Capítulo 35

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Segunda chego no trabalho em cima da hora. Sr. Tomaz me pergunta como foi e digo que tudo correu bem. Não falamos no assunto e focamos nossas atenções ao trabalho. Chego em casa a noite, tomo banho e vou direto ao site do curso de especialização. Dou início nos meus estudos, tirando dúvidas nos fóruns que existem. Conheço pessoas legais no decorrer dos dias e estou amando voltar a estudar. Principalmente por sentir que estou fazendo o curso certo. Vai me dar mais crédito no trabalho e logo poderei assumir um cargo de maior respaldo. Afinal de contas, não foi por isso que comecei o curso? Meu futuro profissional depende disso agora. Espero terminar dentro do prazo.

E assim se foram 2 meses de curso, de trabalho, de... bem... preparação, quando recebo uma caixa no meu trabalho. Agradeço o entregador e abro depois que ele vai embora. Dentro tem um gato de pelúcia com uma venda colada nos olhos. Um bilhete embaixo dele.

"Gatinha...tô com saudades... das nossas brincadeiras... Você era tão divertida... Aqui... tch tch tch gatinha... aqui... gatinha... Não seja arisca gatinha teimosa... Você sabe que precisa de mim... Eu preciso de você. Ainda aguardo nosso momento. Vai ser inesquecível. Miguel."

Jogo a caixa com tudo no cesto do lixo, com muita raiva. O Sr. Tomaz logo vem e me pergunta o que aconteceu. Quando mostro ele também xinga baixinho.

- Mila o que você vai fazer? Será que isso conta como aproximação? Que poderíamos prender ele?

- Não sei. Só quero que isso acabe. Quero paz, Sr. Frederico, quero ter paz, não quero viver com esse medo de ele aparecer e... me levar de novo... Não quero aquilo de novo.

- Calma Mila. Vamos conseguir pegar ele e fazê-lo pagar pelo que fez. Tenha calma que vai dar tudo certo. Vamos procurar meu amigo na delegacia e ver o que ele diz sobre isso. – fala apontando a caixa.

- Tudo bem. – Respiro fundo, mandando as lágrimas que queriam sair de volta para o cantinho delas. Miguel não merece meu choro. Volto ao trabalho tentando esquecer essa caixa.

- Como estão seus amigos? Você tem saído um pouco ou está só trancada aqui e em casa? Mila, não deixe de viver sua vida por causa dele – fala a palavra com um tom de desprezo total. – Seja feliz, independente do que aconteça. Ok? Promete?

- Prometo, sim. Vou buscar isso.

- Ok, então... vamos voltar ao trabalho... minha mesa não vai fazer o serviço por mim. – sai revirando os olhos e bufando, e começo a rir dele.

Sigo minha rotina de casa e trabalho. Meus estudos estão dando certo até agora. Foi emitido uma ordem de prisão para Miguel por Crime de Desobediência devido ao bilhete, mas ele está foragido, pois no endereço dele ninguém o encontrou e faz um tempo que não aparece. Sigo o conselho do sr. Frederico e vamos a uma reunião de amigos na casa de Sara. Eu, Rita, Ângelo e Edu estamos nos divertindo quando ela chega com o karaokê ligado. Rita faz uma brincadeira desafiando todos a cantarem. Somos um grupo de 12 pessoas imagina a farra com esse karaokê.

É a vez de Edu cantar e escolhe Meu Bem do NX Zero e canta olhando para mim.

Pode ser coisa de astral
Ou posição da lua
Sabe quando o santo bate
E você pensa: "É sua"

Ela é toda positiva
E sabe bem o que quer
Não precisa de ninguém
Pra pagar de chofer

Gosta de dar rolê de dia
Me pede pra cantar pra ela
Fecha o olho e me encontra
Meu pensamento, ela é dona

Me deixa louco só de olhar
Abro a porta pra ela entrar
Me contagia hoje e sempre
Faz a vida andar pra frente

Fico com ela, porque ela me faz bem
Estou com ela, não preciso de ninguém
Ela tá longe, sinto falta dela também
Se não é amor, eu não sei o que é, meu bem


Doce RemédioOnde histórias criam vida. Descubra agora