Não irei desistir até te encontrar

89 9 2
                                    

Fen grita de dor, o caipira começa a cortar mais profundamente o seu braço como se estivesse cortando um peru pro natal.

Juntei as minhas últimas forças e falei:

- P- pare.

O caipira parou de cortar o braço de Fen. A grama verdinha está tão coberta de sangue que quase me fez vomitar.

- Acho que ela tem razão. Simbora daqui! - disse o que me enforcava.

- Tá sô, pega a garota! - disse o que machucou Fen.

Mas um caipira surgiu e pegou minhas pernas. Me debati, cheguei até a morder a mão de um deles mas nada os fez desistir. Não conseguia gritar para poder chamar Hendry ou Frederick, simplesmente não conseguia me mover.

Me levaram para dentro da floresta, deixando Fen à beira da morte no campo. Correram tanto para dentro da floresta que perdi até noção de lugar. Em um lugar um lugar bem afastado, eles me amarram em uma árvore e, enquanto amarram, riem de alguma coisa.

- Vamo ficá ricos, sô! - disse o caipira que veste macacão. Vou chamá-lo assim agora.

- Vredade... já ligaram pro patrão?! - perguntou o de camisa listrada. Vou chamá-lo de Listra.

- Craro, mas ninguém atendeu - disse o outro caipira magricelo. Magricelinho, talvez? Bom nome para quem quer sofrer bullying na escola.

Foi aí que ouço um toque bem esquisito. Magricelinho puxa do bolso do casaco um celular acabado. O número é desconhecido.

- Alô? Quem fala? - ele põe no viva- voz para que Listra e Macacão escutem.

"São os idiotas caipiras? ". Pergunta a voz, que me parece muito familiar.

- Craro, patrãzinho! Estamos com sua filha! - disse Macacão.

De repente tudo fez sentido. Claro que ele não se permitira só daqueles homens de preto me pegassem, seria mais útil se a maioria das pessoas soubessem. Engulo em seco.

" Onde ela está? Onde está minha Crystal?!", perguntou ele elevando um pouco a voz.

- Calma, sô! Já vai entrar em contato.

Tentei me soltar naquele meio tempo, não quero falar com ele nem que me paguem. O Macacão prendeu minha cabeça com as mãos e Magricelinho aproximou o celular para que eu falasse com meu pai.

" Crystal? Graças a Deus que está bem! Vou mandar um helicóptero te pegar em Paris e... "

- Não precisa, eu estou muito bem sem você - disse friamente.

" Oras, não seja tão fria comigo. Sou seu pai e tenho direitos sobre você... agora diga: eu te amo papai, venha logo me buscar! Como você fazia antigamente", obriga ele.

- Mas nem pintado de ouro vou falar isso para você algum dia!

Seguio -se um silêncio. Senti a respiração dele ficar mais pesada.

"Batam nela", comandou ele.

Listra se aproxima e me desfere o pior tapa que já poderia ter levado na vida. Gritei.

" Agora fale, Crystal. Esse tapa foi por mim"

- NUNCA!

Em seguida, outro tapa e mais outro. A cada vez que negava mas um tapa era desferido violentamente em meu rosto. Já tinha passado de 5 tapas quando não pude aguentar mais.

- C- CHEGA! Eu falo...

Senti a respiração do meu pai se tranquilizando no outro lado da linha como se estivesse se enchendo de prazer só de me ouvir apanhando.

Até onde você for...Onde histórias criam vida. Descubra agora