N/A: Preparem os coletes à prova de balas, hoje tem tiroteio.
Durante a tarde inteira nós exploramos, junto com um guia, a área em que estávamos acampando, trouxemos algumas frutas e troncos para fazer a fogueira do jantar. Realizamos algumas atividades aquáticas é uma sobre subir em uma bananeira, o que não deu muito certo, mas pelo menos eu consegui alguns pontos na média.
— Sae, o que é isso no seu pescoço? - Shuna perguntou e mordeu um pedaço do peixe, tirei meus olhos do céu estrelado e voltei-os para Shuna.
— O que? - Perguntei fingindo que não entendia a pergunta dela.
— Esse colar, nunca te vi com ele. - Ela disse e eu ri nervosamente.
— A-Ah, minha mãe me deu... - Falei pegando o crucifixo dourado, Shuna sorriu balançando a cabeça negativamente.
— Sua mãe? - Ela perguntou, eu assenti.
Eu cerrei as sobrancelhas olhando para o colar.
— Shuna, foi um presente, ela me deu e eu não estou mentindo para você.
Pior que eu estava, estava mentindo para ela. Mas, o que eu diria? Ah, Suga me deu esse crucifixo hoje no litoral, não seria nada legal, ela não entenderia... Estou fazendo isso por um bem maior.
— Foi ele, não foi? - Ela perguntou de cabeça baixa.
— Não Shuna, não foi ele. - Eu respondi e ela suspirou.
— Tudo bem...
Foram essas as últimas palavras dela comigo naquela noite, eu senti um peso no meu coração, talvez pelo fato de que eu sentia que ela sabia que eu estava mentindo para ela... Ela ficou sentada trocando carinhos com Kwang durante a fogueira, ao lado dela Hyun recebia ligações da ex-namorada, mais á frente se encontrava Suga e seus amigos, eles riam e conversavam, rodeados de garotas, até mesmo Sara estava entre elas...
Suga é tão popular, tão rico... ele ri mas eu não vejo felicidade, ele mantém a pose de perfeito perto dos amigos mas, em casa, desmorona ao ver a família que tem, eu sei disso. Dinheiro não é sinônimo de felicidade
Toquei o crucifixo enquanto fitava as chamas consumirem a madeira, era pra ser assim? Que tudo fosse desse jeito, e se eu não tivesse sido a dupla de Suga, eu estaria segurando esse colar? Muitas perguntas para poucas respostas, mas eu não gosto de pensar nisso, me deixa insegura.
— Eu vou dormir, boa noite para vocês, meninos. - Falei e me levantei.
Todos já haviam entrado em suas barracas, menos Suga e os outros seis garotos, eu sentia o sono me consumir aos poucos, mas ainda sim queria ver o rosto de Suga iluminado pelas brasas da fogueira, o jeito que ele sorria, por mais que não demonstrasse todos os seus sentimentos ali. Não é lindo? Parece, mas é fatal.
— Tudo bem, durma bem. - Suga disse.
Fatal, se apaixonar, ainda mais por alguém como Suga, que uma hora me dá presentes, na outra me humilha diante de uma classe inteira...
Deitei em meu futon, enquanto ouvia as gargalhadas dos garotos do lado de fora, Shuna estava dormindo, fitei o teto da barraca, demorei um tempo até finalmente conseguir pegar no sono...
Eu queria ter uma noite tranqüila mas não foi o que aconteceu, primeiro, pois eu tive um sonho terrível...
— Passe tudo, agora! - O cara disse, meus joelhos doíam e minhas mãos estavam sobre a cabeça, movi meu olhar e vi Suga na mesma posição que a minha. A rua estava escura, o asfalto úmido e o clima frio.
Havia um homem, ele vestia capuz e roupas pretas, ele tinha uma pistola em mãos, meu coração estava acelerado, eu não conseguia pensar em mais nada, apenas em sair daquela situação.
— Você! - Ele apontou para Suga. — Quietinho enquanto eu dou conta sua namorada, entendeu?
Eu fechei meus olhos com força e senti as primeiras lágrimas descerem pelas minhas bochechas. Assim que abri-os de novo, vi Suga cerrar os dentes para o cara, o homem pegou meu pulso e eu gritei, senti um tapa ser desferido sobre minha bochecha direita e choraminguei, eu não vou ser estuprada, n-não...
