Continuação do anterior

1.7K 227 18
                                    

- Isabela meu bem,o pobre do Tavinho está desesperado lá fora. Por que ele não pode entrar?- Maria já chegou no quarto me dando bronca- Filha,não faça assim com o pobre!
-Lia,eu só não quero falar com o Otávio agora- na verdade,eu não sabia se haveria um outro momento em que eu quisesse falar com Otávio,talvez não houvesse mais nada entre nós dois que devesse ser dito.- Nós não estamos muito bem,um com o outro.
-Eu entendo,mas eu acho que pelo menos agora vocês deveria esquecer essas desavenças. Vocês são tão jovens e fazem um casal tão bonito!
-Eu só quero descansar,ficar calma pelo meu filho. Otávio pode falar comigo outra hora.
-Você é quem sabe. Mas,como você está se sentindo?
-Como se tivesse sido atropelada por um caminhão.
Rimos juntas e ficamos conversando mais um pouco,até que ela beijou-me a testa e saiu do quarto. Eu me ajeitava na cama,quando vi Otávio adentrando o quarto pelo canto da porta.
-Achei que eu tivesse sido clara quando disse que não queria te ver.
Ele fechou a porta atrás de si e aproximou-se, sorrateiro, da cama.
-Lia me disse que você queria falar comigo!
-A Lia,claro! Mas,ela enganou-se, eu não quero!
-Bela,eu...
-Isabela,esse é meu nome! Prefiro que você me chame assim daqui por diante.
-Bela!-ele tomou minha mão e beijou-a -Me desculpa ter te deixado sozinha,eu não podia adivinhar que isso ia acontecer. Por favor não fique chateada comigo.
-Chateada!-eu ri de soslaio e tirei a minha mão de sobre a dele.-Você acha que eu estou chateada porquê você foi pra Noronha?
Ele me encarou com uma expressão confusa,os olhos azuis profundos contornados por olheiras escuras.
-Bela,eu...
-Isabela,eu já disse! A sua Bela não existe mais,eu sou só uma vagabunda que teve a infeliz ideia de casar com você e você é um pobre corninho que precisa encher a cara,pra esquecer que a vadia aqui pode estar grávida de outro,ou dos dois. Você até sugeriu que seria interessante se isso acontecesse e eu seria caso pra estudo.
-Bela,eu não sei do que...
-Não me admira que você não saiba do que eu estou falando. Você me ligou bêbado,soluçando, mal conseguia completar uma frase,mas eu me lembro de cada palavra debochada e você não tem ideia do quanto me feriu.
-Meu amor,eu... Eu não me lembro... Eu não quis te magoar.
-Quis sim! Você me ligou apenas com essa intenção. Me magoar.
-Bela,me perdoa! Eu estava bêbado,confuso. Caramba! Me da uma chance. Eu te amo!
Encarei seus olhos e quase cedi a vontade de esquecer tudo e beijá-lo,mas ele levou as mãos aos cabelos,afastando-os do rosto e pescoço e eu pude ver bem nítidas marcas de unha e de mordidas que eu não havia deixado ali.
-E é por que você me ama,que você transou com outra mulher.
-O que?-instintivamente ele levou a mão ao pescoço -Não é isso,Bela! Deixa eu explicar.
-Saia daqui!-eu tentava conter as lágrimas.
-Amor,por favor deixa eu falar... Eu sei o que parece- ele começou a chorar mas,não me comoveu em nada.-...por favor deixa eu explicar.
-SAIA DAQUI!- eu gritei e a enfermeira Eliete veio acompanhada de dois seguranças que retiraram Otávio do quarto,enquanto ele chorava e berrava
-BELA,ME DEIXA TE EXPLICAR!

Paixão sem limitesOnde histórias criam vida. Descubra agora