Sexta-feira 20:30
As luzes de Seul já iluminavam meu caminho e minha procura pelas ruas. A gasolina estava acabando, acelerei e logo encontrei um posto, pedi que o funcionário colocasse 20 de gasolina e paguei-o. Enquanto esperava, vi uma máquina de biscoitos da sorte, minha barriga roncou e olhei minha carteira, eu não tinha mais que algumas moedas.
Saí do carro e coloquei uma moeda na máquina, alguns segundos depois, um biscoito da sorte já estava em minhas mãos, voltei para o carro e abri a embalagem, quebrei o biscoito ao meio e comi as duas partes, peguei o bilhetinho da sorte e comecei a lê-lo.
"O dinheiro não é necessário para comprar a única necessidade da alma" — David Henry Thoreau
Fechei os olhos apertando aquele pedaço de papel em minha mão direita, amor, amor é a única necessidade da alma. Levantei minhas pálpebras e minhas orbes me levaram até um bar, simples e imperceptível por mim. Semicerrei meus olhos, ali, eu não procurei ali ainda...
Agradeci ao funcionário e estacionei o carro enfrente ao bar, saí do automóvel e uma mulher me parou na entrada.
— Carteira de identidade, por favor. - Ela pediu e eu amaldiçoei minha idade. E então, a voz de Kwang soou na minha mente "se um policial te parar, mostre o distintivo da minha mãe no porta-luvas".
— Sim, só um momento, acho que a esqueci no carro... - Falei e ela assentiu. Entrei no carro e abri o porta luvas, vi um distintivo dourado com o brasão da Corregedoria de Seul, espero que isso me faça entrar naquele bar.
Me aproximei da mulher e mostrei o distintivo, ela engoliu seco e pigarreou.
— P-Pode entrar filha da senhorita Dae. - Ela disse e abriu a porta para mim.
Suspirei e guardei o distintivo em minha mochila... O mundo é dos ricos, revirei os olhos e fiz meu caminho, passando pela mesa longa de atendimento, alguns velhos, que lá estavam sentados olharam pra mim, grunhi de repulsa e passei por todos, o local não estava tão cheio para uma sexta feira a noite.
Olhei envolta e não vi rostos conhecidos, me sentei em uma das mesas vazias e meu coração apertou mais uma vez, Deus, eu só te peço um pouco mais de sorte, só mais um pouco, eu só preciso encontrar o YoonGi... Apertei as mãos baixando meu olhar.
Minhas orações foram cortadas pelo som de uma garrafa a se quebrar, abri meus olhos e os homens do bar olharam para a porta dupla de onde veio o som.
Um momento de silêncio se instalou no local até que as portas se abriram e bateram contra a parede e um garoto caiu no chão do bar, fazendo os outros se levantarem. Meus olhos se arregalaram e fiz o mesmo, um grupo de três garotos apareceram, um deles tinha uma garrafa quebrada em mãos.
— Você quer brigar aqui, YoonGi?! Me responde seu filho da puta! - O primeiro homem gritou...
YOONGI?!
O homem chutou as costelas do garoto ao chão, fazendo o mesmo se contorcer, ele virou o rosto cuspindo sangue no chão, eu consegui ver sua face. Era Suga.
— Seu bêbado de merda! Você tem que aprender que conosco não se brinca! - O garoto da direita disse, a mulher da entrada correu na intenção de ajudar YoonGi mas foi parada pelo barman que avisou-a que seria melhor ela não se meter.
Cerrei meus pulsos, meus hormônios estavam a flor da pele, vi o rosto de Suga, do seu nariz escorria sangue e as bochechas estavam vermelhas, contrastando com o seu tom de pele clara feito neve... YoonGi, o que fizeram com você?
— Terminem com ele logo... - O do meio disse e os outros ergueram duas garrafas de Whisky na direção de YoonGi
Era arriscado, mas eu não agüentaria perder YoonGi de vez... Era a única maneira de provar que eu o amava, e eu o amava.
Disparei e gritei me colocando entre ele e os rapazes com as garrafas na mão, os mesmos abaixaram as garrafas e eu abracei YoonGi, ajoelhei-me segurei-o em meus braços, as lágrimas escorreram da minha bochecha e pingaram em suas bochechas quentes pelos golpes, seus olhos estavam fechados e eu solucei virando meu rosto para os garotos.
— Saia garota! - Um deles disse e eu cerrei meus dentes apertando Suga em meus braços.
— Não vai bater nele, não vai! - Eu gritei e mais lágrimas escorreram pelo meu rosto.
— Cale a boca, isso é entre nós e ele! - O outro gritou.
— Encostar um dedo nele, só por cima do meu cadáver! - Eu gritei mais uma vez, raivosa e firme.
Os dois ergueram as garrafas e eu fechei os olhos.
— Rapazes, chega. - Um deles falou e eu abri meus olhos, o do meio pôs as mãos sobre o ombro dos outros dois garotos e os mesmo se afastaram, o do meio se abaixou ficando na minha altura.
— Você tem muita coragem garotinha. - Ele falou e eu cerrei as sobrancelhas segurando as lágrimas. — E deu sorte hoje, não deixe mais seu namoradinho se meter com a gente, se não ele não sairá com vida, e você também não, se nos atrapalhar, estamos entendidos?
A única coisa que consegui fazer foi assentir, o garoto sorriu fechado e se levantou.
— Josh, Daeyan, vamos. - Ele chamou e os outros dois o seguiram pelo bar, assim que os três rapazes saíram senti um toque na minha bochecha.
— S-Sae... - Ouvi e baixei meu olhar para Suga.
— Shhh, não diz nada, só vem comigo... - Falei e nos levantamos com dificuldade, ele passou o braço esquerdo pelos meus ombros, se apoiando em mim a cada passada.
Recebemos olhares curiosos, ignorei todos e deitei a cabeça de Suga sobre meu ombro, saímos do bar juntos, assim como pedi, ele não disse uma palavra sequer. Coloquei-o no banco traseiro da Land Rover e entrei no carro, acelerei, subi meu olhar e o meus olhos se encontraram com o reflexo dos dele, no espelho, voltei meus olhos para a estrada e coloquei minha mão livre para trás...
Ele a segurou entrelaçando seus dedos frios não meus e eu cessei o cair das minhas lágrimas, chega de lágrimas por hoje, vamos para casa YoonGi...
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DIAMOND 》 Suga
FanfictionDizem por aí que os opostos se atraem, com tantas diferenças e até mesmo nisso, iguais. Duas pessoas com realidades diferentes, ela mora no subúrbio da Coreia, ele vive em uma enorme mansão no centro, ela não acredita em sorte, ele tem demais, ela p...