Resplandecente - Completa

Capítulo 34 - A magia

A festa teve direito à tudo: parabéns com velinhas, dedicatória do primeiro pedaço de bolo (que foi para minha mãe, claro), muita música, dança, vodka com morango e risadas. Muitas risadas. E muito amor. Um momento para ficar guardado para sempre na memória, uma noite extremamente feliz.

Eu não me sentia assim há tanto tempo que tinha medo de acordar e descobrir que estava sonhando. Mas não estava.
A uma certa altura da comemoração, as pessoas começaram a ir embora. E tudo aconteceu tão rápido que quando percebi já estava me despedindo de todos na porta, com abraços regados a muitos sorrisos e lágrimas de agradecimentos. Eu fiz questão de agradecer à todos pela presença naquele dia especial.
Minha mãe aparentemente estava ciente de minhas intenções com Louis ao chegar em casa e me avisou que iria para um hotel com a pequena Julieta e que me ligaria pela manhã. Deus a abençoe!

Valerie ficou por último junto a mim, que passei a noite toda com Louis a tiracolo.
Foi uma noite muito agradável e eu não queria que acabasse.
Fomos andando juntos até em casa, onde só depois descobri que Louis tinha estacionado o carro, a alguns metros da minha porta. E eu não sei como não havia percebido isso antes. Povavelmente estava ansiosa demais para perceber qualquer coisa. Quando saí de casa não tinha ideia do que me esperava afinal.
Paramos com Valerie na porta de seu prédio.

- Val, eu nunca vou poder te agradecer por tudo que você fez. Hoje foi um dos melhores dias de todos. Nunca pude comemorar de fato meu aniversário, e você fez tudo ser especial. Obrigada, de verdade - eu disse, já com lágrimas nos olhos, enquanto abraçava minha querida amiga.

- Ai, Jesy, Imagina. Você merece isso. E não é todo dia que se faz 30 anos, tínhamos que comemorar!!! - Ela disse, segurando minha mão livre (a outra estava fortemente entrelaçada à de Louis). Estávamos todas com a maquiagem parcialmente desfeita - eu deveria estar horrenda após tanta choradeira - e com a felicidade estampada no rosto.

- Foi uma noite memorável. E eu nunca vou me cansar de te agradecer.

Valerie depositou um beijo estalado em minha bochecha e abriu o portão.

- Agora vão embora logo. Eu sei que vocês estão morrendo de saudade um do outro.

Todos rimos às gargalhadas com o seu comentário desinibido - e bem verdadeiro. Nos despedimos novamente e, após ela entrar e trancar o portão, nos dirigimos até minha casa.

Já era tarde e a rua estava praticamente deserta, mas tranquila. Não tivemos maiores problemas para chegar em casa. No caminho, Louis me contou como Valerie havia entrado em contato com ele e como ele participou de todo o planejamento, ainda que à distância.

- A Val é muito insistente. Ela me chantageou. Disse que se eu não viesse ela não me deixaria nem falar com você para dar os parabéns. Então eu acabei tendo que negociar uma pequena folga para poder te dar parabéns pessoalmente.

- Ah, então foi preciso fazer uma chantagem? E você não se envergonha disso? Muito bonito, né? - eu disse, falsamente chateada, parando com a mão na cintura. Louis também parou, me puxou pela cintura, deixando quase nulo o espaço entre nós dois, e se aproximou o bastante para que sua respiração me atingisse e eu pudesse sentir o cheiro de seu perfume misturado ao seu hálito de vodka com morango - minha mistura favorita naquele momento. Ele me olhava fixamente e por um momento eu esqueci como se respirava.

- Você fica um charme quando finge estar bravinha - ele disse, sorrindo lentamente com a boca entreaberta. Ele apertava mais minha cintura, me puxando para mais perto ainda, como se aquilo fosse possível.

- E você está me fazendo perder o juízo no meio da rua. E isso não é nada bom. Não quero ir pra delegacia por uma acusação de atentado ao pudor após a minha linda festa de aniversário - eu disse, enquanto puxava sedutoramente a gola de sua camisa, que já estava desabotoada até a metade.