Sentimentos difíceis

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Na casa estava tudo quieto. O silêncio me fez tremer de medo, mesmo eu sabendo que não há ninguém na casa... tirando o assassino que raptamos.

- Precisa de ajuda? - perguntou Thomas para mim.

- N-não, eu me viro.

Sento no sofá da pequena sala, deslizo minhas costas pelo tecido macio e libero um longo suspiro.

- Está cansada? - pergunta uma voz familiar.

Encaro Iris sem ter a mínima ideia do que falar depois. Seu cabelo de cor chamativa está preso em um coque mal feito, que há deixa com um toque de charme.

- E-estou, não precisa se preocupar - digo, tenho certeza que fiquei da cor de seu cabelo.

- Querida, se uma coisa eu tenho que fazer é ficar preocupada - diz ela. - Sou enfermeira em um presídio.

Aquele comentário me fez rir, mesmo que por alguns segundos. A porta se abre, revelando Fen e Hendry

- Desculpem interromper as damas, mas... Iris, alguma notícia de Frederick?

- De acordo com aquela foto... - ela pensou um pouco - Não, ainda nada.

Frederick já estava desaparecido a muito tempo, já até tinha me esquecido dele (tenho que admitir). Mas mesmo assim, o fato dele estar perambulando por aí não me agradou muito.

Observo as coisas a minha volta, estão praticamente intocáveis comparando com a imagem que tenho sobre essa sala anteriormente. Analiso o tecido do sofá com minha mão e de repente acabo ficando com muita vontade de repousar minha cabeça ali mesmo.

- E aí? Vamos lá embaixo? - pergunta Leon.

No começo não havia entendido muito bem, mas aí lembrei do assassino que prendemos ontem. A ideia me deixou apreensiva, mas mesmo assim me pus de pé junto com os outros e seguimos Leon.

A casa não parecia ter porão, mas foi com isso que me deparei quando pus meus pés no primeiro degrau. Já estive em um ou dois porões antes, mas nunca como aquele: tinha corredor largo que se liga a três cômodos, parecia mais um cala bolso. O local é bem limpo para um porão, mas mesmo assim sentia calafrios o tempo todo. Por que porões tem que ser tão macabros?. Todos acabaram descendo também, me senti meio desconfortável no meio de todos.

O local é bem limpo para um porão, mas mesmo assim sentia calafrios o tempo todo. Por que porões tem que ser tão macabros?

- Vamos - chamou Leon, abrindo a última porta.

Hesitei em entrar, mas já que fiquei de fora fui me aproximando bem devagar.

O assassino balançava a cabeça de um lado para o outro como se estivesse cansado de ficar parado ali. Ele está preso em uma cadeira sobre correntes, o corpo cheio de tatuagens reluzia por causa do suor.

- O que querem aqui? - gemeu ele.

- Queremos respostas - disse Leon, se ajoelhando perto do bandido.

- Quais?! Garoto, você não especifica as coisas! - disse ele.

Leon segurou a gola da camisa do bandido. Apesar do peso, Leon conseguiu trazê-lo para frente quase sem problemas.

- Você sabe do que estou falando - disse ele. - Mas pelo menos sabemos que não é alemão.

- E nem você, seu pirralho metido.

Ele se levanta e limpa as mãos.

- Bem, isso já dá pra perceber.

O homem ri com desdém, mas nem ligamos.

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