Ele não me disse para onde iríamos. Eu sabia que ele já havia me pedido para prometer aquilo para ele uma vez, talvez fosse a forma dele de dizer que ama.
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No final daquele fim de semana, tudo o que restou no chalé foram nossos anjos de neve no jardim e nossa promessa de que ficaríamos juntos.
Era uma noite estrelada quando finalmente havíamos chegado no aeroporto de Seul. Durante o voo nós havíamos conversado sobre nosso noivado, sobre Sara e sobre a aceitação da parte da família dele. YoonGi me assegurou de que já havia dito aos seus pais sobre mim e que terminara o noivado com a Sara, e, acima de tudo nada o faria mudar de ideia.
Saímos do aeroporto e entramos em um carro que nos levou até a minha casa, YoonGi e eu saímos do automóvel, enquanto o menino dos fios verdes me ajudava a pegar minha mochila.
— Nos vemos amanhã... - Falei e ele se aproximou beijando a minha testa.
— Durma bem, santinha, amanhã nós temos aula. - Ele disse e me abraçou se despedindo.
Sorri e me dirigi para a porta da minha casa enquanto eu via YoonGi desaparecer na rua, junto com o carro escuro. Entrei em casa e vi minha mãe a tomar uma xícara de chá.
Me juntei á ela e contei sobre a viagem, sobre tudo o que havia conhecido, deixando alguns pequenos detalhes – não tão pequenos – de fora. Depois de minutos conversando, minha mãe sabia que eu estava cansada viagem e que minhas aulas voltariam no dia seguinte, então deixou que eu fosse para a cama para descansar.
Durante as pequenas férias, eu tive tempo para descansar e organizar meus pensamentos. Mesmo com tudo o que ocorreu com YoonGi, eu via-me como uma garota renovada. E assim que fechei meus olhos naquela noite, eu pensei sobre meu futuro com YoonGi, éramos jovens mas, não indecisos. Casar era uma coisa séria, eu não sabia se estávamos prontos para isso mas, só iria descobrir com o tempo... Só ele pode dizer as coisas, o tempo...
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A semana corria muito bem, tirando o fato de eu ter que deixar meu anel na mesinha de cabeceira, assim como YoonGi, para não criar rumores. Nada de demonstração de afeto. Ele queria que as pessoas pensassem que nada havia acontecido.
Entretanto, havia um fato que me incomodava, a ausência de Sara. Não que sua ausência me causava incomodo, pelo contrário, me trazia felicidade. Mas, havia algo que não estava certo e eu sentia que algo de ruim estava prestes á acontecer.
Então aconteceu.
Era a quinta-feira da mesma semana quando YoonGi recebeu uma ligação no meio do intervalo. Eu estava ao seu lado quando ele atendeu.
— Eu mesmo... Sim, por que? - YoonGi perguntou enquanto andava em círculos pelas estacas de madeiras no chão da sala de música, até que ele parou os passos, fitando um espaço em branco na parede. — Ele... o que?!
Alguns segundos depois YoonGi apertou o aparelho sobre sua orelha e eu o vi arremessa-lo com força contra o chão, arregalei meus olhos e YoonGi colocou as mãos sobre o rosto apoiando as costas no armário.
— YoonGi! O que foi? O que aconteceu? - Eu perguntei preocupada enquanto ouvia-o chorar baixo. Me aproximei dele e puxei sua nuca, fazendo-o afundar o rosto em meu pescoço.
Ele chorou copiosamente, e minha preocupação só aumentava a cada lágrima que molhava minha blusa. YoonGi tirou as mãos do rosto e envolveu-os em meu corpo, apertando-o forte. Eu não queria perguntar o que houve mas, um nó se formava em minha garganta e eu não estava mais aguentando aquela preocupação. Até que ele disse:
— O meu pai... - Ele começou e fungou. — Ele tá no hospital em estado grave.
— Como... Como?! O que aconteceu com ele? - Perguntei e YoonGi negou com a cabeça afirmando que não sabia. — Venha, vamos até o hospital, agora.
Assim que terminei de dizer, nem mesmo fomos até a diretoria avisar sobre o ocorrido, eu e YoonGi saímos do colégio, passamos pelos inspetores, chegamos no estacionamento e entramos no carro dele.
— Consegue dirigir? - Perguntei vendo suas mãos pálidas tremerem e seus olhos avermelhados. Ele assentiu e saiu da vaga rapidamente, pisou no acelerador com força e limpou uma lágrima que escorria pela sua bochecha.
Entrelacei meus dedos nos dele apertando sua mão, mostrando que eu estava ali e sempre estaria. A mão de YoonGi estava fria mas, não era o frio habitual, era mais gélido. Beijei as costas de sua mão e voltei a colocar meu olhar preocupado na rua por onde passávamos.
Ambos chegamos no hospital que a pessoa no telefone havia informado á YoonGi e corremos até a recepção. YoonGi deu as informações á mulher da recepção e a mesma entregou um adesivo á nós dois.
— Vamos, Sae. - Ele pegou a minha mão no objetivo de me levar com ele até onde seu pai se encontrava mas, eu me mantive firme no lugar e ele se virou de volta.
— YoonGi ele é seu pai, eu não... eu não deveria ir com você. - Eu falei e ele apertou minha mão me puxando para perto.
— Você faz parte desta família, você precisa vir. - Ele falou e eu senti uma pontada em meu coração. Eu realmente fazia parte daquela família.
Caminhamos rapidamente pelos corredores do hospital até encontrar a o quarto em que o pai de YoonGi estava. Infelizmente a porta se encontrava fechada, indicando que o médico ainda estava lá dentro.
YoonGi xingou baixo e eu pus minha mão sobre suas costas tentando acalma-lo por alguns instantes, até ouvir uma voz bem familiar dizer:
— O que essa intrusa está fazendo aqui?
No mesmo momento eu e YoonGi nos viramos, nossos pares de olhos encontraram duas figuras semelhantes paradas, uma abraçar a outra. A mais velha era sra. Wang, a outra era a que tinha dito a frase, Sara.
— Como se atreve a falar assim com ela?! - Ele perguntou já com a raiva correndo solta pelas suas veias.
YoonGi ia se aproximar das duas mas, eu o impedi.
— YoonGi, não... está tudo bem. - Eu falei segurando seus ombros.
— Seu pai está hospitalizado e você traz essa garota consigo para cá? - Foi a vez da sra. Wang comentar a minha presença mas, de uma forma mais sutil que a filha.
— Essa garota é a minha noiva, sua bastarda.
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DIAMOND 》 Suga
Hayran KurguDizem por aí que os opostos se atraem, com tantas diferenças e até mesmo nisso, iguais. Duas pessoas com realidades diferentes, ela mora no subúrbio da Coreia, ele vive em uma enorme mansão no centro, ela não acredita em sorte, ele tem demais, ela p...