Capítulo 9 - Triple dose

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--NIALL--

Se um ano atrás alguém me dissesse que estaria praticamente casado, eu não acreditaria. Vivia com o Conner há nove meses, e quando perguntado se estava feliz, eu abria um largo sorriso e dizia que sim. Ele era possessivo, controlador e abusivo emocionalmente; mas depois de tanto tempo, os defeitos passaram a ser comuns e aceitáveis. Pelo menos era isso que eu gostava de dizer para mim mesmo.

Havia me formado no curso de ciência forense e decidido a trabalhar em Dublin mesmo, e não vou ser modesto, eu sou bom para caralho, eles têm sorte em me terem aqui e sabem disso. A vaga de perito em Dublin nem era a melhor proposta de emprego que recebi, recebi propostas por quase toda Europa.

Digamos que tinha algo que me prendia na Irlanda, para ser mais especifico, alguém. E não, não estamos falando do Conner.

Sentando à minha frente, falando sobre um novo caso, estava meu melhor amigo – e o mais gostoso também –, Zayn Malik. Ele ainda usava aquele topete que o deixava sexy e com cara de garotão badboy. Tinha momentos que eu chegava a perder todo o ar dos meus pulmões, como quando ele me fitava nos olhos, e eu não estava preparado psicologicamente para aguentar tanta perfeição. Ele tinha feito uma nova tatuagem nas costas de uma de suas mãos, quase a cobrindo toda, eu sempre me pegava olhando para ela, eu ficava imaginando aquela mão me masturbando...

Foco Niall, ele era seu melhor amigo!

— Então, segunda-feira pretendo ir falar com tia da vítima, ela mora na cidade vizinha. Você quer vir comigo? — ele perguntou voltando a falar depois de mastigar a última garfada.

Eu não saberia dizer se ele notava, como às vezes eu perdia o foco da conversa só para ficar lhe admirando, se simplesmente não ligava, ou a suposição que preferia acreditar, ele gostava.

— Você não sabe como chegar lá, não é? — brinquei dando mais uma garfada no meu bife. A gente estava no horário de almoço como sempre. Tirando só os dias que eu ia almoçar no hospital do Conner, isso acontecia pelo menos duas vezes por semana.

Como perito criminal formado, eu poderia muito bem ajudar nas investigações de várias maneiras, e eu posso garantir que eu fazia quase todas elas. Uma semana atrás ajudei Zayn em um interrogatório, e em conjunto, conseguimos arrancar uma confissão. O cara nem era suspeito, mas ele estava muito nervoso, e por suas expressões corporais e faciais, eu sabia que ele tinha algo a esconder. Eu não fiz nada que o Zayn não faria também, mas nos poupou tempo e dinheiro dos contribuintes. As pessoas não fazem ideia como uma investigação de homicídio é cara.

— Qual é Nini. — ele disse tentando parecer ofendido. Ouvir ele me chamar assim me arrepiava todo, e o apelido sempre era acompanhado de um biquinho naquela boca gostosa. Parece que gosta de me provocar! — Você sempre saca quando as pessoas mentem, nós fazemos uma dupla imbatível, vem, por favor?

Cretino, parece que sabe que eu não consigo negar nada a ele. Por que não pede para me foder logo? Eu pensando putaria de novo.

— Tudo bem, porque eu já não tenho trabalho suficiente —cedi e ironizei. — Eu não sou seu perito criminal particular, sabia?

— Era bom quando você era só um estagiário, eu podia te usar como quisesse... — ele falou como se tivesse pensando alto, eu o olhei espantando e ele voltou a comer como se nada tivesse acontecido.

Ficamos em silêncio até eu receber uma mensagem do Greg, quase me fundi à cadeira tamanho foi a fofura do vídeo que ele me mandou. Era um vídeo dele tentando fazer o Theo, meu sobrinho, dizer: Oi tio. Theo tinha só um mês de vida e só conseguia babar e chorar, o que já era incrível, para deixar claro.

Dangerous Connection - Ziam/ZiallOnde histórias criam vida. Descubra agora