Capítulo 31 - Os diários de Juliet

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Na manhã do dia seguinte, no café da manhã, o detetive tentou inutilmente entrar em contato com Douglas. Inquieto, saiu de casa e foi até a FHCE.

Estava na hora de sanar as dúvidas e de reunir provas contra Douglas.

Sua chegada gerou murmúrios entre os poucos funcionários da faculdade, mas William não tinha tempo e nem queria dar "Ibope" para isso. Foi até os seguranças da entrada principal e se apresentou como de praxe:

— Bom dia, sou o detetive William Silva. Solicito falar com o superior de vocês.

Ele foi encaminhado até uma pequena sala onde um homem corpulento e careca o recebeu com o humor meio comprometido.

— Bom dia, detetive William Silva — disse, embora não parecesse desejar ao detetive um bom dia. — Em que posso ajudá-lo?

— Bom dia. Estou aqui, novamente, para dar prosseguimento às investigações sobre o assassinato.

— Certo. Em que posso ser útil?

— Preciso que verifiquem a entrada e a saída de um aluno que tenho como suspeito. E depois solicito falar com o responsável pelo departamento de informática.

Os olhos inexpressivos de Cícero, o gerente de segurança da faculdade, fitaram William.

— Sente-se, por favor.

William se acomodou em frente à mesa do robusto homem.

— Qual o nome do aluno?

Como o nome estava pregado à sua mente, disse prontamente:

— Douglas de Lima Acanho.

William esperou que Cícero fizesse uma busca no computador — o detetive sabia que todos os alunos possuíam uma carteirinha de estudante que registrava a data e a hora exatas quando passavam pelas catracas —, mas o que o homem fez foi pegar o telefone e ligar para a secretaria.

Se eu soubesse, eu mesmo teria falado com alguma secretária.

— Sou eu — apresentou-se, como se tivesse dito seu nome, mas obviamente, sua voz era tão característica que a mocinha que atendeu identificou. — Pesquisa aí pra mim: Douglas de Lima... — "Acanho", William o relembrou — Acanho. Isso, veja o registro de entrada e saída desse aluno.

William puxou à mente o horário em que o e-mail havia sido enviado. Às 16h43 do dia 03 de julho, que caiu numa sexta-feira.

— Ela está com a tela aberta, detetive.

— Ótimo, peça para que ela veja que horas Douglas entrou no dia 03, na sexta.

— Dia 03 não teve aula, fizemos uma reunião que acontece no final do semestre. É provável que ele não tenha vindo nesse dia... Patrícia — disse mais alto ao telefone —, veja se esse aluno esteve aqui no dia 03.

Ficaram ambos aguardando a resposta dela.

Cícero não mudou sua expressão ao dizer o seguinte:

— Olha só, detetive, ele esteve aqui, sim. Patrícia me disse que ele entrou às 16h18, e foi embora às 16h53.

William recebeu as informações e manteve-se calmo e pensativo.

Tempo suficiente para criar uma conta sob o perfil Interrogação e de enviar o e-mail... Peguei você, Douglas... mas preciso de mais!

— Só isso, detetive?

— Com a Patrícia, sim. Mas, antes, preciso de uma cópia desses registros — disse, franzindo os lábios.

O Cúmplice e o Assassino (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora