Capítulo 11 - O depoimento de Carol

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Carol ainda chorava quando se sentou de frente para William. Sua baixa estatura revelava o quanto era frágil.

— Tente se acalmar, preciso que me responda algumas perguntas.

Ela balançou a cabeça positivamente, mas nada de sua voz sair.

— Seu nome completo?

— Carolina Lopes de Oliveira, senhor.

O detetive a abordou de forma mais objetiva e, decidiu perguntar sobre a movimentação na sala de Lúcia.

— Conte sobre o que ouviu na sala de sua amiga Lúcia, por favor.

Caramba, como assim? Como sabe que eu ouvi?

— Eu... — começou ela. Devo mentir? — Bom, não ouvi nada de demais... Só...

— Só? — William cruzou os braços e se apoiou na mesa. — Peço que me fale exatamente o que ouviu. Estou juntando informações e preciso da verdade, pois há um assassino solto agora mesmo, e é minha função capturá-lo. Colabore. E garanto-lhe, se você for inocente, não será prejudicada em nada neste caso.

Ela se viu sem saída, e achou melhor contar os detalhes. Tentou se recompor e enxugou as lágrimas do rosto.

— Bom, eu estava atenta a qualquer coisa, pois adoro jogos desse tipo. Pensei comigo: "se eu prestar atenção nas portas que abrem e fecham, posso chegar a uma conclusão". O que eu ouvi, sr. William, foi a porta da sala de Lúcia batendo bem de leve. Fechando. E ouvi algo sendo arrastado, não sei dizer com clareza o que era, foi bem rápido.

— Então quer dizer que a senhorita ouviu o arrastar de algum objeto?

— Pareceu ser uma carteira – disse ela.

— Fora isso, mais algum ruído?

— Não, senhor. Não nego que fiquei curiosa depois disso, mas não foi possível ouvir mais nada além da porta se fechando suavemente. — Ela baixou a cabeça e passou os dedos nas bolsas dos olhos.

— Sabe me dizer quem era o Assassino?

— Não sei, senhor. Paramos de jogar no exato momento em que soubemos... — Ela deu um soluço, mas conseguiu terminar a frase: — ... que Juliet havia morrido.

— Entendo — disse o detetive, descruzando os braços e anotando as informações. — Algo a acrescentar sobre a movimentação na sala de Lúcia?

— Não.

William já tinha notado que os tênis da garota eram cor-de-rosa, por isso achou desnecessário perguntar. Solicitou, de forma resumida, que ela descrevesse a saída da mansão, a chegada à faculdade, as regras do jogo e o que mais pudesse lhe trazer informações úteis.

Carol contou praticamente a mesma coisa que os demais. Também não se sentira seguida, e garantiu que ninguém sabia que estavam indo à faculdade.

William tomou nota de tudo e a liberou.

— Chame a sua amiga Lúcia. Creio que o depoimento dela seja importante.

Meu Deus, no que será que Lúcia se meteu?

— Está bem — disse ela, intrigada com o que a amiga poderia ter feito.





O Cúmplice e o Assassino (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora