O primeiro ministro e eu (finalizado)

Capítulo 23 - Eu

Eu passei  a noite em claro, não consegui pregar os olhos. Estava arrasada. Amar o Josh tinha acabado com meu coração, logo eu que evitei me apaixonar a vida inteira fui me apaixonar logo por alguém que jamais daria seu coração pra qualquer outra mulher que não fosse Caroline. 

Caroline! Desculpe ter odiado você, Caroline. Você é a menos culpada nessa história toda. Eu que fui tola ao acreditar que ele também pudesse me amar. Mas eu iria esquecê-lo, eu tinha que esquecê-lo. Agora eu entendo que eu não evitei amar, apenas não tinha aparecido ninguém que fizesse acelerar meu coração. Por que essa pessoa tinha que ser Joshua Style? Não seria mais fácil se fosse Harry Smith?

Os primeiros raios solares surgiram, me levantei da cama e tomei um banho renovador. Arrumei minha mala e saí do quarto. Não queria nem olhar para cara do Josh. Quando chego à sala-de-estar vejo um vovô fofinho que roubou meu coração. Ele me encara com olhos ternos e eu tento sorrir, mas foi em vão, as lágrimas teimosas voltaram. Ele se levanta e abre seus braços. Vou ao seu encontro e sinto um carinho que não sei explicar. Eu queria ficar ali pra sempre sentindo aquele carinho restaurador. Nos afastamos um pouco e nos sentamos.

- Eu estou indo embora, vovô. - falo enxugando as lágrimas.

- Eu espero que você seja muito feliz, Eva. Você é tão doce quanto chocolate. - ri da sua brincadeira.

- Eu adorei te conhecer, vovô. Eu queria te levar comigo. - rimos.

- Nada impede de você voltar pra me visitar. - sorri.

- Será que eu posso?

- Claro, Eva. Eu não sou um velho ranzinza como aquele meu neto. - ri infeliz.

- Claro que não. Se aquele idiota fosse como o meu vovô, eu seria a mulher mais feliz do mundo. - o abracei. - Obrigada por tudo, vovô. O senhor vai ser figurinha garantida pra sempre no meu coração.

- Você também, Eva. Você é a neta que eu não tive. Não abandone esse velho. Volte.

- Volto sim. Olha, tá aqui o meu cartão com meus telefones. Qualquer coisa que o senhor precisar, pode me ligar que eu venho correndo ver o meu vovô. - nossos olhos marejaram.

Nos abraçamos mais uma vez e ele me chamou pra tomar o café-da-manhã mas eu recusei. O vovô disse que o motorista dele me traria de volta a Londres. Quando cheguei em casa, graças a Deus Kim não estava em casa. Como não tinha conseguido dormir, caí na cama e dormi o dia inteiro. Escuto a campainha tocando e amaldiçôo quem veio me acordar. Depois me arrependo. Penso que pode ser Grace e já deve estar sabendo de tudo. Vou toda descabelada correndo, nem olho no olho mágico e abro a porta. Quaso caio pra trás quando o vejo diante de mim. Estou horrorosa. Que vergonha.

- Eva, você consegue se superar a cada dia. - sorri encantadoramente. Como eu queria amá-lo. - Você está mais bonita que antes. - Coloco as mãos no rosto.

- Harry! Estou horrível. Entre.

Entramos e eu pedi que ele se sentasse que eu voltaria logo. Fui pro quarto , tomei um banho rapidinho. Coloquei uma calça moleton e uma blusa de manga comprida colada. 

- Voltei.

- Eu não digo que você se supera? Voltou mais linda.

- Bobo.- tentei sorrir.

- Como foi seu natal? - suspirei.

- Torturante. Penoso. Triste. Preciso dizer mais pra ser compreendida? - ri de mim mesma.

- Nossa! - falou assustado. - Será que isso tem a ver com o idiota?

- Acertou em cheio. - olhei pra baixo.