Na estrada... de novo

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Desde quando eu aprendi a perdoar tão fácil? Sério, eu não era assim nem com meu pai. Costumava ficar dias sem falar uma palavra com ele até que ele me obrigava à conversar. Mas com Fen é diferente, ele me convence com simples palavras e percebo o quanto ele gosta de mim; O quanto ele quer, o tempo inteiro, me proteger ; O quanto ele daria para me ver ao lado dele.

Estamos na sala de segurança da escola onde Hendry estuda. Os seguranças ainda não nos viram, Fen leva o dedo indicador aos lábios em sinal para eu fazer silêncio. Ele entra na sala de segurança e escuto os gritos dos guardas logo sendo abafados.

- Crystal, vem! - grita Fen.

Entro na sala e a primeira coisa que vejo são os seguranças caídos pelo chão, desde quando Fen é tão forte? Bom... ele tem bastante músculos, mas nada justifica o caso!

Fen vasculha pelos monitores em busca de alguma pista do sumiço de Hendry. Também vasculho as cameras do outro computador, mal percebo e a minha mão sem querer encosta na de Fen. Me afasto rapidamente sem olhar pra cara dele mas tenho certeza qur tanto eu quanto ele corou. Não sei quais são meus verdadeiros sentimentos, mas um dia irei descobri-los.

-Crystal, acho que sei onde ele tá -disse Fen.

- Sério?!

- Acho que sim, ele é loiro e meio pálido?

- Pálido não, mas é loiro.

Quando olhei para o monitor do computador de Fen nem acreditei no que vi: Hendry está amarrado sendo vigiado por vários homens de preto armados. O rosto dele está um pouco desfigurado por causa da quantidade de sangue e ferimentos, sem excluir o olho roxo dele. Meu coraçāo deu um salto, nós temos que salvá-lo.

- Onde você acha que ele está? - pergunto me apoiando na mesa.

- Dá pra ver que tem comida ali no canto, estão no refeitório - disse Fen.

- Ótimo, precisamos salvá-lo!

- Tá, mas antes...

Fen pega as armas do segurança e me oferece uma, não sei porque mais acho que isso não vai dar certo.

- ... é só liberar a bala aqui e apertar o gatilho para atirar. Nada complicado - conclui ele.

Pego a arma mas Fen só tem uma faca.

- Por quê não pega uma arma também? - pergunto.

- Você lembra de como nos encontramos?

Engulo em seco, as memórias começam há voltar: estava indo em direção ao metrô quando algo afiado faz um risco da minha bochecha, era uma faca, a faca que Fen me acertou.

- Sou muito habilidoso com facas, não me subestime, pandinha - disse Fen dando um sorriso malicioso.

- Acredito em você - falo - só não nas suas habilidades.

Fen ainda mantém o olhar malicioso e , de repente, ele pega minha cintura. Mantenho minhas mãos em seu peito para ficar longe do rosto dele, não estava afim de beijá-lo de novo porque ainda não consigo esquecer o outro beijo e ainda estou confusa.

- Você me ama? - pergunta ele.

Pronto! Agora sim passei de confusa pra um parafuso a menos no cérebro. Olho para baixo e encaro meus próprios pés, mas Fen quer uma resposta por isso pega meu queixo com a mão livre e eleva meu rosto.

- Você me ama, Crystal- ele volta à perguntar.

- Fen... e-eu não sei se estou pronta pra responder isso - gaguejo.

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