Capítulo 21 - A imensidão

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Imensidão. Sinônimo de imensidade.
substantivo feminino. qualidade ou característica do que é imenso. grandeza ou extensão incomensurável; vastidão.

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Eu sei. Estou atrasadíssima com as atualizações aqui. Mas, acontece que mesmo de férias, estou sem tempo. Estamos com muitos filhotes doentes no canil da faculdade, e eu fiquei encarregada de não deixar mais ninguém morrer ( morreram 15, maldita doença contagiosa). Me perdoem. Espero que gostem do capítulo e me desculpem se houver erros. Agora que os pequenos estão quase curados, eu só vou precisar medicá-los ate quarta, daí eu vou ter mais tempo de me dedicar aqui. ♥

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O primeiro fim de semana de Louis e Jesy chegou. Louis ainda dormia quando Jesy se levantou para começar a ajeitar a casa e separar a roupa para lavar. Essa sempre foi sua rotina, e agora não seria diferente. Afinal, a roupa ainda não se lava sozinha. Infelizmente.
A semana havia sido longa, cansativa e deliciosa.
Jesy estava parada organizando as roupas que iria lavar primeiro, cantarolando concentrada em seu serviço, quando sentiu braços a envolvendo em um abraço forte e uma respiração próxima a seu pescoço.

Ponto de vista da Jesy

- Bom dia, flor do dia - eu disse sorrindo e me virei pra encontrar seus olhos e seu sorriso. Ainda era surreal percebê-lo ali. Senti-lo tão próximo.
- Bom dia, Amélia.
Arregalei meus olhos, divertidamente.
- Oi?
- Hoje é sábado. Você tá parecendo uma verdadeira dona de casa, acordando cedo e remexendo nessa bagunça toda, com o cabelo preso e de pijama.
- E você tá se saindo quase um marido, ficando na cama até mais tarde e me atrapalhando. Eu acho que merecia ao menos um café da manhã por ser uma dona de casa tão boa.
Eu envolvo seu pescoço com meus braços, sorrindo e o trago pra perto de mim. Não há de existir um jeito melhor de começar o dia.
- Seu pedido é uma ordem. E você precisa terminar logo as suas tarefas pra eu poder fazer o que estou querendo com você.
- Mas não são nem 9 da manhã. Não é possível que você já tenha acordado assim... - exclamei, surpresa.
- Não é nada disso. Por incrível que pareça eu tenho outros planos pra nós dois hoje.
- Sério? Ai, meu Deus. Estou curiosa. Me conta?
- Não, senhora. Você vai terminar suas coisas, eu vou arrumar o café da manhã.
E depois vou te sequestrar.
Pronto. Agora eu estava sendo consumida pela curiosidade. E não eram nem 9 da manhã. Louis saiu pra comprar o café da manhã e eu tentei ser o mais rápida possível em minhas tarefas.
Logo ele estava de volta, trazendo pães de queijo. Essa era uma das inúmeras vantagens de se morar em Minas Gerais: você sempre vai encontrar pão de queijo fresquinho.
Ele arrumou a mesa, fez o café e eu me senti a personificação da alegria vendo aquela cena.
- Você realmente não vai me dar nem uma pista? Nadinha?
Eu reclamei enquanto fazia uma cara de cachorro abandonado, tentando fazê-lo se compadecer de mim. Tomei meu lugar a mesa esperando sua resposta.
- Não. Você tem que deixar de ser tão curiosa. É uma surpresa - ele disse, beijando minha testa.

Eu odeio ficar curiosa!
Então esperei.
Terminamos o café e, enquanto eu terminava de lavar a roupa, ele organizou a cozinha e lavou a louça. Ainda por cima era prendado. Só me surpreendia.
Mas eu estava explodindo de curiosidade. Não tenho a menor idéia do que ele pretende fazer. O único costume dele que eu conheço é o de ir pra casa dos pais no fim de semana. Será que ele quer me levar pra casa dos pais? Será que eu vou conhecê-los? Deus do céu, eu não estou pronta pra isso.
Eu acho que a ansiedade é um monstro faminto e eu sou o seu aperitivo: estou sendo devorada.

