Capítulo 29 - O sumiço de um jogador

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William optou por soltar Robson por ora e decidiu também espremer Douglas contra a parede. Parecia que as coisas estavam mudando de direção, e o detetive tinha mais um novo suspeito. Afinal, quem melhor para "roubar" os objetos de Robson senão a pessoa que vivia com ele?

Depois da burocracia da delegacia, Robson sentiu-se livre. No entanto, um pânico foi se instalando no caminho para casa. Ele estava no carro de William sendo levado para a liberdade enquanto o seu melhor amigo, Douglas Acanho, seria intimado.

"Douglas não seria capaz de fazer isso! Se eu pudesse avisá-lo, eu o mandaria correr! Se bem que não é uma boa coisa a fazer quando se é suspeito de ter matado alguém", pensou Robson.

Ao chegar em casa, Dênis o recebeu com um abraço meio sem jeito e mostrou mais surpresa do que ânimo ao ver o amigo livre.

— Como vai, detetive William? — cumprimentou Dênis.

— Eu vou bem. Gostaria de falar com Douglas.

Os olhos de Dênis encontraram os de Robson. Antes de responder, ele engoliu em seco.

— Douglas não está. Acabei de levá-lo à rodoviária.

Robson sentiu um nó na garganta, o mal-estar se fez presente.

— O que aconteceu, Robson? — quis saber Dênis.

William deu uma prévia dos principais motivos que faziam de Douglas um suspeito, mas sem revelar muito. Resumidamente, o detetive disse que queria esclarecer algumas pendências no depoimento dele.

Dênis ficou boquiaberto, sabia que o detetive estava querendo muito mais que aquilo.

— Conte-me o que aconteceu com Douglas — inquiriu William.

— Ele recebeu uma ligação, senhor. Eu não sei exatamente, mas vi que ficou meio desesperado, nervoso. Quando perguntei o que era, ele falou que um homem tinha ligado do hospital dizendo que a mãe dele tinha acabado de ter um infarto. Todos nós sabemos que esse não foi o primeiro infarto que ela sofreu. Douglas já tinha nos contado que ela é diabética e bastante teimosa, não se cuida direito.

— Preciso do número do celular dele agora — exigiu William.

— Sim, claro — respondeu Dênis. — Só um minuto.

O rapaz puxou o celular do bolso e procurou entre seus contatos o número de Douglas. Quando o encontrou, passou para o detetive.

William foi digitando os algarismos conforme ia escutando, entretanto, em vez de ouvir os sons típicos de chamada, ouviu a mensagem eletrônica avisando que o celular estava fora de área no momento, que era necessário tentar mais tarde.

William sorriu torto. Não esperava por aquilo. Estava ali para tomar um novo depoimento de Douglas por causa das impressões digitais deixadas na maçaneta e na faca, e também para saber os passos do rapaz desde o dia da festa na república. Agora, assim tão de repente, ele tinha saído da cidade e seu telefone nem sequer chamava.

— O celular dele deve estar sem sinal ou descarregado, senhor — disse Robson, ao ver o desapontamento do detetive.

— Tudo bem. Sabe me dizer para onde ele foi?

— A mãe dele mora no Paraná, não lembro muito bem qual a cidade, acho que é Ouro Verde...

— ... do Oeste? — o detetive já tinha ouvido falar do lugar.

— Sim, isso mesmo. Ouro Verde do Oeste.

— Certo. Você o levou até a Rodocenter?

— Sim.

O Cúmplice e o Assassino (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora