Carol ainda chorava quando se sentou de frente para William. Sua baixa estatura revelava o quanto era frágil.
— Tente se acalmar, preciso que me responda algumas perguntas.
Ela balançou a cabeça positivamente, mas nada de sua voz sair.
— Seu nome completo?
— Carolina Lopes de Oliveira, senhor.
O detetive a abordou de forma mais objetiva e, decidiu perguntar sobre a movimentação na sala de Lúcia.
— Conte sobre o que ouviu na sala de sua amiga Lúcia, por favor.
Caramba, como assim? Como sabe que eu ouvi?
— Eu... — começou ela. Devo mentir? — Bom, não ouvi nada de demais... Só...
— Só? — William cruzou os braços e se apoiou na mesa. — Peço que me fale exatamente o que ouviu. Estou juntando informações e preciso da verdade, pois há um assassino solto agora mesmo, e é minha função capturá-lo. Colabore. E garanto-lhe, se você for inocente, não será prejudicada em nada neste caso.
Ela se viu sem saída, e achou melhor contar os detalhes. Tentou se recompor e enxugou as lágrimas do rosto.
— Bom, eu estava atenta a qualquer coisa, pois adoro jogos desse tipo. Pensei comigo: "se eu prestar atenção nas portas que abrem e fecham, posso chegar a uma conclusão". O que eu ouvi, sr. William, foi a porta da sala de Lúcia batendo bem de leve. Fechando. E ouvi algo sendo arrastado, não sei dizer com clareza o que era, foi bem rápido.
— Então quer dizer que a senhorita ouviu o arrastar de algum objeto?
— Pareceu ser uma carteira – disse ela.
— Fora isso, mais algum ruído?
— Não, senhor. Não nego que fiquei curiosa depois disso, mas não foi possível ouvir mais nada além da porta se fechando suavemente. — Ela baixou a cabeça e passou os dedos nas bolsas dos olhos.
— Sabe me dizer quem era o Assassino?
— Não sei, senhor. Paramos de jogar no exato momento em que soubemos... — Ela deu um soluço, mas conseguiu terminar a frase: — ... que Juliet havia morrido.
— Entendo — disse o detetive, descruzando os braços e anotando as informações. — Algo a acrescentar sobre a movimentação na sala de Lúcia?
— Não.
William já tinha notado que os tênis da garota eram cor-de-rosa, por isso achou desnecessário perguntar. Solicitou, de forma resumida, que ela descrevesse a saída da mansão, a chegada à faculdade, as regras do jogo e o que mais pudesse lhe trazer informações úteis.
Carol contou praticamente a mesma coisa que os demais. Também não se sentira seguida, e garantiu que ninguém sabia que estavam indo à faculdade.
William tomou nota de tudo e a liberou.
— Chame a sua amiga Lúcia. Creio que o depoimento dela seja importante.
Meu Deus, no que será que Lúcia se meteu?
— Está bem — disse ela, intrigada com o que a amiga poderia ter feito.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Cúmplice e o Assassino (COMPLETO)
Mystery / ThrillerCabe ao detetive William Guimarães Silva investigar a morte de Juliet - sobrinha e herdeira do poderoso sr. Augusto Gentil -, assassinada durante um jogo na faculdade com seus amigos. Achando que tinha solucionado o mistério, na mesma noite, descobr...