Prólogo

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Um ano antes...

Eva estava namorando um bom rapaz escolhido por sua família. Na época que seriam apresentados, ela pensou em qual década seus pais achavam estar por apresentar um homem para cortejá-la. Cortejar. Essa foi a palavra usada por sua mãe. "Mãe, há uns duzentos anos não se usa essa palavra." Eva disse à mãe revirando os olhos. Mas como sempre sua mãe a convenceu e ela não quis contrariar. Fazia sempre os desejos de seus pais. Quando Eva conheceu Edward Cameron, o achou muito bonito, tinha uma conversa interessante, principalmente quando falavam de política. Eva adorava falar em política e viu em Edward essa oportunidade, pois sua mãe sempre a cortava quando ela falava algo a respeito, dizia que aquilo não era conversa para moças e desandava a falar de moda e fofocas da alta sociedade a qual faziam parte. Seu pai ainda a ouvia, mas suas convicções políticas eram bem diferentes, então para não chatear o pai, se calava.

Edward era carinhoso e respeitador, lhe enchia de presentes e mimos. Eva estava encantada por ele, não apaixonada,5 mas via nele uma saída daquela masmorra de ouro que sua família a impunha, com tantas regras desnecessárias e contraditórias com a época em que viviam.

Certo dia, Edward estava em Camprigde a negócios, uma cidade bem pertinho de Londres. Então Eva resolveu fazer-lhe uma surpresa. A família Cameron tinha uma casa de campo na cidade e certamente, Edward estaria lá. Quando Eva chegou, viu uma cena que a atordoou. Edward estava no sofá da grande sala transando com uma moça ruiva muito bonita e de um corpo escultural. Eva parecia em um mundo paralelo, não conseguiu dizer nada, ficou apenas olhando o espetáculo. Quando a ruiva a viu, gritou e os olhos de Edward foram ao encontro dos seus.

- Eva, eu posso explicar. - Edward foi correndo em sua direção subindo as calças. Eva continuou parada.

- Não há necessidade, Edward. - Eva saiu de seu estado letárgico e o encarou. - A cena já é auto-explicativa. - Deu as costas pra ele e se direcionou à saída. Ele foi atrás dela, segurou-a pelo braço e a conteve.

- Por favor, Eva, me perdoa. Foi um ato falho, foi só essa vez. Ela - apontou pra ruiva. - não é nada pra mim.

- Não foi isso que você me disse nas muitas vezes que transamos. - vociferou a ruiva, Eva riu se achando a maior idiota de todas.

- Solte-me, Edward. - sua voz era incisiva, ele a soltou. - Eu não quero nunca mais ter o desprazer de olhar pra sua cara. - saiu de lá.

Já era tarde e ela estava abalada. Não queria voltar pra casa, não naquele momento. Eva não amava Edward, mas desenvolveu por ele um carinho e uma cumplicidade muito grande. Se sentiu traída não somente por ser sua noiva, mas o considerava um amigo também. Eva começou a zanzar pelas ruas daquela bela e aconchegante cidade.

A cidade era tão linda, parecia que ela estava num conto de fadas. "Conto de fadas! A minha vida não é nem de longe um conto de fadas." Pensou. Foi então que as lágrimas começaram a rolar por sua face. Eva não estava chorando pela traição de Edward. Eva chorava porque não suportava mais a sua vida. Não era aquela vida que ela sonhara, não era aquele protótipo de vida que ela queria.

Já era tarde, foi pra um hotel e resolveu ligar para sua mãe e avisar que dormiria em Camprigde.

- Mamãe, estou em Camprigde ainda, voltarei pra casa só amanhã.

- Eva Reynolds, volte pra casa de seu noivo agora mesmo. - ordenou sua mãe.

- Mamãe, aconteceu algo aqui, amanhã conversamos. - Eva não queria falar o que houve por telefone.

- Eu já soube de tudo. Edward ligou chorando pra cá e pediu mil desculpas. - Eva não podia acreditar no que ouvia.

- Mamãe, Edward me traiu. - tentou se explicar.

O primeiro ministro e eu (finalizado)Onde histórias criam vida. Descubra agora