Nem sequer almoçamos em casa. Assim que terminei as tarefas, ele me disse pra trocar de roupa que nós íamos sair e almoçaríamos no caminho.
- Mas... no caminho pra onde? - eu tive a impressão de estar falando um tanto exaltada demais...
Ele me olhou divertido.
- Você realmente é uma pessoa curiosa, não é mesmo?
Ele disse, enquanto envolvia minha cintura e me puxava pra perto dele. Por mais nervosa que eu estivesse, aquele definitivamente era um jeito eficaz de me acalmar. E ele tinha plena consciência disso.
- Confia em mim. Você vai adorar!
Ele me beijou rapidamente e me guiou até a porta do passageiro.
Logo entramos em seu carro e eu continuava sem a menor idéia de pra onde estávamos indo.
Eu estava curiosa, com fome e ansiosa. Essa era uma terrível combinação na minha difícil personalidade.
- Você realmente vai adorar. Acredita em mim.
Ele disse enquanto apertava levemente sua coxa.
Eu apenas bufei, pois seu toque me desestabilizava ainda mais.
Entramos em um caminho que não era desconhecido pra mim mas me deixava com muitas e nenhuma idéia de nosso destino.
- Eu realmente espero que o almoço esteja próximo. Você não quer me deixar com fome, acredite em mim - eu disse, cruzando os braços na minha frente e olhando diretamente pra ele.
Louis apenas sorriu e acenou com a cabeça. Ele me conhece bem demais pra saber que meu humor é complicado.
Rapidamente comecei a reconhecer o ambiente onde ele estava entrando com o carro. Era um restaurante, próximo a uma enorme ponte que dava visão pra grande extensão de uma das maiores represas da região.
Fiquei feliz imediatamente. Sempre quis ir aquele restaurante. Não havia a menor chance dele saber disso, mas essa coincidência me deixou contente. Quando descemos do carro, procurei por uma mesa que me permitisse ver grande parte de toda a paisagem. Louis estava silenciosamente sorrindo enquanto olhava pra mim.
- O que foi?
- Nada. De repente sua fome passou ou o seu humor voltou?
Estava sorrindo amplamente. Apenas admirando o efeito que toda aquela natureza rodeada por toda aquela água causavam em mim.
- De repente eu fiquei feliz - eu disse, o abraçando. Levantei meus olhos em direção ao seu rosto - E agora estou mais feliz ainda porque esse seu sorriso está ajudando demais.
- Que bom - ele disse, me beijando docemente.
- Mas ainda estou com fome. Podemos fazer nosso pedido?
Ele riu e concordou.
O almoço correu devagar e deliciosamente. Era surreal estar com uma visão daquela. E eu não estou me referindo à imensidão de água. E sim à imensidão daqueles olhos verdes que me preenche a cada vez que ele me olha daquela maneira, tão concentrado e demonstrando o quanto eu sou importante pra ele.
- Você é lindo, sabia? - disse enquanto me recostava em seu peito, tendo seu braço envolvendo meus ombros.
- Você também é. E nunca duvide disso - ele disse, beijando o topo da minha cabeça.
Fechei meus olhos, absorvendo aquele momento. Suspirei enquanto uma lágrima resolveu aparecer.
Só que aquela lágrima não era de tristeza. Ou de frustração. Era uma lágrima que representava a plenitude, o amor.
Terminamos o almoço e ele nos levou um lugar, afastado do restaurante, mas ainda próximo da represa.
Louis, surpreendentemente, tinha realmente preparado algo especial.
Ele levou uma toalha e iríamos fazer um piquenique. Próximo a represa e em um lugar adorável. Era silencioso, não muito escondido mas reservado, com uma clareira. Perfeito para a ocasião.
- Você já conhecia esse lugar. Já trouxe mais alguém aqui? - eu pergunto, divertida mas desconfiada.
- Não. Eu costumava vir aqui quando queria ficar sozinho. Você sabe que eu detesto a cidade. Gosto de natureza, de tranquilidade. Aqui era o meu refúgio no fim de semana.
- Então você me trouxe pro seu esconderijo? Agora estou me sentindo especial.
- Essa era a intenção. Achei que assim você entenderia que você é importante. E que eu vou estar ao seu lado, não importa o que as pessoas digam.
Aquela lágrima voltou aos meus olhos. E dessa vez Louis a viu, se aproximou e a enxugou. Adorava sentir sua mão em meu rosto.
Novamente fechei os olhos e aproveitei aquele momento. Aquele toque. Ele reconheceu aquilo como um convite e logo seus lábios pousavam sobre os meus.

Louis estendeu a toalha, que era quadriculada e me lembrava as camisas de manga comprida que ele usava e me peguei sorrindo sozinha enquanto o via arrumando tudo.
- Lembra aquele dia, quando fomos estudar lá em casa? E foi todo mundo? Você se sentou no chão e eu deitei muito próxima a você? Tudo que eu mais queria naquele momento era deitar minha cabeça no seu colo. Ficar olhando pra você. Sentir o seu calor. Mas você ainda não sabia que eu gostava de você e ainda namorava a Lara. Eu tive que me conter.
Ele se virou pra mim, sorrindo.
- Eu me lembro desse dia. Você estava com um short tão curto.... Você já não tinha mais vergonha de mim, não é mesmo?
Ele se sentou na toalha, fazendo um gesto pra que eu me sentasse ao lado dele. Eu fui até ele, me sentei, mas coloquei minha cabeça em seu colo, olhando diretamente pra ele.
- Na verdade eu adorava fazer aquilo. Adorava pegar você olhando pra mim. Aquilo de alguma forma me fazia sentir especial - eu disse, abaixando o olhar. Estava expondo mais uma parte de mim a ele naquele momento.
- E você é especial! Sempre foi - ele disse, acariciando meus cabelos.
E naquele instante, enquanto eu estava ali, deitada em seu colo, sentindo suas mãos acariciando meus cabelos, olhando pro céu limpo e azul, senti que a felicidade realmente existia.

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Curiosidade: o filho de uma mãe me apareceu aqui semana passada, um belo dia, dez da noite, sem camisa. Ele está longe de ser o galã de corpo escultural das histórias que se lê por ai, ele tem até uma barriguinha saliente. E é braaaaaaanco de doer. Anyway, perdi até o rumo quando abri a porta, olhei dentro do carro e ele estava nesses trajes (ou no caso, sem trajes). Isso porque eu achei que ele nem viria mais. Eu havia lhe pedido um favor, mas já estava tão tarde que tinha até desencanado....me fodi.
Ele desceu do carro e e eu criei raízes onde estava pra não voar nele.
A vida às vezes exige muito de mim.

E hoje ele estava na faculdade. Ao mesmo tempo que eu. E não me avisou. Só o vi quando já estava indo embora e quase pulei do carro da professora que me deu carona. Rapidamente mandei mensagem dizendo que ele devia ter me avisado, e ele disse que amanhã vai lá novamente e me avisa. Yeeeey

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difícil ser criativa com a cabeça cheia do jeito que ando e esse capítulo não ficou nem de longe do jeito que eu queria. Eu provavelmente vou ter que revê-lo algum dia da semana. Shit.

Resplandecente - CompletaOnde histórias criam vida. Descubra agora