- O quê? - eu rapidamente solto suas mãos e me endireito no sofá. Olhando para ele ainda sem entender, ou melhor, não querendo entender o que acabei de ouvir.
- Jante comigo. Não é um encontro. Apenas me acompanhe em um jantar, como amigos. Não pedirei mais nada a você. Só jante comigo. - ele volta a segurar minhas mãos.
Olho para o par de olhos verde brilhando em expectativa enquanto aguarda minha resposta. Seu semblante está ansioso, percebo algumas gotas de suor em sua testa. E hoje não está um dia quente.
- Por favor, Mila. É só o que te peço. Jante comigo.
Aceito ou não? O que eu faço? Nessa hora meu telefone toca e vejo o nome de Edu. Penso na cola que ele arranjou naquela noite. Fecho os olhos, quando abro, olho o homem lindo e entregue a minha frente, que nesse momento mais parece um adolescente, enquanto aguarda minha resposta. E minha boca age mais rápido do que meu cérebro.
- Tudo bem. Aceito.
Vejo o alívio em seu rosto com a minha resposta e um sorriso alegre. Os olhos brilham mais intensos. Um menino ganhando seu brinquedo numa manhã de natal.
- Obrigado - ele puxa minha mão e a beija demoradamente. - Obrigado. Marcamos quando você estiver totalmente recuperada. Agora, como você me lembrou bem, estou atrasado - e ri nervoso. Ele levanta, despede-se e sai apressado, quase derrubando um vaso.
Meu Deus, o que foi que eu fiz? Por que eu aceitei? Rita entra pulando e se joga no sofá. Dando gritinhos e batendo palminhas sem parar.
- Você já tem a roupa? Posso te emprestar um de meus vestidos. Tem umas sandálias também apara combinar. Ai que sonho. Sair com aquele chefe gato. Ula-la!!! - falando que nem uma matraca, Rita se abana com as mãos e começo a rir dela. Ficamos o dia inteiro conversando. No final do dia o Sr. Tomaz me liga e diz que já expediram a liminar com a medida e a partir de agora, se o Miguel se aproximar poderá ser preso. E eu ficaria livre dele por um bom tempo.
Edu chega a noite e vem falar comigo. Estou na sala, ainda sentada no sofá, lendo.
- Oi. Está se sentindo melhor?
- Estou melhorando sim, obrigada. - Respondo sem olhar para ele.
- Fui te visitar no hospital, mas você ainda não estava acordada.
Balanço a cabeça afirmando. Ele chega mais perto e levanta meu rosto para que olhe para ele.
- Você viu minha ligação mais cedo? - pergunta.
- Vi sim, mas estava recebendo uma visita na hora. Ia te retornar mas acabei esquecendo.
- Visita de quem? - Ele me pergunta, juntando as sobrancelhas e me soltando.
- Antony.
Edu fecha a cara e faz uma linha fina com a boca.
- Você está recebendo a atenção do seu fã clube? E em casa? Quanta consideração. - Fala em tom de cinismo.
- Como vai sua amiga? Vocês chegaram bem em casa naquela noite? Espero não ter atrapalhado. - Falo em tom acusatório para ele.
- Você acha que ainda tinha algum clima naquela maldita noite? - ele me devolve também em tom de acusação.
- O que está acontecendo aqui? Edu, a Mila precisa descansar. Vocês conversam depois. Tchau, tchau.
Ele se levanta furioso e sai sem dizer uma palavra.
- Ele tá tão agitado desde sábado. Parece outra pessoa. Você acha que a cola é o motivo dele estar assim? Será que é ela o tal caso misterioso dele?
- Não sei Rita. Estou com dor de cabeça, acho que vou tomar um comprimido e dormir.
- Desculpa amiga, espera que vou pegar água pra você.
Então ela levanta e sai quase correndo e me deixa com meus pensamentos girando entre Edu, Antony e Miguel. Meu Deus!!! Você me escolheu a dedo. Só pode ser isso.
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Doce Remédio
ChickLit-------PLÁGIO É CRIME COM FORÇA DA LEI 9.610/98------- ***Obra Registrada no Avctoris. *** Qualquer semelhança com nomes, fatos, pessoas ou locais nesse livro é mera coincidência.*** *** OBRA ORIGINAL SEM REVISÃO. FÍSICO REVISADO E JÁ NA 2ª EDIÇÃO...