Capítulo 7 - O vapor

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vapor: substantivo masculino. gás que pode ser liquefeito apenas pela aplicação de pressão, por estar a uma temperatura inferior à temperatura crítica.

conjunto de partículas gasosas emanadas de líquidos, que se difundem ou ficam suspensas no ar

- Você queria falar comigo. Pois pode falar - disse Jesy.

Dessa vez ela estava sentada em sua almofada, olhando pra ele. Não estava chorando, o que era impressionante.

- Sim, eu queria. Porque essa situação toda tá acabando comigo, Jesy. Eu não quero ficar assim, longe de você. Ninguém mais naquela sala tem paciência comigo, só você sabe me ensinar e me ajudar - disse Louis, de maneira nervosa e de uma vez só, atropelando as palavras.

Jesy não pôde conter o sorriso que se abriu em seu rosto com a maneira com que Louis disse tudo aquilo.

- Pois é só por isso que você sente minha falta? Por que não tem mais ninguém pra te ajudar a estudar? - ela não conseguiu dizer isso de uma maneira séria, e ambos sorriram.

- Claro que não. Não só por isso! Eu gosto da sua companhia, gosto da maneira com que você olha pra mim, e quando me ensina e me dá broncas... - timidamente Louis foi diminuindo o tom de voz. Era óbvio que ele estava em território inexplorado naquele momento. Ele estava tão adorável daquele jeito, tímido e apressado tentando se explicar. Jesy estava encantada com aquela versão de Louis.

Jesy estava sentada na almofada e Louis estava esse tempo todo em pé, em frente à ela, andando de um lado ao outro. Aquilo distraía Jesy de prestar atenção no que ele falava, afinal ele parecia ainda maior visto daquele ângulo. Jesy sempre foi obcecada pelas pernas e pela bunda de Louis e daquela posição ela não conseguia formular uma frase coerente. Ela precisou então abaixar a cabeça, olhando pras suas unhas, para poder pensar claramente.

- Eu só não sabia se ia conseguir ficar perto de você depois de tudo que aconteceu, e depois de tudo que eu te disse. Eu estava me sentindo estúpida.

Jesy soou triste ao dizer aquilo. Talvez por reflexo, por não querer vê-la daquele jeito mais, Louis se ajoelhou na sua frente

- Não se sinta assim. Eu fiquei feliz em saber como você se sente em relação a mim. Eu fiquei confuso no começo, porque era tudo muito novo. Isso nunca me aconteceu antes. Eu sou um caipira do interior, jamais imaginei que uma menina tão inteligente como você pudesse gostar de mim.

Jesy levantou os olhos e ele estava sorrindo enquanto dizia tudo aquilo.

- Como eu não iria gostar de você? Você é a pessoa mais doce e dedicada que eu já conheci. Só que não adianta de nada, afinal você está com a Lara. Porque é com ela que você deve estar. Vocês combinam. Nós dois não fomos feitos para ficar juntos - disse tristemente Jesy.

O sorriso nos lábios de Louis desapareceu. Ele pareceu perdido por um momento.

- Eu achava que ela era aquela com quem eu iria me casar. Você sabe disso, já disse inumeras vezes. Mas parece que alguma coisa mudou. Depois daquela briga em que ela terminou comigo, nosso relacionamento não é mais o mesmo. Mas eu resolvi dar uma segunda chance à nossa situação, e voltei com ela. Só que, como eu disse outro dia, eu não sei se essa foi a decisão certa.

- E por que você acha que pode não ter sido a decisão certa?

- Porque eu não consigo parar de lembrar que você me beijou. E que eu gostei.

Ambos ficaram corados pela revelação inesperada. Os olhos de Jesy brilhavam e Louis estava visivelmente sem graça.

Ela se mexeu na almofada, precisava se levantar. Estava complicada aquela situação com ele ajoelhado em frente à ela, que ainda estava sentada.

Resplandecente - CompletaOnde histórias criam vida. Descubra agora