Meus caros, essa é a primeira parte de um dos finais. Vou postar ambos em duas partes, ok? E eu sempre irei avisar antes, para que não hajam confusões. Obrigada a todos que estão lendo.
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Eu não queria ouvir mais nada. O aperto de minha mãe em minha mão e a piedade nos olhos da médica me confirmaram mais do que eu podia suportar.
Levei minhas mãos aos meus ouvidos e fechei meus olhos o mais forte que pude, como se assim eu conseguisse fugir de tudo aquilo.
Tentei me focar em qualquer outra coisa, mas a voz da doutora Amélia insistia em entrar por alguma brecha do meu esconderijo.
- Jesy, você precisa se acalmar e me ouvir. Infelizmente, o caso do rapaz que estava com você é mais grave que o seu. Pelo que os bombeiros disseram, ele virou o carro pra desviar a maior parte do impacto no lado dele.
Senti um amor quase palpável ao perceber que ele estava tentando me proteger e aquilo só fazia a dor aumentar. Eu estava sufocando.
- Mas...ele não morreu, não é?
- Não. Mas...ele está em coma induzido, porque ele teve um inchaço significativo no cérebro e, enquanto ele não estiver completamente estável, ele vai permanecer sob medicação. Ele passou por uma cirurgia em um dos braços, está com escoriações por todo o corpo, mas a equipe está positiva quanto à melhora do seu estado geral. No entanto, o ideal é aguardar pelo menos 72 horas após o acidente.
- Eu quero vê-lo.
Minha voz saiu fraca e suplicante, quase inaudível.
- Você pode vê-lo depois que tomar banho, trocar seus curativos e comer alguma coisa. Você também está fraca e precisa se cuidar. Se fizer tudo isso, deixarei avisado pra uma das enfermeiras te levar até ele. Mas esteja preparada. Ele está muito machucado e não poderá te responder.
Eu concordei com a cabeça. Ela cumprimentou minha mãe e saiu com sua equipe a seguindo. Era surreal que tudo aquilo estivesse acontecendo. Eu nem sequer conseguia refazer o momento do acidente com clareza.
- Mãe, o que aconteceu, afinal? - me virei para ela, ansiosa por explicações.
- Um bêbado invadiu a contra mão e bateu praticamente de frente com vocês naquela última curva bem acentuada que tem antes do túltimo trevo, sabe?
Concordei, digerindo aquela informação por um momento. Sempre odiei bêbados inconsequentes, e principalmente bêbados que dirigem. E ainda mais bêbados inconsequentes que matam vidas inocentes. Quase sibilei para minha mãe
- E o que houve com o outro cara?
Fez-se um silêncio.
- Após bater em vocês ele capotou. Os bombeiros fizeram o possível, mas ele não resistiu e morreu no local.
Outra pontada me atingiu. O idiota se matou e poderia ter levado Louis e eu junto. Que Deus me perdoe, mas por um momento eu consegui ficar feliz por ter menos uma pessoa idiota no mundo. Suspirei pesadamente e pedi a minha mãe que me ajudasse a tomar banho.
- Eu vou chamar uma enfermeira. Eu não sei se você pode sair daqui.
Assim que ela saiu, tirei o lençol que me cobria e vi que havia um enorme curativo envolvendo minha perna esquerda. Eu queria que alguém retirasse logo aquilo, queria ver o que estava embaixo, saber se fo necessário suturar e qual o tamanho do corte. Quando se faz um curso que te ensina tudo sobre feridas, cirurgia e cicatrização, você não admite erros. Logo minha mãe voltou com a enfermeira, uma senhorinha baixinha e sorridente que me trouxe serenidade instantânea.
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Resplandecente - Completa
Storie d'amoreNem tudo é ficção. Sejam bem vindos ao romance entre Jesy e Louis. Jesy era uma estudante universitária, insegura e acima do peso que só sabia fazer duas coisas: estudar para se tornar uma boa médica veterinária e fantasiar com o cara por quem é a...