Capítulo 18

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- Meu Deus!!! - falo alarmada.

Tento me lembrar daquela noite. Lembro de chegarmos na boate. Da música alta. Do grude de Edu. Fecho a cara com a recordação. Lembro-me de não ter bebido no copo de ninguém. Tomei algumas cervejas mas nunca as deixava só, nem a mesa onde estávamos. De me soltar na pista de dança. Não conversei com ninguém em particular, só com... Não. Não pode ser. Ele não faria isso. Ou faria?

No mesmo instante a porta do quarto abre e por ela passa meu furacão particular e seu pequeno grande tornado. Rita e Ângelo.

- Graças a Deus! Oh, graças a Deus! Você acordou! Estava tão preocupada Mila. – Ela me abraça apertado, me beija o rosto e me abraça de novo.

- Vai com calma irmãzinha. Deixa ela respirar senão ela perde a consciência de novo. Oi Mila, como está? - Angelo fala tirando Rita de cima e me abraçando.

- Oi Ângelo. Acho que vou me recuperar. Se a sua irmã deixar, é claro. - Ele pisca pra mim segurando o riso. Sabe que a irmã iria explodir com a brincadeira.

- Vocês ficam fazendo piada comigo quando o caso é grave! – Olho para minha amiga desestruturada ao meu lado, e dessa vez sou eu que a puxo para um abraço apertado. Afago seu cabelo com a mão e sinto todo o amor que temos uma pela outra. Amigas-irmãs.

- Senti saudades furacão. - Falo baixinho no ouvido dela.

- Eu também, minha amiga, eu também. E você resolver escolher justo o momento em que não estamos ao seu lado para acordar né? Bem a sua cara mesmo. – Começo a rir, mas paro quase na mesma hora. Uma dor de cabeça me invade.

- Você deve sentir dores de cabeça e tonturas nos próximos dias. Terá de ficar em repouso. Não pode dirigir. E de preferência, sempre na companhia de alguém.

- O Dr. poderia ter dito isso na ausência dessa maluca aqui? Agora não vou poder escapar das garras dela. - Rita faz uma careta pra mim e abre um sorriso para o Dr. Rômulo.

O médico sorri entendendo bem a situação. Imagino o que deve ter passado entre eles.

- Quando ela vai poder sair? – Rita pergunta.

- Vamos deixá-la em observação por mais algumas horas. Se estiver tudo bem, ela poderá sair ainda hoje.

O médico sai e é a vez de Ângelo me abraçar. De novo. Ele é tão carinhoso quanto a irmã.

- Você se lembra do que aconteceu? – Ele me pergunta.

- Na verdade um pouco, as memórias vêm em flashes na minha cabeça. Me lembro de dançar na boate, das bebidas, do Antony, do Miguel. – Estremeço quando lembro de seus olhos negros. Do Edu e da cola ao seu lado, mas prefiro não comentar sobre isso.

- Você acha que pode ter sido ele quem te drogou? - Rita pergunta.

- Como? Ele não chegou perto de mim. Não bebi nada de diferente de vocês. – Só a água no escritório de Antony, mas ainda não acredito que ele possa ter feito isso. Ele não desceria a tanto para ficar com uma mulher, desceria?

- Por falar em Antony, ele esteve aqui. Estava visivelmente preocupado com você. - Rita fala abrindo um sorriso largo e com um ar de cumplicidade.

- Aqui? O Sr. Antony Daves? Aqui? Você tem certeza?

- Uhummm. Ele moveu os melhores médicos pra te atender. Não poupou esforços físicos e nem financeiros. O cara tem presença, Mila. – Ela fala suspirando.

- Rita, como assim? - olho pra minha amiga sem entender.

- Mila, por favor! Cai na real! Ele está se arrastando por você. Não percebeu ainda? As flores, a boate, agora esse atendimento personalizado, quarto VIP. O que mais você quer pra entender que ele tá afim de você?





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