Capítulo narrado em terceira pessoa-Parte IV

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Isadora estava um tanto nervosa com a possibilidade de conhecer a sogra. Era uma experiência completamente inédita para  ela.
Sentiu seu coração pulsando descompassado quando Lucas bateu a porta da casa da mãe, segurou forte em seu braço quando ouviu o som da porta se abrindo.
-Oi mãe- ele deu um beijo em seu rosto e foi acompanhando Dora pra dentro.- Essa é a minha namorada,Isadora!
- É um prazer conhecê-la, você é realmente linda!
A mãe de Lucas era uma mulher alta,de cabelos curtos e cacheados,tronco largo apesar de não ser gorda. O filho parecia-se muito com ela,tinha os mesmos olhos,os mesmos lábios e o mesmo nariz fino.
-O prazer é meu Dona...
-Laís, nada de Dona,só Laís.
-Cadê o Pedro, mãe?
-Lá no quintal
-Já volto,amor!-ele deu um beijo no rosto da namorada e seguiu para os fundos.
Isadora sentiu-se desconfortável, mas Dona Laís era uma pessoa fácil de lidar e logo as duas enredaram uma conversa descontraída e animada e Isadora ficou sabendo que ela viera para Salvador tentar a vida com os dois filhos pequenos, já que o marido tinha fugido deles,soube que Pedro estava concluindo o ensino médio e que assim como ela pretendia cursar engenharia civil,que Lucas tinha saído de casa pra ficar mais perto do trabalho e da faculdade e que ela tinha um paquera, que Lucas entendia e aceitava mas,Pedro morria de ciúmes.
Algum tempo depois Lucas veio para dentro acompanhado por seu irmão caçula que simpatizou com a cunhada de imediato. Os dois tinham muito em comum.
-Como vocês se conheceram?-sua mãe indagou enquanto jantavam e Lucas suspirou longamente.
-Ele trabalha com a minha irmã- Isadora contou.
-Sua irmã é patroa do meu filho?-ela pareceu preocupada
-Olha mãe,a Dona Isabela é uma ótima pessoa,ela não é que nem esses ricos cheios de soberba.
-Desculpa Dora,mas acho meio estranho isso,e se não der certo entre vocês? Meu filho é que sai no prejuízo.
Isadora não teve argumentos, sentiu-se triste e angustiada. Quis dizer algo em sua defesa,mas não foi preciso.
-Mãe, a Dora é simples como a gente e se eu perder o trabalho consigo outro. Nós nos gostamos isso é o que importa.
-Eu não sou rica Dona Laís! Moro com a minha irmã de favor porque a minha mãe foi internada num hospital psiquiátrico.
-Desculpa,meu bem! Eu não sabia.
-Tudo bem!
A sensação de desconforto permaneceu,até que Dona Laís tomasse Isadora pela mão e a levasse para a varanda,deixando os dois irmãos na sala,curiosos.
-Me desculpa mesmo pelo que eu disse,é que o Lucas já enfrentou tanta coisa nessa vida. Eu tenho medo que ele sofra,mas eu sinto que eu posso confiar em você. Vocês tem gostos em comum. Não sou eu que vou interferir.
Laís abraçou-a sem aviso prévio e a aura de constrangimento que tinha se formado se dissipou.

Já se passavam algumas semanas que Isadora e Lucas estavam namorando e os dois estavam apaixonados,mas Isadora evitava ficar sozinha com ele. Até então não tinha ido conhecer o local onde ele morava,mas num certo fim de semana, Lucas levou-a de surpresa ao seu recanto.
Era uma casinha minúscula,apenas um quarto que também servia de sala,a cozinha americana e um banheiro.
-É aqui que eu me escondo,Dora!
-É bonitinho!-ela afirmou sentando-se na cama e observando a prateleira onde constava livros de engenharia. -Comprei todos num Sebo!-ele afirmou.
-Minha mãe queimou os meus quando surtou, estou usando os livros da biblioteca da faculdade.
-Eu gosto da sua determinação,sabia?
-E eu da sua.
-Sabe que eu nunca gostei de uma garota como eu gosto de você.
Isadora sentiu-se comovida
-Acho que eu te amo,Dora!
-Eu também!
Ele beijou-a e sentou-se na cama,Isadora deitou ao seu lado.
-Será que nossos filhos se acostumam com dois pais engenheiros.
Ela riu
-Acho que sim. Quando nós pensarmos em tê-los daqui há dez anos ou mais.
Eles riram e deitaram-se ,depois se encararam sérios! Ele acariciou o seu rosto e puxou-a para si,beijando seus lábios e pescoço,ela começava a sentir-se excitada,mas afastou-o.
-Não dá, Lucas!
-Por que?
-Eu sempre me preparei para só ser de um homem depois do casamento, Lucas! Eu sei que parece uma coisa arcaica,antiquada,mas é assim que eu me sinto. Se eu e você somos feitos um pro outro. Se nós devemos ficar juntos pro resto das nossas vidas,então eu acho que nós podemos esperar. Tudo bem pra você?
-Tudo bem,se é assim que você se sente eu respeito e espero.
-Espera?-ela parecia surpresa.
-Sim,eu espero. Eu gosto de você e respeito sua posição e eu espero.
Ele beijou o alto da sua cabeça e aninhou-a a ele.
-Você pode dormir comigo?
-Isso eu posso.
Ele beijou o alto da sua cabeça e ficou acariciando seus cabelos até que ela dormisse,pegou no sono logo em seguida!

Paixão sem limitesOnde histórias criam vida. Descubra agora