Paixão sem limites

Capítulo LXII

Eu só podia estar ficando louca! Era isso, só podia!
Não havia explicação pra eu ter aceitado tão rápido esse casamento.
Como era de se esperar num dia de domingo,não havia ninguém no cartório ,além de mim,Otávio ,seus primos Rute e Claudio, o marido de Rute, Cássio e o juiz de paz que estava realizando o nosso casamento.
Eu só vacilei por um momento antes de assinar o documento,mas então foquei naqueles profundos olhos azuis e encontrei a coragem que eu precisava,assinei o documento acrescentando o Santana de Otávio no fim do meu nome!
Agora eu me chamava Maria Isabela Ribeiro Santana.
Eu agradeci por termos apenas o sobrenome do nosso pai,senão meu nome ficaria ridiculamente grande.
Otávio tomou a minha mão num beijo e depois que seus primos assinaram como testemunhas,nós deixamos o cartório e fomos todos para um restaurante.
Concordamos em não mencionar nada sobre o casamento de improviso na fazenda e eu fiquei grata por não me tornar o centro das atenções no circulo familiar.
Combinamos de preparar uma festa para dali a alguns meses,onde reuniríamos a família dele e a minha e então o casamento seria oficial para a família.

Tomamos uns drinques no restaurante,para comemorar e seguimos para a fazenda.

Subi para tomar banho e Otávio me seguiu.
-Eu não acredito que nós estamos casados!- exclamei
-Por que não acredita,Senhora Santana?
-Foi tudo tão rápido!
-Considerando o fato de que há quinze anos eu quero te levar pra cama e casar com você,demorou até demais.
-Nós temos que contar a Sofia.
-Sim,mas só amanhã!
-Por que?
-Crianças não são boas com segredo,ela vai acabar comentando algo com minha mãe e aí, Dona Eleonor vai ficar magoada porque casamos as pressas.
-Tudo bem!
-Eu te amo,Senhora Isabela Santana.
-Também te amo,Senhor Otávio Santana.

Voltamos para a Bahia e eu estava em cólicas para contar a Sofia,mas Otávio queria ele mesmo contar a ela.
Dona Eleonor havia mandado uma série de coisas para nós,entre queijos,doce de leite,carne de carneiro e porco e outras coisas. Tínhamos levado comida para o mês inteiro! Foi engraçado o modo como eu ela fez questão de me introduzir no seu seio familiar, me apresentando a todos os vizinhos, amigos e parentes como sua nora. A cada vez que alguém cruzava a porta e ela enchia a boca para dizer que eu era a noiva do seu filho. Otávio e eu nos entreolhávamos, como se fizéssemos parte de uma conspiração.

Fui para a cama,assim que chegamos em casa,estava exausta! Tudo podia esperar até o dia seguinte!
Eu precisava descansar o meu corpo e por as ideias no lugar.
Encarei meu dedo onde eu ostentava o anel de noivado. Tudo foi tão as pressas que ainda nem tínhamos alianças.
Casados!
Dá pra acreditar?

Otávio

Queria que Isabela ficasse na sala comigo para conversar com Sofia,mas a viagem a deixou mais cansada do que eu poderia imaginar. Aquilo me pareceu um pouco estranho!
Isabela era uma das pessoas mais enérgicas que eu conhecia e eu desconfiava de que aquele cansaço pudesse ser algo mais do que simples fadiga. Se bem que desde que voltamos de Noronha,ela vinha trabalhando sem descanso no consultório. Talvez,eu devesse atribuir o seu cansaço a isso e não ficar especulando em busca de outros motivos.
Decidi contar a Sófia na manhã seguinte.
Bela não me perdoaria se eu não esperasse para contar com ela.

Brinquei de bonecas na sala com Sofia e deixei que ela fizesse uma trança nos meus cabelos,que eu achava que já estava passando da hora de cortar,mas eu gostava tanto do modo como Bela,puxava-os enquanto fazíamos amor,que eu vivia adiando isso. No fim das contas,breve eu estaria parecendo um hippie! Douglas já havia feito piada com os meus óculos,dizendo que eu deveria devolvê-los ao Elton John,imagine se eu deixasse os cabelos crescerem mais.

Levei Sofia para a cama sobre protestos de que ela queria Bela,mas nessa noite não seria possível, esperei-a dormir e fui para a cama me entregar nos braços de Morfeu,já que nos de Bela não seria possível essa noite.
Ela dormia tranquila e eu tinha ciúmes do seu sono que a tomava de mim.