Sonhos estranhos

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- Por que está aqui? – a expressão confusa do rapaz se transforma em raiva.

- Não posso dar um "oi", amigo? – disse Fen. – Além disso, trouxe um ótimo presente, faz muito tempo que queria te dar.

Fen pois uma das mãos em minha costa e me empurrou para frente, só nisso me senti um pouco constrangida. Os dois pareciam se falar através dos olhares nervosos, por isso fui me distanciando aos poucos.

Manco para perto de um vaso de planta, Leon me encara como se me conhecesse.

- Vocês não deveriam estar aqui! – Leon ainda não desvia o olhar.

- Ela quebrou a perna! Você é o... quer dizer, um dos médicos mais importantes da cidade! Estamos sem dinheiro e estamos correndo de um assassino! – disse Fen.

Leon ponderou, sinceramente não estou me sentindo confortável nessa situação. Não importa o que ele escolha, só quero um lugar para ficar por um tempo. Mas mesmo assim, algo dentro de mim grita para eu ficar e conhecer tudo que me espera dentro dessa casa. Prendo uma mecha de cabelo atrás da orelha e observo os pássaros tomando água em uma poça.

- Tá – disse Leon. – Mas eu não moro aqui, vamos.

Ele grita em alemão para alguém lá dentro e logo fecha a porta atrás de si. Ele liga para um táxi, que quando chegou se impressionou com o estado deplorável meu e de Fen.

Observo todo o percurso cheio de casas até que a vista muda para um lindo porto. Parece com o dos filmes, mas só que melhor: o sol nascendo parece dar vida à praia deserta e o mar ondula levemente determinando à batida das pequenas ondas, até os pássaros parecem aproveitar cada momento de paz.

"Nunca senti tanta falta do mar", penso. E é verdade: nunca gostei tanto de praia, mas agora rezo para estar de biquíni, nadando nessas águas frias e sozinha. É... um momento sozinha seria ótimo.

- Chegamos – anuncia o taxista, me arrancando dos meus pensamentos.

Fen e eu saímos do carro enquanto Leon paga à viagem. A casa é de frente para o mar, mas não pense que deve ser "chique" ou qualquer coisa do tipo. Muito pelo contrário: é simples, com uma cerca pouco segura e é de dois andares, nada que deva se impressionar.

- Cheguei! – gritou Leon após entrarmos.

- Ótimo, me trás refrigerante! – gritou alguém do segundo andar.

- Pare de ser preguiçoso, venha aqui, temos visitas muito importantes – gritou Leon de volta.

Não sei por que ele nos considerou "importantes", mas acho que não é o momento certo para perguntar. Fico um pouco tonta por um momento, mas foi o suficiente para me obrigar há me apoiar no encosto do sofá. Observo o local enquanto me recupero: a sala tem um sofá e uma televisão, mais embaixo vejo alguns jogos de videogame mal fechados; Uma parte da sala é separada para a mesa redonda de jantar e a lareira.

Escuto passos descendo às escadas rapidamente. Não parecia ser um, mas sim duas pessoas.

São, na verdade, dois garotos gêmeos , ambos tem cabelos negros e olhos azuis. Por um segundo, noto uma estranha semelhança entre eu, Leon e os gêmeos, logo afasto essa ideia.

- Tom, Thomas, esses são... – ele engoliu em seco em antes - ... são Fen e Crystal.

Sinto que já conhecia esses nomes, mas também afasto essa ideia. Ambos me olham como se fosse um fantasma.

- P- preciso tomar água – disse o que acredito ser Thomas.

Por incrível que pareça o clima na sala começou a ficar bem tenso.

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