Suga se levantou, louco e dominado pela raiva, ele atacou o homem, mas o mais alto foi mais forte, ele tinha uma pistola, Suga um simples canivete prateado. Eu fechei os olhos. E então um tiro ecoou por aquela viela em algum lugar de Seul, abri lentamente meus olhos e Suga cravou o canivete no pescoço do homem.
O mesmo caiu, já sem vida, após Suga ter acertado sua veia aorta, sorri ao ver o corpo morto sobre o asfalto e me levantei abraçando Suga, ele envolveu os braços na minha cintura e tossiu.
— S-Sae, saia daqui... - Ele disse, cerrei as sobrancelhas e me afastei, baixei meu olhar e vi minhas mãos, cobertas de sangue, elas tocavam o abdômen baleado de Suga.
— Não! Você não fez isso por mim... - Eu falei e ele tossiu novamente cuspindo sangue no asfalto...
— YoonGi, não! - Eu falei erguendo os braços e abri os olhos. Eu... Eu estava na barraca.
Foi só um sonho, quero dizer, pesadelo. Sentei sobre o futon enquanto eu acalmava minha respiração, aquele garoto... até nos meus sonhos?! Revirei os olhos e limpei-os espeiguiçando-me, eu sabia que não conseguiria dormir novamente, então abri o zíper da barraca.
Depois de um pesadelo como aquele eu precisava era de um ar fresco, saí da barraca e vi a fogueira, já apagada, com poucas brasas acesas, não havia ninguém, parecia que todos já haviam ido dormir.
Levantei meu olhar e vi o céu, a lua estava cheia, perfeito, céu visto da floresta e mil vezes melhor que visto das cidades. Enquanto eu pensava sobre os astros ouvi algumas risadas.
No início eu me assustei, qual é? Quem não se assustaria? Depois eu fiquei curiosa para saber quem ainda estava acordado a essa hora. Junto com as risadas, ouvi passos e sons de folhas sendo amassadas e galhos finos se quebrando.
Segui o som, com cuidado eu me aproximei de uma área com muitos pinheiros. E lá estavam as pessoas acordadas.
A curiosidade matou o gato. Quem procura, acha...
Muitos ditados se aplicariam a aquela situação, as duas pessoas acordadas eram Suga e Sara. Ela estava recostada sobre uma árvore enquanto o idiota a beijava, ela ria baixo e ele mordia o lábio inferior dela, senti como se fosse uma pancada no estômago, as borboletas deram lugar á malditas abelhas que me picavam internamente ao ver aquela cena. Eles se divertiam trocando carícias e beijos.
Ah, como eu sou trouxa.
Ri baixo. Ri de mim, da minha tolice, da minha ingenuidade de acreditar que Min Yoongi poderia um dia amar alguém, ou que eu pudesse amar alguém como ele algum dia. Sim, você estão esperando lágrimas, eu sei, desculpe desaponta-los mas Saejin Young não chora por homem algum.
Engoli o nó que se formara em minha garganta, senti minha visão embaçar e levantei meu rosto, fazendo as lágrimas regressarem. Esse playboy não merece uma lágrima minha, elas são mais valiosas que as gargantilhas que o papaizinho dele faz.
Grunhi de raiva e puxei o cordão para fora do meu pescoço, arrebentando o feixe, minha respiração estava acelerada, eu não podia conter aquilo, a raiva vinha á flor da minha pele e eu precisava extraí-la. Por um momento eu prestei atenção no crucifixo, na parte de trás, estava grafado uma frase.
"Pois onde estiver o amor, ali estará também o nosso coração"
Lucas 12:34Parece que isso não significa muito para o YoonGi, pensei e amarrei o colar em um galho de um pinheiro, já é o bastante para uma noite. Suga nunca seria o tipo de cara que arriscaria sua vida para te salvar de um estuprador, eu sou tão idiota em pensar isso dele, eu me ceguei pela paixão... mas eu aprendi a minha lição...
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DIAMOND 》 Suga
Fiksi PenggemarDizem por aí que os opostos se atraem, com tantas diferenças e até mesmo nisso, iguais. Duas pessoas com realidades diferentes, ela mora no subúrbio da Coreia, ele vive em uma enorme mansão no centro, ela não acredita em sorte, ele tem demais, ela p...