O Cúmplice e o Assassino (COMPLETO)

Capítulo 25 - Suposições dolorosas

Em Vila Pequena, Valéria não cabia dentro de si de tanta preocupação e dor. Algo parecia possuí-la, sentia uma angústia enorme. Andava de lá para cá. Seus cabelos brancos eram bem visíveis agora. Já não via o seu filho havia quase um ano, desde quando saíra de casa para se aventurar no mundo. Ela se sentia só e muito preocupada, pois ele deixou de atender suas ligações de forma gradativa. Valéria nem ao menos sabia se ele estava bem.

Toda essa onda repentina de acontecimentos trágicos a fez desabafar com Abilene. Não queria ter contado a ninguém, mas acabou por falar.

Ela estava morrendo por dentro.

Quem está perseguindo a nossa família? O que está acontecendo, meu Deus? Mataram a minha sobrinha que mal conheci, depois meu irmão, e agora o meu filho não responde mais. Mataram ele também? Será que foi o primeiro dessa sequência de assassinatos, e eu nem estou sabendo? Não posso acreditar nisso!

Ela chegou a cogitar até sobre a tragédia que ocorrera com sua irmã, Isadora. Será que foi mesmo um acidente?

A realidade bateu em seu coração como uma baqueta bate num prato de uma bateria. Algo dizia que Valéria seria a próxima.

Quando vierem me pegar, darei tudo de mim. Vou me vingar! Uma mulher aterrorizada seria capaz de fazer qualquer coisa.

Ficou minutos ali, com as mãos no rosto, pensando. Não vira Isadora antes de ela morrer, e não fora ao enterro também... E decidiu que faria a mesma coisa agora. Não queria guardar em sua mente a imagem de seu irmão e de sua sobrinha assassinados. Rezaria para Augusto todas as noites, incluiria o nome de Juliet e o dele junto ao de Ricardo e o de seu filho desaparecido em suas orações.

Ela estava desesperada. A cadaminuto que se esticava, sua cabeça doía e, para completar, Valéria foipresenteada com uma sensação de tontura.