Capítulo 3 - Um brinde à amizade

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Com intuito de comemorarem o final do semestre, que foi fechado com notas boas, Robson disse a plenos pulmões:

- FESTAAA! - E gargalhou. - Merecemos, não é mesmo, pessoal?

Após comentários agitados, ele, Dênis e Douglas disseram que poderiam fazer a festa na próxima semana, lá na república mesmo - onde moravam e dividiam as despesas, até o final dos estudos.

Será uma renovação de amizade!

**********

02 de julho de 2015, quinta-feira - 18h15

Enquanto a noite encobria aquela tarde, Juliet se arrumava para a festa. Sua cabeça era uma espiral de pensamentos, mas todos voltados à palavra amizade.

Uma hora mais tarde, quando a moça desceu as escadas até o salão principal, com um vestido bordô, justo, simples, mas que a deixava sexy, Abilene, que não fazia apenas o papel de governanta, mas de sua "tia postiça", abriu a boca e exclamou:

- Minha filha, você está deslumbrante!

- Ah, obrigada, tia Be.

As duas riram.

Juliet entrou no quarto do tio, esbanjando, junto com o perfume, uma alegria incontrolável. Ele citou as recomendações de sempre. E não podia faltar, é claro, o "toque de recolher".

- Meia-noite, mocinha - disse ele com sua voz baixa e meio asmática.

- Uma hora - sugeriu ela, pois precisava aproveitar o máximo da festa, já que nunca antes fora convidada para uma. - Por favor, tio querido...

- Já está mal-acostumada, não é, minha filha? - Fez uma pausa. - Tudo bem - ele aquiesceu.

Com um beijo estalado, e um obrigada muito sincero, ela se despediu.

Na sala, encontrou Abilene e também a beijou.

- Estou feliz por você, querida.

- Sim, tia Be. Eu também estou. - E saiu.

No carro, instruiu ao jovem motorista:

- Pode me deixar perto da república. Não quero chegar lá neste carro. Combinado?

- Sim - respondeu Alex, prontamente. - Você está linda - confessou ele.

Juliet ficou sem graça e, ruborizada, agradeceu.

Apesar de ser um simples elogio, ela sentiu-se suar. Alex surtia esse efeito nela com seus belos olhos azuis. Era dono de uma pele clara e limpa, combinava perfeitamente com seu cabelo loiro cortado no estilo militar. Era lindo, não tinha como negar. Ela pegou-se mais uma vez imaginando como seria beijar aquela boca carnuda, mas logo se repreendeu. Apesar de já ter percebido os olhares que ele lançava pelo retrovisor, não tinha por que alimentar uma ilusão.

Conforme o combinado, Alex a deixou a um quarteirão da república. Já dava para ouvir a música eletrônica, o volume estava alto.

Juliet pegou um espelhinho na bolsa para olhar o seu rosto e certificar-se de que estava tudo no lugar. Típico das mulheres.

Quando a moça chegou ao portão, atraiu olhares. Receberam-na muito bem e não pouparam elogios. As meninas ficaram com uma pontinha de inveja, porém tinham que admitir: Juliet estava linda.

A festa rolava e todos dançavam ao ritmo do som bate-estaca.

Juliet nunca ingerira bebidas alcoólicas, apenas refrigerantes. Arriscava dar uns passinhos no ritmo da música e se saia bem. A noite e a agitação estavam perfeitas. Conforme as horas foram passando, ela decidiu experimentar o licor de menta que serviram. Foi paixão ao primeiro gole. Ficou mais animada e o resto de sua timidez se esvaiu.

O Cúmplice e o Assassino (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora