Capítulo 12 - O depoimento de Lúcia

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O detetive anotou seu nome, Lúcia Batista Clarim, após ela ter dito com sua voz chorosa e baixa.

— Conte o que sabe sobre o jogo, Lúcia.

— Já não contaram?

— Quero SUA versão!

Ela se retraiu um pouco depois da entonação do detetive, por isso, economizou tempo e já foi contando tudo que sabia.

Logo após tomar algumas notas, o detetive a encarou nos olhos e perguntou:

— Quando iam até a FHCE, viu se havia alguém atrás de vocês?

Lúcia pensou por um momento, e disse:

— Não sei dizer. — Havia dúvida em seu olhar. — Ninguém sabia que estávamos indo para a faculdade, então acho que ninguém nos seguiria às cegas.

— Está certo. E você ouviu algum barulho na hora da brincadeira?

Lúcia negou com a cabeça, sentindo um cubinho de gelo imaginário resfriando seu estômago.

— Não, não ouvi.

— Tem certeza? Não ouviu ninguém arrastar uma carteira?

Ela notou certa ironia na pergunta. Ele sabe...?

Seus olhos estavam lacrimosos, queria não demonstrar tanto nervosismo.

— Não ouvi, senhor. — Preferiu dizer.

— Então me explique o que você estava fazendo na sua sala, porque duas pessoas disseram que ouviram alguns ruídos vindos de lá.

Ela cruzou os braços para esconder a tremedeira em suas mãos.

— Eu... tropecei.

Sua mentira estava estampada na cara.

— Você pode estar bem encrencada. Tem certeza de que vai mentir? — E para deixá-la mais encurralada ainda, William inquiriu: — O que Dênis foi fazer em sua sala?

Até onde a verdade poderia me levar? E até onde uma mentira me comprometeria?

— Não sei do que o senhor está falando. — Quase gaguejou ao mentir.

— Não sabe? Então está me dizendo que Dênis não foi até a sua sala?

— Não. – Preferiu negar mais uma vez.

— Então você nega, veementemente, que Dênis tenha ido até sua sala?

O que foi que eu fiz? Poderia ter dito que foi só um beijo...

— Por que Dênis iria até minha sala? Ele não foi.

— Então você saiu! — devolveu William, deixando-a de boca aberta, pois Lúcia não esperava uma especulação dessas. — A Carol, que estava na sala ao lado da sua, disse que ouviu a porta bater de leve, bem de leve, mas ela ouviu. Se ela disse a verdade, e não sei o motivo para que não dissesse, concluo que: se Dênis não foi até a sua sala, você saiu dela. Por isso, você é uma suspeita.

Ela iria dizer algo, mas foi interrompida.

— Quando lhe perguntei sobre Dênis ter ido até sua sala, você sequer questionou se era ele o Assassino do jogo, pois, até onde sei, nenhum de seus amigos sabe que o Assassino era Dênis, isso quer dizer que, de alguma forma, isso não foi surpresa para você. Então, você sabia que Dênis era o Assassino do jogo, estou certo?

Pare, por favor!

Lúcia tomou a pior das atitudes: começou a chorar.

— Fale! — Exigiu o detetive.

Ela não falou. Continuou soluçando.

Lúcia não podia esconder a verdade, William sabia que ela estava mentindo.

William pediu para que ela esperasse um minuto e saiu da sala. Ela ouviu quando o detetive solicitou a um guarda que a levasse a uma sala vazia e a fizesse esperar até ser chamada.

Quando voltou, William a fitou e disse:

— Conversaremos depois.

— Isso não é justo! — Conseguiu contestar, com lágrimas escorrendo pelo rosto enquanto era levada a uma salinha de espera.

Da salinha, ouviu a voz de William:

— Quem é Dênis?

— Sou eu.

— Certo. Quantos ainda faltam? — Faltavam cinco, incluindo Dênis. — Está bem. Você, por favor, venha.



O Cúmplice e o Assassino (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora