Capitulo LX

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Eu estava realmente vivendo um sonho!
Os dias se passavam e nós tínhamos voltado a rotina de trabalho.
Otávio estava mais exigente como patrão e eu não entendia porque,ele simplesmente havia me sobrecarregado de trabalho e me delegado novas responsabilidades,agora tudo passava por mim e eu me perguntava o que ele estava pretendendo com aquilo?. Otávio parecia ter sempre uma carta na manga.
Mesmo exigindo tanto de mim,ele não deixava de ser o meu homem doce e romântico.
Era sexta-feira e todos os dias da semana ele me mandava um buquê de rosas amarelas e agora eu tinha certeza que,as flores que eu havia recebido antes não foram de Gabriel,mas dele. Nossa relação também estava mais quente do que nunca. Sempre que tínhamos uma brechinha de tempo,nos agarrávamos pelos cantos do consultório.

-Tenho uma surpresa pra você! -Otávio assustou-me, adentrando a minha sala empolgado,ele trazia um envelope laranja em mãos,entregou-me- Não vai abrir?
Eu estava curiosa e abri o envelope tirando de lá uma folha de papel que parecia ter acabado de ser impresso.
-Eu não acredito que você fez mesmo isso.
-Estou cansado de gerenciar meu próprio negocio. Eu sou bom com números, mas você é a excelente!
-Então,eu devo entrar na faculdade e ser a sua administradora?
-Não! Você deve entrar na faculdade e ser administradora. Trabalhar pra mim fica ao seu critério.
-Comprovante de inscrição- li em voz altas e vi todos os meus dados pessoais ali,agora não tinha mais retorno- Eu não acredito.
-Se você passar,e você vai passar. Eu pago a sua faculdade.
-Prefiro que você pague apenas o meu salário.
-Orgulhosa!
-Sempre.
-Ainda vou te convencer do contrário. Bom,vamos viajar amanhã.
-Viajar?
-Sim,vamos pra Minas,quero ver como está o meu pai e apresentar a minha família a você. A menos que você tenha planos?
-Bom,não tenho!
-Vai ser legal! Minha família é enorme e meu tio Mário esta lá.
-Acho que seu tio vai me deixar a vontade.
-Ele sempre adorou você.
-Ele dizia que nós íamos casar e não é que ele estava certo.
Ele sorriu e beijou-me indo pra sua sala.

Otávio

Nós não contávamos com a surpresa de encontrar Dona Heloísa sentada no sofá da sala,quando chegamos. Maria me encarava como se dissesse "Desculpa,eu não pude controla-la" e eu sabia o quanto ela era difícil de lidar.
Ela focou no dedo de Isabela,fulminando-a com o olhar.
-Então quer dizer que vocês vão se casar?
Luciana pareceu notar que o clima ia esquentar e chamou Sofia para ir brincar no playground do condomínio.
Tudo o que eu queria era abraçar a minha filha e desfrutar da companhia dela e da minha noiva para jantar,mas do contrário eu teria um embate com minha sogra que não tinha,absolutamente, nada a ver com minha vida pessoal.
-Sim,Dona Heloísa, nós vamos nos casar.-não me intimidei-Algum problema com isso?
-Você pode me esclarecer onde vocês vão morar?
-Oras,onde a senhora acha?
-Você não vai colocar outra mulher sobre o teto da minha filha.
-Dona Heloísa, eu estou cansado,com fome e com um pouco de dor de cabeça. Se a senhora puder se retirar,eu agradeço.
-Você não vai me pôr pra fora da casa da minha filha.
-Isso já foi debatido em juízo se bem me lembro. Querendo ou não,Dona Helô essa é minha casa e eu quero que a senhora saia agora!-eu quase gritei- E não se meta mais nos meus assuntos.
Ela saiu batendo os pés no chão e quem estivesse na frente que saísse de baixo.

Fui para a cozinha e pedi a Maria para me fazer um café, Isabela foi para o nosso quarto,creio que tomar um banho.
-Maria ,por favor,não deixe essa mulher entrar mais aqui sem a minha permissão.
-E o que eu faço se ela insistir, Tavinho?
-Ponha ela pra fora a cabadas de vassoura.
-Olha que é você que tá mandando.
-Sinta-se a vontade,Lia!

Fui para o quarto e encontrei minha Bela,sentada na cama,passando hidratante nas pernas,num vestido azul-água curto.
-Vou buscar a Sofia para jantarmos.
-Foi tenso,hein?!
-Eu me pergunto quando é que vou me ver livre daquela megera?
-Você foi bem enérgico.
-Você acha que eu exagerei?
-Não, Você se impôs! Eu só não imaginava que com esse ar de bom moço,você tivesse um badboy escondido.
-Eu tinha que dar um basta nisso. Então,você vem comigo?
-Claro!

Fomos caminhando até o playground onde minha filha brincava no balanço. Dei a Luciana dinheiro suficiente pra que ela tomasse um táxi,já que sem querer,acabei segurando-a mais tempo que o habitual no trabalho e estava ficando tarde para ela pegar um ónibus.
Ficamos ainda algum tempo no playground, mas Isabela estava apressada pois ainda faria as malas,então fomos para casa,jantamos e Bela subiu com Sofia para ajudar a pequena com as malas dela.
Enquanto as duas preparavam as coisas de Sofia para viagem,vi que devia fazer o mesmo e fui arrumar as minhas, depois disso deitei para dormir. Sairíamos cedo e eu iria dirigir até Minas Gerais,precisava estar descansado.
Não vi o horário em que Bela deitou-se para dormir,mas senti seus braços e torno da minha cintura e seu hálito quente no meu pescoço.
Aquela sensação que eu queria pelos próximos dias da minha vida!

Paixão sem limitesOnde histórias criam vida. Descubra agora