Capítulo 15

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Acordo e procuro por Edu na cama, mas não o encontro. Levanto e vou ao banheiro. Lembro-me da noite passada. A necessidade que senti de estar mais próxima a ele. Seu cheiro, seu gosto, seu toque, suave e delicado. Como se fosse me quebrar se usasse mais um pouco de força. Seu olhar cor de mel, faminto, desejando. Recordo da nossa conversa antes da viagem, onde disse que não estava disponível pra ninguém no momento, que era só curtição. Como encaro minha realidade agora que percebo essa atração mais forte. Apaixonada? Realmente estou apaixonada? Ou será apenas uma ilusão de momento com o reaparecimento de Miguel em minha vida? Quando penso em Miguel, tremo da cabeça aos pés e acabo deixando cair minha escova de cabelo fazendo um barulho que me assusta e me tira de meu devaneio. Da última vez que me apaixonei não foi nada cor de rosa. Talvez no início eu pensasse que sim. Mas o mar de rosas rapidamente transformou-se em campo minado e árido.

- Eu não posso estar apaixonada. Eu não quero estar apaixonada. Já tive o bastante disso e não foi nada agradável - Digo olhando a garota com cara de boba no espelho. É isso. Estou me enganando. Não é paixão, é atração física. Puramente sexual. Melhor continuar pensando assim.

Depois de um banho rápido e troca de roupas, vou a cozinha. O cheiro de café atiça meu estômago. Edu está tão absorto na tarefa de fazer torradas que não percebe minha presença. Sento-me no balcão e o observo. Meu Deus como é lindo! As costas largas, os músculos todos nos seus lugares, sem exageros. A bunda arredondada e perfeita. Minha vontade me vence e ando até ele o abraçando por trás.

- Hummm o cheiro está uma maravilha. - Falo em seu ouvido.

- Espero que o gosto esteja bom também. - Se vira e me olha me abraçando pela cintura. Cheira m eu pescoço e um arrepio sobe por meus braços. - O seu cheiro que é uma maravilha. Dormiu bem?

- Muito bem. - Abro um sorriso largo pra ele.

- Fico feliz em ouvir isso. Agora vamos comer e sair.

- Sair? Pra onde? - Pergunto.

- Recebi uma ligação de um dos imóveis que quero tentar alugar. Eles nos esperam em uma hora. Você ainda vai me ajudar a procurar certo? - Ele me olha ansioso.

- Claro! Tenho por hábito cumprir minhas palavras. - Digo isso e me transporto à minutos atrás onde me encarava no espelho.

- Ótimo! Então vamos comer e sair.

No caminho Rita me liga chamando para ir de novo a boate nova. Combinamos o horário e nos encontraremos lá. Enquanto estamos olhando o apartamento, Edu recebe uma ligação. Fica todo animado e chama a pessoa do outro lado da linha para a boate também. Pergunto quem é e ele diz ser uma amiga. Ok. Não estou com ciúmes. Certo? Nada de compromissos, nada de se apaixonar, lembra? Com esse pensamento fico o restante do dia remoendo essas palavras como um mantra.

Doce RemédioOnde histórias criam vida. Descubra agora