Paixão sem limites

Capitulo XLIX

Isabela

Chupa essa manga Gabriel.
Atreva-se a me dizer agora que o meu relacionamento é morno!
Aquele homem estava me provocando e deixou todas as minhas emoções a flor da pele.
A princípio aquilo me deixou muito aborrecida,quer dizer, ele me provocava daquele jeito e não chegava aos finalmentes?! Mas,a minha irritação foi curta,porque eu tenho que admitir que aquilo foi divertido,estimulante,espetacular.
Otávio sabia como deixar uma mulher com os nervos a flor da pele. E de certo modo aquilo me comoveu.
Ele podia, simplesmente ter saciado o próprio desejo no meu corpo e eu com certeza,não seria contra,mas ele tinha um jeito diferente, era óbvio que ele queria mais do que sexo.
Eu estava achando-o meio bobo,ou talvez fosse justamente o oposto,mas ao mesmo tempo eu me sentia valorizada,eu me sentia única! E dessa vez eu estava certa em me sentir assim,porque com Otávio eu tinha plena certeza de que eu não seria usada,que ele estaria sempre ali pra mim,na cama e na vida.
Otávio não era um homem de relações carnais,mas de sentimentos,e ele me provava isso a cada dia.
Eu estava,realmente, apaixonada,mas não aquele fogo-de-palha que eu senti por Gabriel, aquilo era real,era único.
Eu o amava! Na verdade,eu nem sei quando ao certo esse sentimento brotou em mim,porque eu observava Otávio no consultório e eu o admirava. Admirava sua beleza,seu compromisso com o trabalho, o modo como ele era pai e mãe ao mesmo tempo. Tudo aquilo me intrigava ,e eu o achava inacessível, agora eu começava a perceber que toda aquela admiração que eu tinha por ele,era mais que isso,mas eu não me permitia tentar uma aproximação, por achar que ele era homem demais pra mim.

E agora ele era meu.

Estava tarde,eu estava tão leve,eu tinha que dormir,mas eu não conseguia. Será que ele também estava acordado,pensando em mim,como eu estava pensando nele?
Eu estava revivendo na minha cabeça,aquela coisa mágica que aconteceu entre nós naquele quarto.
Como Otávio tinha o corpo apetitoso,os gominhos naquela barriga tanquinho,deixariam qualquer mulher pensando besteira e vendo de perto,o membro dele era,realmente, grande e como era grosso. Com certeza eu ia querer senti-lo todo dentro de mim. E eu só esperava que o sábado não tardasse a chegar.
O celular vibrava na minha mesa de cabeceira, apanhei-o e tinha uma mensagem dele
"Está acordada?"
"Sim"
"Também não consigo dormir. "
"Você poderia vir aqui e terminar o que começamos."
"É uma proposta tentadora,mas vamos ter que esperar até sábado. "
"Não podemos negociar esse prazo?"
"Não"
"E por que?"
"Tenho uma surpresa para o sábado. "
"Surpresa? Agora além de lubidinosa ,eu estou curiosa"
"E quem disse que isso é ruim?"
"Qual é o seu plano? Me enlouquecer? Está conseguindo "
"Basicamente isso. Quanto mais louca você estiver,melhor será"
"Eu não conhecia esse seu lado pirracento."
"Tem muitos lados meus que você ainda não conhece,mas eu terei paciência e lhe apresentarei todos. Acho melhor você ir dormir agora."
"Por que está me dispensando?
"Não estou. Só acho que você devia descansar,vou fazer o mesmo. Te espero no café da manhã "
"Boa noite, meu amor."
"Boa noite,minha dama."
Eu seguiria seu conselho, eu estava com um pouco de dor de cabeça, fechei os olhos,vagamente e esperei o sono chegar aos poucos.

Acordei pela manhã e parecia que tinha alguém martelando a minha cabeça, tamanha era a dor que eu estava sentindo, sentei-me na cama e percebi que o corpo inteiro doía e quando toquei os pés no chão, senti uma vontade imensa de espirrar. Era a minha rinite alérgica atacando, levantei-me e fui para o banheiro lavei o rosto e tomei um anti-alergico,com água da pia mesmo e voltei pra cama.
O tempo estava frio,e certamente por isso,minha rinite estava atacada. Cobri-me e peguei no sono outra vez. O remédio costumava me deixar sonolenta.
Acordei com insistentes batidas na porta, enrolei-me no meu cobertor e fui atender.
-Bom dia,Otávio- ele estava com uma camisa de algodão azul de manga comprida e calças de moletom. Até usando alto tão trivial,ele era sexy. O que aquele homem via em mim?- Dormiu bem?
-O que há com você? -ele ignorou minha pergunta,levando a mão a minha testa- Você está quente! Vou buscar o termómetro, já volto.
-Não precisa, Otávio, eu vou ficar bem.
-Precisa sim!- ele ia saindo mas,eu segurei-lhe a mão.
-Eu tenho termómetro.
Ele acompanhou-me para o quarto,retirei uma valise vermelha de dentro do guarda-roupas e entreguei a ele.
-Aí tem um termómetro,mas eu estou bem,Otávio! É apenas a minha rinite alérgica, ela sempre me derruba quando o tempo esfria.
-Nossa! Tem de tudo aqui! Esfignomamometro,estetoscopio,medidor de glicemia,termómetro,gases,ataduras,fita microporada,esparadrapo. -Ele encarou-me ccom um sorriso questionador- Hipocondria?
-Curso técnico em enfermagem.
-Você?
-Por que a surpresa?
-Por nada.
-Fomos obrigadas a fazer. Eu e minhas irmãs.
-Capitão Dona Sílvia não brinca em serviço-ele riu e aproximou-se de mim com o termómetro em mãos, colocou sob a minha axila,retirando após alguns instantes.-37,8,não é uma febre alta. Você tem antipirético?
-No armário do banheiro.
-Por que as pessoas guardam remédios no banheiro?
-Algum problema com isso?
-Coliformes fecais. O melhor lugar pra se guardar remédios é na cozinha.
-Providenciarei isso depois Doutor Otávio.

Tomei o remédio que ele me deu,a contragosto,eu odiava o sabor que os remédios deixavam na minha língua.
-Sofia ficou aborrecida porque você não veio para o café. -ele estava,sentado a beirada da minha cama- Mas,eu imaginei que você não nos deixaria na mão, se não tivesse acontecido algo.
-Ficou preocupado comigo?
-Fiquei. E com razão. Por que não me ligou?
-Pra dizer que eu tive uma crise de rinite? Não queria te preocupar com isso.
-Você ainda não entendeu ,que eu preciso cuidar de você?
-Precisa?
-Preciso!-ele apanhou minha mão e passou a acaricia-la - Eu preciso que você esteja bem!
-Então,você vai sempre cuidar de mim?
-Eu nunca vou deixar de cuidar de você. -ele beijou-me a mão- Eu nunca mais vou perder você de vista. Eu não suportaria.
-Por que?
Ele soltou minha mão e levantou-se,deixando a minha dúvida no ar.
-Eu já volto.