—NIALL—
Dois meses se passaram, os priores dois meses da história da minha miserável vida. Eu parecia enfrentar o que muitos chamam inferno particular – ou inferno astral, foda-se.
No primeiro mês longe do Zayn, parecia que minha decisão era a melhor de todas. Até passava pela minha cabeça que nem gostava dele tanto assim. Amor? Nem sabia o que significava! Isso durou até perceber que estava mentindo pra mim mesmo. Eu só pensava nele, não, eu só penso nele.
Eu não parecia o mesmo sem ele, não era mais aquele cara que fodia qualquer um e nem aquele que fodia só com um... Eu não era nada.
Confesso que no começo do segundo mês tive uma recaída e fui até nosso antigo prédio, suplicar que voltássemos, que eu não podia viver sem ele. Antes não tivesse ido, eu o peguei saindo do prédio acompanhado de uma loira qualquer. O pior de tudo que eu nem tive tempo de fugir, me esconder. Ele viu o quão patético eu sou, ele já havia superado a gente e eu não.
Denise havia me expulsado de sua casa e disse que eu só poderia voltar a ver Theo quando voltasse a andar nos trilhos. Eu havia levado um cara para casa dela e eu estava tão bêbado que transamos na sala mesmo, quando acordei e vi a cara do sujeito, quase o matei, eu jurava que tinha transado com Zayn. Além de não ter mais o Zayn, não podia cumprir a promessa que fiz ao Greg.
Simplesmente não tinha mais nenhum motivo para viver.
Então era por isso que decidi fazer isso, olhei para o lado e encarei minha arma na mureta. Eu tinha licença para andar armado quando estivesse a trabalho, então naquele momento estar com ela era crime. Era fim de tarde e já começava a escurecer, estava sentado na mureta de uma ponte que cortava o rio Liffey. Bebi mais um gole da garrafa de vodka que trazia embrulhada em um saco de papel – eu podia chegar mais no fim do poço que isso? Duvido muito.
Peguei minha arma na mureta e suspirei.
— É isso-.
— NÃÃO! — o grito me assustou e por pouco não caí pra frente.
Olhei para trás e vi um carro parado no começo da ponte e um homem correndo na minha direção, era Zayn.
— Como me achou? — perguntei estranhando a cara de pavor que ele fazia.
— Eu rastreei seu celular — ele respondeu ficando calmo e sereno. Eu conhecia esse tom, era o mesmo tom que ele usou para convencer um sequestrador a não matar a vítima em um de nossos casos, isso me chamou a atenção. — Por que você não desce aqui para conversamos?
— Nah, aqui está bom. O que faz aqui, Z? — Não resisti em falar seu apelido, e foi como se eu tivesse injetado alguma droga de prazer nas minhas veias.
— Certo... All — ele disse o meu também, o que me fez fungar. Eu tinha chorado até minutos antes e provavelmente ainda tinha cara de choro —, preciso te dizer algo, é muito importante. Talvez você queira descer aqui? — Ele tentou mais uma vez.
— Ué, diz agora — falei me arrumando na mureta, por algum motivo eu vi medo em seus olhos.
— Eu cansei de fugir, de me esconder. Na verdade, já tinha desistido de fugir assim que me deixei apaixonar por você. Seu amor me lembrou como era estar vivo de novo, eu não posso viver sem você. Isso não quer dizer que aceitei ficar longe do meu irmão. Esse desgraçado não vai mais manipular minha vida! Eu não vou mais me acovardar. — Àquela altura eu já tinha voltado a chorar.
— Mas aquela mulher que eu vi saindo do nosso prédio... — soltei sem pensar.
— Você fugiu sem deixar eu explicar. Ela é nossa nova vizinha, se mudou com o marido há poucas semanas, All.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Dangerous Connection - Ziam/Ziall
Mystery / ThrillerZedd e Zayn Malik são gêmeos idênticos com uma conexão intensa. Às vésperas de completarem quinze anos, uma simples troca de ponto de vista transformará essa relação em algo totalmente novo e perigoso. Zayn enfrentará mudanças em seu mundo até...