Capitulo XXIV

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Isabela

Eu nunca havia me sentido tão desolada,como estava aquela noite. A tarde foi maravilhosa e eu havia me sentido única e extremamente feliz. Por incrível que pareça,eu não estava arrependida! Mas doía muito. Doía como se eu tivesse perdido um ente, doía como doeu quando eu perdi meu pai aos dez anos. Gabriel me dizer que era casado, era jogar um balde de água fria nos meus sonhos,nos planos que inconscientemente eu fiz pra nós dois. Gabriel me dizer que era casado,foi um aborto aos filhos que nós iríamos ter,era derrubar a casa que nós íamos construir juntos. Era o fim da felicidade que eu havia planejado,era o fim dos beijos de bom dia,do sexo rapidinha enquanto as crianças brincavam no quintal, o fim das confraternizações familiares. O fim de tudo!
Automaticamente, passei a odiar aquela mulher, que não importava se chegou antes de mim,tomou um lugar que era meu por direito. Eu amava aquele homem e somente a ele,não era justo que aquela mulher tirasse isso de mim. Por que? Por que ela tinha que existir? Por que ele não esperou por mim?
Eu que já imaginava como seriam nossos filhos,que já sonhava com uma menininha de longos cabelos lisos e negros como os dele,com aqueles lábios roseos e bem desenhados, e um menininho mais parecido comigo,mas tão alto quanto o pai e que deveria ser o mais velho para defender a irmã caçula de qualquer perigo.
Todos esses devaneios,tudo o que eu idealizei se perdeu quando ele me fez aquela revelação .
E agora,o que me restava? Me afastar?! Era o mais sensato o mais correto a fazer. Eu conseguiria?
Um misto de sentimentos começou a me invadir a minha mente. Medo de perdê-lo, ódio dele e daquela "uma" que ele chamava de esposa,inércia, insegurança. Tudo me frustrava,tudo me doía.
Não dormi aquela noite e pela manhã o que adentrou a porta da clínica para trabalhar, não era eu ,mas um rascunho de mulher,com olheiras profundas,disfarçadas por uma base e pó compacto. Arrastando-se ao invés de andar. Uma massa disforme que atendia pelo nome de Isabela, mas que eu não reconhecia como sendo eu.
Fui para a minha mesa e comecei o trabalho no modo automático ,atendi telefonemas,marquei,desmarquei e remarquei consultas,organizei o consultório do Doutor Otávio, tudo isso sem o menor entusiasmo e sem conseguir esquecer por um segundo que fosse o dia anterior.

Gabriel

Havia um nó na minha garganta desde que Isabela deixara o meu carro noite passada. Eu esperava qualquer reação dela. Raiva! Indignação! Lágrimas! Mas,aquele olhar duro,aquela frieza com que me disse um "Tchau" seco e sem emoção, aquilo eu não esperava. Eu estava pronto pra lidar com qualquer reação,pra rebater qualquer ofensa,para tentar convencê-la de qualquer maneira,mas ela quebrou qualquer estratégia que eu tenha elaborado. Mantive-me ali na direção,parado,observando-a distanciar-se à passos lentos,conservando uma pose que eu não conhecia. Esperei até que ela contornasse a rua onde mora e sumisse da minha linha de visão para então seguir o meu caminho.
E desde então aqui estava eu,sempre tão estrategista,sem saber qual seria meu próximo passo. Ela ignorava meus e-mails, minhas ligações e eu tinha que admitir que era covarde demais para ir procura-la depois de empurrar aquelas informação por sua guela abaixo. Eu poderia ter sido mais cauteloso,talvez esperar para outro dia que não aquele em que ela deixou de ser virgem. Eu deveria ter medido as palavras, talvez ter lhe feito algumas promessas ainda que não as fosse cumprir. Não sei!
Com certeza mentir pra ela não era o mais honesto, mas podia ser uma boa alternativa,mas era tarde as cartas do jogo já estavam lançadas.
Quer saber,que se foda! Agora que eu havia acordado o meu lado adormecido,eu não iria ficar me restringindo a uma mocinha melosa,que achava que a vida era um conto de fadas.
Eu realmente gostei de Isabela, transar com ela era fantástico, mas ela não era a única mulher no mundo.
Eu tinha tesão pra dar e vender,e já sabia onde ia gastar.
No fim da tarde saí do trabalho rumo a uma boate,que eu costumava frequentar com Norma antes de casarmos. Há tempos eu não frequentava aquele ambiente e estava um pouco dissituado, mas após umas doses de Johnny Walker, vodca e tequila, eu já estava solto na pista. de aproximei de uma ruiva ,altura mediana e uma senhora bunda,que provocou um carnaval na minha cueca,ela voltou-se de frente pra mim e não era bonita,mas pra comer aquela bunda,eu não perderia meu tempo pensando em beleza,até porque se o rosto não era belo o corpo era fantástico e era naquela bunda que eu ia meter com gosto.
Chamei sua atenção, ofereci uma bebida envolvendo-a no meu joguinho de sedução. Pouco tempo depois estávamos no meu carro,com aquele belo rabo empinado de quatro no banco de trás, recebendo centímetro por centímetro do meu membro,em estocadas rápidas. Estávamos na segunda camisinha ,eu ainda não estava satisfeito e ela não deixava a desejar,empurrando o quadril contra mim. Depois que gozei,esperei-a arrumar-se,dei-lhe dinheiro pro táxi e segui ,bêbado e satisfeito, pra casa. Sequer perguntei seu nome.

Paixão sem limitesOnde histórias criam vida. Descubra agora