Ligados pelo Destino

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Em certos momentos acabava acordando e às vezes me via em um avião, mas volto a dormir como se houvesse uma força que puxasse meu ânimo para baixo. Acordo tantas vezes que desisto e vou cedendo ao transe até que entro em coma.

Comecei a sonhar, dessa vez com a garota do sonho anterior. Ela está debaixo de uma árvore correndo novamente. Ela está vestida com roupas brancas, uma caixa de papelão na cabeça (com um dos lados abertos) e utiliza um crachá mal feito dizendo: "ASTRONAUTA". De repente, o garoto do sonho anterior também aparece, mas agora está com a cara pintada de verde, roupas azuis e andando esquisito.

- APAREÇA MONSTRO ESPACIAL! - gritou a garota.

- NÃO VOU ME REBAIXAR À VOCÊ, TERRÁQUEO! -  gritou ele de volta mas com a voz mais esquisita que já ouvi.

Eles ficam sérios por alguns minutos, sempre se encarando e com posições de combate, até que a garota não aguenta e cai no chão gargalhando. O garoto também não resiste e ri da mesma forma. Eles parecem tão... reais. Não parece ser um sonho, nunca se pareceu com um sonho, se parece mais com... lembranças.

Tudo muda a minha volta até ficar em um lugar totalmente negro, escuto alguém falando comigo e de repente tudo muda de novo.

- Crystal! Crystal! CRYSTAL! PANDINHA!

Acordo assustada por causa do chamado. Sinto minha bochecha úmida e, quando toco, sinto lágrimas. Não consigo ver Fen, está escuro e só a luz de uma pequena grade na parede ilumina o local.

Sinto as mãos de Fen segurando a minha cabeça e vou apalpando seu braço até sentir o rosto do mesmo. Estou fraca, minhas energias parecem ter sido sugadas. Fico feliz em poder sentir Fen de novo, sentir que há alguêm perto de mim naquele lugar escuro.

- Crystal? Você acordou... - suspira Fen.

- Onde... estamos? - pergunto.

- Acho que estamos na Turquia, pegamos um avião... como é o nome daqueles aviões de gente rica?

- Jatinhos particulares.

- Ah, esse mesmo, pegamos um jatinho mas a viagem inteira me deixaram amarrado na poltrona, mas tenho quase certeza de que estamos na Turquia.

Crio forças para levantar, Fen me ajuda a ver pela janelinha do canto mas só vejo um beco fechado.

- Fen, por quê estamos aqui? - pergunto.

- Falaram que ainda não confiam na gente, por isso nos prenderam - disse ele.

- Ah.

Meus pensamentos pararam naquea hora no ônibus, dá garota que salvou a gente. Acho que tenho que agradeçe-la.

A porta da cela se abre e revela um guarda.

- Vamos, acham que irão ficar nesse escuro por mais um dia?! - pergunta ele com um mal humor quase que renacido.

Ficamos encarando ele até que nos tira à força. Andamos por alguns corredores, não muitos, e somos jogados em um jardim.

- Pronto, seus vermes! Recompensem seus 5 dias presos naquela cela - disse ele e, por fim, ele fecha a porta.

Não posso dizer que não acreditei porque, quando olhei para o sol senti minha visão indo embora de tão claro que estava. Fen parecia ter o mesmo efeito.

Estiquei o corpo. Fiz alguns alongamentos até que comecei a explorar o jardim. Fen estava imundo, assim como eu por causa da falta de banho, mas está rolando tudo bem.

Fen me empurrou no balanço de pneu, ele fez algumas acrobacias na grama da qual ele sabia fazer, tentei fazer minha primeira estrelinha mas não deu muito certo. Tudo estava rolando bem.Até que me dei bem com Fen mesmo conhecendo ele a poucos dias.

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