Capítulo 25

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Nosso jantar segue calmo mas como temos trabalho no dia seguinte vamos embora cedo. Antony me leva em casa ainda em clima amistoso. Ao parar o carro, vira e segura minhas mãos beijando delicadamente.

- Mais uma vez, foi adorável ter a sua companhia. - ele fala me olhando diretamente nos olhos.

Enrubesso um pouco, ainda não acostumada com seus galanteios e sorrio.

- Você é uma excelente companhia também. Agora tenho que ir. Boa noite, Antony.

- Boa noite, Mila.

Saiu do carro dando um último adeus e vou em direção ao meu prédio. Aperto o botão de chamada do elevador e aguardo o ping. Já dentro dele, com as portas quase fechando alguém as impede e elas se abrem. Edu aparece com um olhar feroz pra mim. As portas se fecham ao mesmo tempo em que ele me cerca em um canto do elevador.

- A noite foi boa Mila?

- Foi ótima, até agora. – o enfrento de queixo erguido.

- Imagino que sim. Jantar com um dos executivos mais cobiçados deve ter sido beeeeemmmm prazeroso pra você não?

Sem nem pensar no que faço dou um tapa na cara de Edu.

- O que você está insinuando com isso? Se é isso que você pensa sobre mim é melhor dar meia volta e sair pela porta onde entrou. Aliás, você não foi convidado a subir, portanto nem saia do elevador.

Saiu enfurecida assim que as portas se abrem, porém Edu me segue até minha porta.

- Porque essa raiva toda? Ele não te satisfez, foi isso? Ele não quer te assumir? Quer te manter como a "Dama de Vermelho Misteriosa"? Só me explica uma coisa? O que você ganha fazendo esse papel?

Me viro e começo a empurrá-lo. Gritando.

- VOCÊ NÃO ME CONHECE. ENTÃO SUGIRO QUE SE MANDE OU CHAMO A POLÍCIA POR INVASÃO DE DOMICÍLIO. TRATE DE SAIR DAQUI. AGORA!!!

- PORQUE? ELE VAI VOLTAR E SUBIR? PORQUE ELE NÃO SUBIU LOGO? – ele grita de volta.

- PRA ESCLARECER AS COISAS, MESMO QUE VOCÊ NÃO MEREÇA, NÃO EXISTE NADA ALÉM DE AMIZADE ENTRE ANTONY E EU! – Falo berrando, tentado que de alguma maneira entre na cabeça dura de Edu a verdade. Quero que ele enxergue a verdade no meu rosto.

- Amizade? Amizade? Você quer que eu acredite em amizade? - fala desdenhando.

Levanto as mãos pro alto e me viro. Entro no meu apartamento e Edu invade não me deixando fechar a porta.

- Como assim amizade? Como a nossa? É isso que você tem com aquele cara?

- Nós ainda somos amigos? Por que meus amigos me conhecem. Não me acusam de coisas... De fazer ou ser coisas das quais você insinuou a pouco tempo. Não, Eduardo. A minha amizade com ele é diferente da nossa saber porque? Porque não o considero mais meu amigo.

Ele me olha calado. Segurando a respiração.

- A porta da rua é serventia da casa. Faça o favor de não bater e não voltar mais. – Me viro e vou para o quarto. Tentando me desfazer de minhas roupas, de repente Edu me vira e me beija. Um beijo urgente, faminto. Me perta em seus braços e me leva em direção a cama. Caindo sobre mim e me prendendo a mesma. Uma sensação ruim e familiar me assalta.

- Edu para. Não. - tento me desvencilhar de seu aperto. Mas ele me prende mais ainda e fala.

- Não... Não consigo. É mais forte do que eu, Mila. Eu não quero ser seu amigo. Muito menos deixar de sê-lo. Quero ficar com você. Cuidar de você. Proteger você. Me deixa ficar com você, por favor. Eu fiquei possesso de ciúmes do Daves, possesso de um jeito como nunca fiquei antes, com ninguém. Nunca quis me prender a ninguém. Me desculpa, por favor... Me perdoa pelo que disse. Mas quando vi as fotos, depois do que você me falou no café aquele dia... Eu pirei, tá bom. Pirei. – Ele desabafa.

- Edu, eu... – não consigo dizer nada.

- Shhh, não precisa dizer nada agora. Só pense no que te disse, por favor. Prometo de deixar em paz se você não me quiser. Só... Pensa tá. Por favor.

Então ele me beija de novo com urgência, roubando todo o meu ar e os meus sentidos, mas antes do que eu pense ele para. Logo está de pé indo embora. Enquanto eu me desfaço na cama, sem saber o que fazer. Arfando por ar, ainda sentindo o calor de seus lábios nos meus. Fecho os olhos e gemo frustrada com toda essa situação.

Fui escolhida mesmo. Só pode ser isso.





Doce RemédioOnde histórias criam vida. Descubra agora