tentou ligar para a amiga, foram diretas a caixa postal. O seu estômago começou a embrulhar como se houvessem milhões de borboletas voando dentro dele, um arrepio subia desde os pelos do seu pescoço, até os pelos do dedo do pé.

Olhando a agenda telefônica, viu um nome que chamou a sua atenção, essa pessoa poderia lhe ajudar, sentiu-se mal por estar procurando por essa pessoa somente nesse momento de precisão, mas enquanto Victória estava presente em sua vida, de alguma forma inusitada, a sua própria vida era fechada para outras pessoas. Mas, Victória havia desaparecido, então ou Rayza tentava adaptar-se a outras pessoas, ou ficaria o resto da sua vida sozinha.

- Letícia, atende pelo amor de Deus. - Disse Rayza, enquanto a ligação chamava pela quarta vez.

- Alô?! - A voz doce de Letícia surgiu no celular.

- Alô, Letícia?! - Rayza retrucou rapidamente.

- Oi, quem é?

- É a Rayza, preciso de você muito, será que pode me ajudar? - Suplicou.

- Você está onde? - Retrucou com um tom preocupado em sua voz.

- Eu estou em casa, você pode vir aqui?

- Daqui a dez minutos estarei aí. - Ambas desligaram o celular.

Assim que havia terminado de falar com Letícia, sentiu uma tontura, pôs uma mão sobre a testa, e acabou caindo sentado. Antes mesmo dos dez minutos, Letícia já estava na sua porta, gritando por Rayza.

- Empurra a porta! - Rayza sugeriu, e a amiga imediatamente o fez.

- O que aconteceu com você? Está tão pálida! - Letícia sentou-se do seu lado, e pôs uma mão sobre a testa da Rayza como se estivesse verificando a temperatura do corpo.

- Eu estou grávida! - Rayza respondeu chorando.

- Meu Deus, que benção. Eu soube que você está namorando com o... - Rayza a interrompe balançando a cabeça negativamente.

- Já terminamos! - Retrucou e deu de ombros.

- Não acredito nisso... Rayza, você é louca? - A encarou com um olhar preocupado.

- Eu pensei que você viesse me ajudar, e não me julgar. - Retrucou deixando algumas lágrimas caírem,

- Não Rayza, jamais vou te julgar, somos todos pecadores. Mas, por favor, me explica essa história do começo? - Segurou o rosto de Rayza, olhando nos seus olhos.

- Eu vou dizer, mas você vai ter que jurar que não vai dizer isso a ninguém. Jura?! - Letícia assentiu.

Rayza contou-lhe toda a história do começo ao fim, contou que teve que se prostituir para pagar as contas, contou que John viu o Alemão lhe roubando um beijo, e que por esse mal entendido John havia terminado com ela. E que agora ela estava grávida, e não sabia quem poderia ser o pai. Se seria o tio do Alemão, o próprio Alemão, ou o John?

- E você contou tudo para o John? - Letícia perguntou horrorizada.

- Quase tudo, ele não sabe sobre o tio do Alemão, e não irá saber por agora, não é o momento certo. E nem sabe que estou esperando um filho que possa ser dele, mas isso irei contar ainda hoje. - Rayza retrucou.

- Lembra quando nós eramos bem mais unidas? Eu lhe disse que essa Victória não seria boa influência.

- É, eu sei, eu deveria ter seguido os seus conselhos.

As duas conversaram um longo período de tempo, e Letícia aconselhou para que Rayza ligasse para o John. Ligou várias vezes, mas não foi atendida. A única opção para falar com ele, seria ir diretamente até a casa dele. Sua amiga Letícia a acompanhou até a porta, despediu-se dando um beijo na bochecha, e dizendo "se cuida" e foi embora. Rayza pensou por um instante, se deveria ir a frente ou não, mas foi e agora sem hesitar apertou a campainha da casa, e imediatamente os cabelos louros da Cássia apareceram na porta.