• Thirty Three •

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Aquela mansão era uma fortaleza, não havia jeitos de eu adentrar lá, para chegar ao quarto de Suga eu teria que, inevitavelmente, passar pelo salão principal, o sistema de segurança é de última geração e eu não conseguiria escalar aquelas altas grades.

Eu estava planejando uma invasão domiciliar, olhe a que ponto eu cheguei. Eu só queria saber se Suga está bem, pelo que Martha de contou, não.

Cheguei em casa e me tranquei no quarto, minha tarde foi resumida em modos de eu conseguir me encontrar com Suga... Ao fim da mesma eu não tinha nada em mente, uma grande dor de cabeça e três exercícios de matemática mal feitos.

Ouvi a porta de casa se abrir mas nem liguei, peguei meu celular e disquei o número de Suga... Caixa postal.

"Yoongi, eu menti pra você, me perdoa"
"Por favor, eu quero te ver, vai á escola"
"Eu... sinto a sua falta..."
"Tudo bem se não quiser falar comigo, só me diga se está bem"

Nenhuma das minhas mensagens foram respondidas, nem ao menos visualizadas, eu estava angústiada, eu não sei do que Suga é capaz...

Sexta-feira 7:20

Lá está eu, sentada em minha cadeira, a observar o espaço vazio ao meu lado. Passaram-se alguns dias desde as minhas últimas mensagens enviadas para ele, eu não recebi nenhum sinal de vida.

— Sae, você está com olheiras, quer uma base? - Shuna perguntou olhando para o meu reflexo no espelho do banheiro feminino.

— Não, obrigada... - Falei e lavei as mãos jogando uma água no meu rosto, olhei para meu reflexo e suspirei pesado. Shuna baixou o olhar e pôs a mão sobre meu ombro.

— Por favor, não fique assim, eu me sinto culpada. - Ela disse cerrando o cenho.

— Não sinta-se culpada, a culpa não é sua. - Falei secando meu rosto.

— Você sabe... ele não vai voltar. - Ela me informou, apertei o papel em minhas mãos fitei a pia de mármore branco.

— Eu sei...

— Você é uma garota forte, pode superar isso, vamos, é só mais um garoto. - Ela me consolou, ri fraco e corri a mão pelos cabelos jogando meus fios castanhos para trás.

— Quem dera se ele fosse só mais um garoto...

Era hora da saída, me despedi de Hyun, Shuna e Kwang. Caminhei até a sala 1C, a fim de achar Namjoon, encontrei o platinado sentado sobre sua carteira mexendo no celular.

— Namjoon. - Chamei e me aproximei, ele tirou os olhos do aparelho e levantou-os para mim. — Tem alguma noticia do Suga?

— Não... ele não me disse nada, já tentei ligar para a casa dele mas ele nunca está, ele não atende o celular, Jimin já foi na casa dele, mas o porteiro não o deixou entrar. - Ele informou, eu me joguei na cadeira derrotada.

— Eu não sei mais o que fazer... - Falei sentindo meus canais lacrimais se encherem.

— Tente dormir um pouco, você parece que não forem bem a dias... - Ele disse e eu ri fraco.

— E não durmo. - Disse erguendo o rosto para impedir a escorrida das lágrimas.

— Sabemos que você sente falta dele, Taehyung me contou o que houve na aula de literatura, o que você disse... foi mentira, certo? - Ele perguntou e eu assenti.

— S-Sim, eu estava nervosa por causa do acampamento e por ele ter me enganado... eu menti pra ele, eu nunca pensei em dinheiro, Namjoon, nunca, você acredita em mim? - Perguntei erguendo meu olhar.

— Acredito, assim como Suga acreditou na sua mentira... ele nunca disse á ninguém, mas seu maior medo é ser usado pelos outros, ser enganado. - Namjoon explicou. Meu coração apertou... foi isso o que eu fiz com ele, o enganei.

— Eu vou concertar isso... - Falei, porém, minha voz saiu trêmula.

— Obrigado, é a única pessoa que pode resolver isso. - O platinado disse e sorriu fraco.

Me despedi de Namjoon e saí da sala, enquanto eu caminhava pelo corredor, pronta para ir para casa, ouço um  grito estridente ecoar pela área. Aquele grito só podia ser de uma pessoa: Sara

— COMO ASSIM YOONGI FUGIU DE CASA?!

YoonGi fugiu de casa?! O que esse garoto está pensando? Disparei fazendo o mesmo caminho que Sara, diferente de mim, ela já estava saindo do estacionamento com seu toyota etios prata.

— Sae! - Ouvi uma voz familiar e parei de correr me virando, era Kwang.

— Kwang, eu não posso fal-

— Você vai precisar disso. - Ele me cortou e jogou a chave de um carro para mim, peguei o objeto no ar e cerrei as sobrancelhas. — Se algum policial te parar, mostre o distintivo da minha mãe no porta luvas.

— Por que esta me dando isso? - Perguntei olhando para a chave.

— Se vai revirar Seul a procura de Suga, que não seja a pé. - Ele falou e eu olhei com estranheza para ele. — Você sabe dirigir, não sabe?

— Sei, mas... por que está fazendo isso por mim? Você não o odeia? - Eu perguntei.

— Não gosto de Suga, mas ele significa muito para você. - Kwang disse e sorriu. — Corra, antes que Sara o encontre primeiro.

Assenti e corri, cheguei ao estacionamento e apertei o botão da chave, meus olhos brilharam ao ver os faróis de uma grande Land Rover grafite acenderem e apagarem. Me aproximei do carro e entrei no mesmo.

Certo, meu pai me ensinou a dirigir na América, primeiro a ignição depois a marcha, e acelerador. Pisei o pé no acelerador e saí do estacionamento...

Seul era grande, mas eu estava disposta a procurar em cada canto da capital da Coréia do Sul para encontrar Suga. A cada hora que eu passava meu coração apertava mais, a fome havia desaparecido de mim, a única coisa que eu fazia era manter os olhos atentos nos estabelecimentos que passavam pelas janelas da pick-up...

Os minutos se passavam e o sol ia se pondo aos poucos, a cada quilômetro percorrido eu sentia minha esperança se dissipar. Min YoonGi onde você se meteu?

• • •

Senti meu celular vibrar na minha mochila e o atendi, era minha mãe.

Filha, onde você está? - Ela perguntou, o que me fez olhar para o horário no painel do carro, eram exatas seis da tarde.

Estive procurando YoonGi por seis horas consecutivas? Pareceram minutos apenas...

— Na casa de Shuna, estamos fazendo um trabalho de história sobre a Primeira Guerra Mundial. - Falei enquanto observava o sol se pôr atrás dos grandes arranha-céus espelhados de Seul.

Ok, não se preocupe, não atrapalharei as duas, só liguei para avisar que terei uma reunião com o meu chefe hoje a noite, eu voltarei, provavelmente, bem tarde. - Ela disse e eu suspirei ao ver um guarda de trânsito a alguns metros á frente.

— Ok, boa sorte. - Falei e ela riu baixo, sorri, a risada da minha mãe é sempre contagiosa.

Boa sorte pra você também, te amo, até mais tarde. - Ela desligou.

Sorte, eu precisarei dela, nunca precisei, mas agora eu preciso mais que nunca. Eu passeia acreditar nela no momento em que Suga sentou naquela cadeira ao lado da minha, que agora se encontra vazia. Eu tenho sorte de ter em minha vida Min YoonGi, não deixarei que você saia dela tão facilmente...

DIAMOND 》 SugaOnde histórias criam vida. Descubra agora