• Thirty Four •

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Sexta-feira 20:30

As luzes de Seul já iluminavam meu caminho e minha procura pelas ruas. A gasolina estava acabando, acelerei e logo encontrei um posto, pedi que o funcionário colocasse 20 de gasolina e paguei-o. Enquanto esperava, vi uma máquina de biscoitos da sorte, minha barriga roncou e olhei minha carteira, eu não tinha mais que algumas moedas.

Saí do carro e coloquei uma moeda na máquina, alguns segundos depois, um biscoito da sorte já estava em minhas mãos, voltei para o carro e abri a embalagem, quebrei o biscoito ao meio e comi as duas partes, peguei o bilhetinho da sorte e comecei  a lê-lo.

"O dinheiro não é necessário para comprar a única necessidade da alma" — David Henry Thoreau

Fechei os olhos apertando aquele pedaço de papel em minha mão direita, amor, amor é a única necessidade da alma. Levantei minhas pálpebras e minhas orbes me levaram até um bar, simples e imperceptível por mim. Semicerrei meus olhos, ali, eu não procurei ali ainda...

Agradeci ao funcionário e estacionei o carro enfrente ao bar, saí do automóvel e uma mulher me parou na entrada.

— Carteira de identidade, por favor. - Ela pediu e eu amaldiçoei minha idade. E então, a voz de Kwang soou na minha mente "se um policial te parar, mostre o distintivo da minha mãe no porta-luvas".

Sim, só um momento, acho que a esqueci no carro... - Falei e ela assentiu. Entrei no carro e abri o porta luvas, vi um distintivo dourado com o brasão da Corregedoria de Seul, espero  que isso me faça entrar naquele bar.

Me aproximei da mulher e mostrei o distintivo, ela engoliu seco e pigarreou.

— P-Pode entrar filha da senhorita Dae. - Ela disse e abriu a porta para mim.

Suspirei e guardei o distintivo em minha mochila... O mundo é dos ricos, revirei os olhos e fiz meu caminho, passando pela mesa longa de atendimento, alguns velhos, que lá estavam sentados olharam pra mim, grunhi de repulsa e passei por todos, o local não estava tão cheio para uma sexta feira a noite.

Olhei envolta e não vi rostos conhecidos, me sentei em uma das mesas vazias e meu coração apertou mais uma vez, Deus, eu só te peço um pouco mais de sorte, só mais um pouco, eu só preciso encontrar o YoonGi... Apertei as mãos baixando meu olhar.

Minhas orações foram cortadas pelo som de uma garrafa a se quebrar, abri meus olhos e os homens do bar olharam para a porta dupla de onde veio o som.

Um momento de silêncio se instalou no local até que as portas se  abriram e bateram contra a parede e um garoto caiu no chão do bar, fazendo os outros se levantarem. Meus olhos se arregalaram e fiz o mesmo, um grupo de três garotos apareceram, um deles tinha uma garrafa quebrada em mãos.

— Você quer brigar aqui, YoonGi?! Me responde seu filho da puta! - O primeiro homem gritou...

YOONGI?!

O homem chutou as costelas do garoto ao chão, fazendo o mesmo se contorcer, ele virou o rosto cuspindo sangue no chão, eu consegui ver sua face. Era Suga.

— Seu bêbado de merda! Você tem que aprender que conosco não se brinca! - O garoto da direita disse, a mulher da entrada correu na intenção de ajudar YoonGi mas foi parada pelo barman que avisou-a que seria melhor ela não se meter.

Cerrei meus pulsos, meus hormônios estavam a flor da pele, vi o rosto de Suga, do seu nariz escorria sangue e as bochechas estavam vermelhas, contrastando com o seu tom de pele clara feito neve... YoonGi, o que fizeram com você?

— Terminem com ele logo... - O do meio disse e os outros ergueram duas garrafas de Whisky na direção de YoonGi

Era arriscado, mas eu não agüentaria perder YoonGi de vez... Era a única maneira de provar que eu o amava, e eu o amava.

Disparei e gritei me colocando entre ele e os rapazes com as garrafas na mão, os mesmos abaixaram as garrafas e eu abracei YoonGi, ajoelhei-me segurei-o em meus braços, as lágrimas escorreram da minha bochecha e pingaram em suas bochechas quentes pelos golpes, seus olhos estavam fechados e eu solucei virando meu rosto para os garotos.

— Saia garota! - Um deles disse e eu cerrei meus dentes apertando Suga em meus braços.

— Não vai bater nele, não vai! - Eu gritei e mais lágrimas escorreram pelo meu rosto.

— Cale a boca, isso é entre nós e ele! - O outro gritou.

— Encostar um dedo nele, só por cima do meu cadáver! - Eu gritei mais uma vez, raivosa e firme.

Os dois ergueram as garrafas e eu fechei os olhos.

— Rapazes, chega. - Um deles falou e eu abri meus olhos, o do meio pôs as mãos sobre o ombro dos outros dois garotos e os mesmo se afastaram, o do meio se abaixou ficando na minha altura.

— Você tem muita coragem garotinha. - Ele falou e eu cerrei as sobrancelhas segurando as lágrimas. — E deu sorte hoje, não deixe mais seu namoradinho se meter com a gente, se não ele não sairá com vida, e você também não, se nos atrapalhar, estamos entendidos?

A única coisa que consegui fazer foi assentir, o garoto sorriu fechado e se levantou.

— Josh, Daeyan, vamos. - Ele chamou e os outros dois o seguiram pelo bar, assim que os três rapazes saíram senti um toque na minha bochecha.

— S-Sae... - Ouvi e baixei meu olhar para Suga.

— Shhh, não diz nada, só vem comigo... - Falei e nos levantamos com dificuldade, ele passou o braço esquerdo pelos meus ombros, se apoiando em mim a cada passada.

Recebemos olhares curiosos, ignorei todos e deitei a cabeça de Suga sobre meu ombro, saímos do bar juntos, assim como pedi, ele não disse uma palavra sequer. Coloquei-o no banco traseiro da Land Rover e entrei no carro, acelerei, subi meu olhar e o meus olhos se encontraram com o reflexo dos dele, no espelho, voltei meus olhos para a estrada e coloquei minha mão livre para trás...

Ele a segurou entrelaçando seus dedos frios não meus e eu cessei o cair das minhas lágrimas, chega de lágrimas por hoje, vamos para casa YoonGi...

DIAMOND 》 SugaOnde histórias criam vida. Descubra agora