Capítulo 12

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Terça quando chego tem um buquê em minha mesa. Olho o cartão e diz: "Nada chega perto de sua beleza, mas essas rosas podem ocupar algum patamar próximo. Obrigado mais uma vez pelo celular. Antony Daves."

- Sério?

- Bom dia flor do dia! - Edu chega cheio de graça. - Hum, vejo que começou o bombardeio. Vou indo antes que você lance uma grana com o mesmo feitiço que lançou nos bonitos lá de cima. Opa! Eu também trabalho lá em cima, só que no andar errado. - Ele pisca e sai me deixando furiosa com sua brincadeira.

- Sr. Tomaz vai me matar.

Pego as flores e coloco em um jarro atrás de mim no escritório. Quando o Sr. Tomaz chega, vê as flores, levanta uma sobrancelha pra mim e entra.

- Iupi! Começamos o dia com a cotação em alta para "pitis", em dobro.

Graças a Deus não recebo mais nada do Sr. Daves e tranquilizo meu chefe que estava para perder os poucos cabelos que ainda restam. Vou almoçar e na volta recebo outra ligação de Miguel. Deixo cair na caixa postal. Ele liga diversas vezes seguidas. Então desiste. Quando é que vou me livrar de vez desse estorvo. Tenho pesadelos quase todas as noites. Lembranças terríveis dos últimos dias de nosso namoro. Vou trabalhar mal humorada quase a semana inteira até que chega sábado.

Edu me leva a um dos apartamentos que quer alugar. É pequeno, arejado, bem divido, e simples. Eu gosto, mas ele quer mais próximo ao trabalho. Então vamos visitar outro, e mais outro. Não se decide e a fome bate em nós dois. Almoçamos e voltamos para a casa de Rita.

- Então? Já posso pegar suas coisas e te jogar no olho da rua?

- Para que a pressa? O que foi que te fiz?

- Não quer me contar quem é essa mulher misteriosa com quem está saindo. Isso não se faz Edu. Preciso saber quem ela é. Ter certeza de que está bem. Que serve para você.

- Rita. Não vou me casar com ela. É só curtição, nada sério. - Ele ri alto e me olha.

- Então por que não conta? Ela é casada? Eduardo onde é que você está com a cabeça. Se bem que eu posso adivinhar sozinha onde, mas sério? Você não é dessas coisas.

- E lá vai ela de novo com as suposições erradas. Você acredita mesmo que eu sou capaz disso? - Ele a olha mais sério agora.

- Eu não te reconheço mais. Você agora vive fugindo da gente. Some o fim de semana inteiro e quando aparece não diz onde nem com quem estava. O que você acha que deveria supor?

- Nada. Não é da sua conta mesmo. Então pare, ok. Só, pare de perguntar, especular. Assunto encerrado.

Ele sai nervoso e me deixa com o furacão. Rita anda de um lado para o outro e me olha.

- O que? Eu me preocupo com ele, tá legal!

Levanto minhas mãos em sinal de rendição. E dou de ombros. Meu telefone toca e vejo que é Miguel de novo. Vou até o banco do jardim e espero a ligação cair.

- Quem era?

- Miguel. De novo. Ele não vai me deixar em paz

Doce RemédioOnde histórias criam vida. Descubra agora