Capitulo LII

2.3K 234 13
                                    

Otávio

Era manhã de sexta-feira e eu não podia estar mais ansioso. Nossas malas já estavam prontas,iríamos viajar a noite e eu estava nervoso. Aquele fim de semana,decidiria a minha vida.
Isabela tinha passado as duas últimas noites comigo,sempre nos provocando mutuamente, ela me provocava e não permitia que eu gozasse,eu por outro lado a fazia gozar, mas não a penetrava. Nós dois estávamos depositando grandes expectativas naquele sábado, mas do meu lado,não era só a sexual. Não que eu achasse que ela só queria sexo,mas eu sabia que ela acreditava que aquele seria um fim de semana romântico,onde nós ficaríamos grudadinhos como um casal em lua-de-mel e não era isso. Bem! Não era só isso!
Levei Sofia e Isabela ao shopping, queria comprar algumas roupas para minha pequena e para a minha namorada,caso ela quisesse. Era dia de aula,mas eu não via problema no fato de Sofia perder um dia de aula,já que ela não viajaria conosco, queria proporcionar-lhe alguma diversão.
Compramos algumas peças pra Sofia e mesmo relutante ,Isabela aceitou que eu lhe comprasse alguns artigos de praia,como vestidos leves,cangas e alguns biquínis. Havia um em especial que me deixou com os nervos a flor da pele,só de pensar nela ali dentro.
Eram duas peças mínimas,e eu não tinha certeza se ela iria querer usá-lo, mas eu torcia que sim.
Era branco,com alguns detalhes de lantejoulas, mas o que me chamou atenção mesmo foi a parte de baixo,era uma peça tipo cortininha,que com certeza ,que com certeza realçaria muito aquela bundinha empinada. Não me importava se todos os olhos estariam sobre ela,eu queria vê-la deitada sob o sol,com o bumbum pra cima naquele biquíni.
Ela não me viu comprar a peça,estava distraída com Sofia,escolhendo cangas,paguei o biquíni e coloquei no bolso. Saímos da loja e fomos almoçar num restaurante dentro do shopping e fomos levar Sofia a casa da avó. Demorei o mínimo possivel,eu não me sentia bem naquele ambiente. Despedi-me da minha filha com um beijo no rosto.

Isabela

Se a casa de Otávio era grande,a da avó de Sofia era um elefante branco. Um ambiente pomposo e aristocrático ,onde agente tinha medo de tocar em algo e o objeto se esfarelar na nossa mão.
Heloísa, a avó de Sofia,me encarava com um olhar inquisitivo e cara de "Quem soltou um pum?", era o entojo em pessoa.
Ela não fez a menor questão de ser simpática comigo e Otávio,encarava-nos como se estivéssemos cometendo algum pecado mortal, chamou-o para uma conversa na cozinha e eu tentei me manter na sala,mas foi difícil. Eu estava em cólicas para saber sobre o que eles falariam.
Aproximei-me,lentamente da porta da cozinha e não precisei fazer o menor esforço para escutar sobre o que eles falavam,já que ,mesmo diante daquela pose de dama da sociedade,seus berros poderiam ser ouvidos na Antárctica.
-Como você se atreve a colocar uma mulherzinha qualquer dentro da casa da minha filha, Otávio? Você não tem esse direito!
-Tenho o direito de fazer o que eu quiser.-Otávio estava vermelho e isso indicava que ele estava irritado- Dona Heloísa,eu amava a sua filha mas,ela está morta. Eu não posso parar a minha vida! Eu vou me casar com a Isabela e isso não é problema da senhora!
Casar comigo? Eu não esperava por aquela,não que eu não cogitasse a chance de nos casarmos um dia,mas Agora!Ele já falava em casamento.
-Isso é no mínimo inapropriado,minha filha construiu aquela casa e você foi o único que se beneficiou disso.
-O que a senhora quer dizer com isso?
-Que a morte da minha filha foi bem proveitosa pra você.
-A senhora é inacreditável!-ele estava irritado- A sua filha não me deixou nada,Dona Heloísa, nós nos casamos por amor e se ela se afastou da senhora, não foi por minha causa,ela não suportava as suas interferências e eu a admirava muito por isso.
A discussão parecia estar quase se encerrando e eu voltei correndo para a sala,me sentando desconfortável no sofá, os dois voltaram instantes depois e Dona Heloísa, me tratou cordialmente.
Como era falsa! O jeito dela me lembrava a minha mãe,com exceção de que minha mãe até podia ser inflexível, mas não era dissimulada.
Nos despedimos dela e de Sofia e Otávio estava com uma expressão carrancuda. Será que aquela discussão com a sogra estragaria nossa viagem?

-Está tudo bem? -ele estava com uma expressão carrancuda, enquanto dirigia.
-Não! -ele foi enfático e muito direto e eu tinha certeza que não devia dar continuidade aquela conversa, então limitei-me a ficar calada observando-o
Ele estava muito vermelho, o que era um indicativo de que ele ainda estava com raiva,seus lábios contritos e seus olhos num tom de azul mais escuro que o comum. Eu achava fascinante o fato da cor dos seus olhos variar de acordo com as suas emoções .

Eu queria conversar

Queria demovê-lo daquele peso que estava sobre suas costas,queria deixa-lo leve ,do mesmo modo que ele conseguia fazer comigo.

Seguimos calados até em casa,ele subiu para o seu quarto,mas eu não o segui de imediato. Fiquei sentada no sofá da sala,meditando sobre o que eu poderia dizer para animá-lo .
Fui para o quarto uns cinco minutos depois e encontrei Otávio deputado na cama em posição fetal com os olhos marejados de lágrimas
Aproximei-me a passos lentos e sentei apoiando sua cabeça em meu colo,afaguei seus cabelos,quieta ,esperando que ele se pronunciasse.
-Sabe Bela,Fátima e eu não tivemos uma relação muito convencional no início- sua voz estava um tanto embargada por conta do choro.- Ela queria um sexo casual com um rapaz mais jovem e eu admito que cheguei a pensar ,que podia ser vantajoso ter um relacionamento com a minha preceptora influente. Mas, eu nunca a enganei,ela nunca me enganou e isso de um torar proveito do outro durou bem pouco. Ela me cativou aos poucos ,toda a determinação que ela tinha até me ofuscava um pouco. Ela era linda,independente,tão segura de si ,que nenhum homem ficaria com a Fátima sem se apaixonar por ela.
Senti um certo aperto, eu estava com ciúmes de uma morta e aquilo era péssimo,mas eu não podia evitar.
-Você não precisa provar pra ninguém que vocês se amavam,Otávio! -eu não deixava de afagar seus cabelos- Eu tenho certeza que ela sabia disso.
-Sim,ela sabia! Só que eu não consigo deixar de me sentir mal,quando eu falo com a Dona Heloísa, ela me faz sentir o último dos homens,
Eu não sabia o que responder,então me mantive calada.
-Eu me sinto um covarde,Bela!
-Engraçado que eu sempre achei você o mais corajoso dos homens.
-Acho que vou deixar essa casa,comprar um apartamento menor.
-Isso tem algo a ver com a avó da Sofia?
-Tem tudo a ver.
-Se fosse pela sua vontade eu apoiaria,mas eu acho bobagem você se mudar por causa disso. No mínimo ela vai dizer que você comprou a casa nova com o dinheiro da filha dela.
Ele riu e sentou-se,me encarando.
-Você não existe ,Bela!-ele levantou-se -Melhor eu me arrumar para irmos e você também.
-Te espero lá embaixo.

Paixão sem limitesOnde histórias criam vida. Descubra agora