Resplandecente - Completa

Capítulo 1 - A emissão da luz

* Aviso - a obra está terminada, mas não está revisada. A narração é modificada no meio, então não se assuste. Boa leitura ♥

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Resplandecente: adjetivo. Que ou aquilo que resplandece; que brilha ou reluz; luzente, brilhante.

É a velha história do amor que acontece sem permissão.

Jesy era uma estudante universitária, insegura e acima do peso. Pequena, media apenas 1,57 e só sabia fazer duas coisas: estudar para se tornar uma boa médica veterinária e fantasiar com o garoto por quem é apaixonada há 3 anos: seu colega de turma 5 anos mais jovem, Louis.

Ela entrou tarde na faculdade, já estava com 28 anos. E ele, menino do interior, usava botina e era todo rústico, com seus 23 anos. O oposto de tudo aquilo que ela algum dia havia idealizado como homem. Tão branco que chegava a ser rosado. Sardento como o céu estrelado, e com os olhos verdes que ela adorava. Tinha um sorriso que deixaria Michelângelo em dúvida se era real. Jesy se sentia tão pequena e vulnerável próxima a ele. Cada vez que aquele homem de 1,80m pairava na sua frente, com o jaleco desabotoado enquanto eles faziam plantão no hospital, ela sentia seu sorriso se abrindo e suas mãos indo em direção aos seus botões, automaticamente. Jesy não conseguia evitar. O amava tanto. Ela era quimicamente dependente da presença dele. E logo ela, que desde sempre foi metida à inteligente e detestava erros de português se viu enamorada justo por Louis, que falava de maneira engraçada e vivia escrevendo errado.

Então, eles se tornaram amigos, por alguma ironia do destino e Louis confiava muito nela. Sempre ia até a casa dela para poder conversar. Alterava a voz, ficava nervoso, falava alto e ela ria. Ele acabava abrindo aquele sorriso resplandescente e ela se sentia leve.

Porém, como nada na vida é perfeito, Louis tinha uma namorada. E não era Jesy.

Ela se chamava Lara e estudava medicina na mesma universidade que Jesy (e Louis). Era inevitável para Jesy não se comparar à ela: magra, alta, rica e ja bem sucedida. Porém, Lara era educada e Jesy sempre a tratou da mesma maneira, afinal, ela não tinha culpa de nada e o fazia muito feliz. E era isso que importava para Jesy, que Louis estivesse feliz.

Louis, Lara e Jesy sempre se encontravam nos eventos da universidade, e o clima era tranquilo, afinal Jesy sempre foi ótima em disfarçar o nervosismo que sentia na presença deles. Mesmo que vê-los juntos fosse capaz de estragar seu dia dali em diante, ela se mantinha firme como se nada a estivesse afetando.

No entanto, em época de provas Louis sempre pedia ajuda e tirava dúvidas com Jesy, e, para ela, aquela era a melhor época. Tinha liberdade suficiente para conseguir trocar alguns carinhos com ele, como um toque no braço ou uma mexida nas pontas do cabelo louro escuro encaracolado. Às vezes se sentavam tão próximos que suas pernas se chocavam. Jesy sentia o sangue lhe subindo até o rosto e o estômago se retorcendo. Certo dia ele se sentou pesadamente ao lado dela, e eles acabaram ficando, propositalmente, tão próximos que Jesy quis que aquele momento se tornasse eterno. Era o máximo que Jesy podia conseguir dele, e aquilo a satisfazia, apesar de alimentar o monstrinho da imaginação.

Tudo caminhava num ritmo constante e adorável, até que, um dia, Louis foi até a casa de Jesy para desabafar a respeito de umas situações que o estavam incomodando. Entre elas, a namorada. Ele estava com medo de que quando se formasse, Lara não quisesse acompanhá-lo onde ele fosse trabalhar. E disse que teria que seguí-la para onde ela fosse. Bom, ele estava ali então teria que ouvir a opinião de Jesy.

- "Você não pode pensar assim. Vocês têm que conversar sobre isso. Você não pode mudar os seus sonhos ou a sua carreira em função dela". - Jesy deu sua opinião sincera, acima de qualquer sentimento que ela nutrisse por ele, pois aquela situação era insustentável. Ela percebia que ele estava se sentido inseguro em relação à isso e, aparentemente, ele entendeu a mensagem.