O primeiro ministro e eu (finalizado)

Capítulo 26 - O primeiro-ministro

Quando a minha Eva me disse adeus, o vazio tomou conta de mim. Eu estava completamente apaixonado por ela. Mas não era simplesmente uma paixão,  era mais forte que isso, era amor. Por que eu não podia dizer isso a ela? Por que aquele sentimento ficava preso na minha garganta? Ah, Eva, quanta falta você me faz.  Como eu nao percebi a tempo que voce era a luz que fazia a alegria dos meus dias? Como eu te deixei ir embora?

Os dias se passavam e a ausência de Eva era cada vez mais sentida, mais doida em meu coração. Fui visitar meu avô e vi uma foto dele com Eva em cima do piano. Eu a peguei e fiquei admirando a mulher que eu tanto amo.

- Ela é linda, nao é? - meu avô disse me surpreendendo com sua chegada à sala.

- Eva é perfeita. - havia tristeza na minha voz.

-Então o que você está esperando pra dizer isso a ela?

- Ah, vovô,  eu nao acho que faria Eva feliz.

- Por que, meu filho? Eva ama tanto você? E eu sei que você a ama. - olho pro meu avô e dou um sorriso triste.

Meu avô me surpreende e me dá um abraço.  

- Você precisa ser feliz, Josh. Voce não pode deixar que seu passado determine o seu futuro. E seu futuro é Eva. Ela é a mulher certa pra você.  Eva é um presente dos céus pra você,  filho.

A tristeza tomou conta mais uma vez de mim. Meu avô estava certo.  Eva era o maior presente que eu poderia receber, eu a amava perdidamente.  Que saudade de me perder naquele corpo, de enebriar-me com o cheiro doce da sua pele. Eu sentia tanta falta do som do seu sorriso, do seu revirar de olhos quando eu dizia algo que ela não gostava.  Passei apenas dois dia com meu avô.  Voltei à Londres e fui até a casa de Eva. Eu já havia mandado Drake descobrir onde ela estava morando com Grace. Não tive coragem de entrar, fiquei esperando em frente e a vi chegar com aquele idiota. Harry Smith estava marcando em cima mesmo. A raiva tomou conta de mim e eu sai dali cantando pneu. 

Eu coloquei uns seguranças para protegê-la, tenho quase certeza que Diana quer fazer mal a ela. Eles ficam a observando de longe, se ela descobre que eu coloquei seguranças a seguindo, ela me mata. Todo dia eles me fazem um relatório. Ela tem ido constantemente a um orfanato e fica lá horas brincando com as crianças, as fotos que eu vi ficaram lindas. Eva esta mais linda que nunca. Eu só não gosto quando ela sai com um idiota que esta apaixonado por ela. Mas o que importa é que Eva me ama, o coração dela é meu.   

Muito tempo havia se passado e eu não conseguia ficar sem pensar nela, no seu beijo, no seu cheiro, no seu sabor.  Fiz um a pequena viagem com Drake a trabalho. Eva acabou ligando pra ele e disse que Mag estava em trabalho de parto. Meu amigo ficou branco de repente, ainda estava cedo mas o bebê se adiantou. Fomos os dois ao hospital. Drake entrou primeiro e eu entrei depois pela porta dos fundos para não chamar atenção. Bati na porta e Eva abriu com um sorriso nos lábios, sorriso que desapareceu assim que me viu. Ela estava mais linda do que nunca.  Nós ficamos um bom tempo calados, até que eu rompi o silêncio.

- Olá, Eva. - ela apenas assentiu e se virou para o Drake.

- Drake, já que você chegou, eu vou embora. Amanhã logo cedo eu volto.

- Certo, Eva. Obrigado por tudo.

- Não precisa agradecer, Drake, foi um prazer.

Eva pegou sua bolsa, se virou mais uma vez pro Drake.

- Tchau. Até amanhã.

Eva se virou pra mim e se despede com o olhar. Eu não disse nada, a vi abrir a porta e sair. Fui atrás dela.

- Eva? - ela parou mas não se virou. Eu fui até ela e fiquei em sua frente, ela olhava pra baixo. - Eu queria conversar com você. - ela me encarou.

- O que você quer conversar, primeiro-ministro? Que não me ama? Eu já sei disso. - fiz menção de falar mas ela não me permitiu.  - Que eu não chego aos pés da sua amada Caroline? Disso eu também já sei.  Que tínhamos apenas um trato de sexo sem amor e que eu não o cumpri? Tudo o que você tem pra me falar, eu já sei. - sua voz era cortante. - Eu não preciso ser mais magoada por você. - seus olhos estavam marejados. - Eu vou te esquecer, Josh. Nem que pra isso eu tenha que arrancar meu coração.

 Eva foi embora sem me dar uma chance de falar. Não tive coragem de me declarar. Alguns dias depois, fui até o túmulo de Caroline, levei rosas brancas. Me sentei na lápide e chorei, por um bom tempo nao consegui dizer nada, apenas chorava. Enfim consegui me recompor.

-Desculpa,  Caroline. Faz tempo que eu não venho aqui e quando venho faço esse papelão.  -  ri sem humor. - Eu vim te pedir perdão,  Caroline, eu acabei me apaixonando por Eva e eu não consigo mais viver sem ela. Eu a amo. Eu amo tanto que a dor de ficar longe dela está insuportável.  O meu peito doi tanto que as vezes eu nao consigo nem respirar. - suspirei resignado. - Por isso eu vim aqui hoje me despedir de você, Caroline. Eu preciso seguir a minha vida, eu te amei muito mas, infelizmente, a nossa história juntos acabou e eu preciso seguir em frente. Eu preciso ser feliz e a minha felicidade é Eva. Desculpe-me. Eu quero muito ser feliz com Eva. Por favor, aprove. E por favor, perdoe-me. De agora em diante, eu preciso te deixar. Eu sei que de onde você estiver, me dará sua bênção porque Eva é uma pessoa maravilhosa.  - me levantei. - Me deseje sorte, minha querida. Hoje falarei com ela. Adeus, Caroline.

Saí dali com o coração leve, eu tinha certeza que Caroline me deixaria ser feliz. Ela que amava e seu amor nunca foi egoísta. Vou correndo em direção ao carro, quero chegar o mais rápido possível ao encontro de Eva. Digo ao meu motorista o endereço de Eva e não consigo conter o riso. Vou dizer que a amo e meu coração quase explode de felicidade. Mas tudo mudou quando recebo um telefone terrível.

- Alô.

- Sr Style, aqui é Margareth, gorvenanta da casa do seu avô.

- Sim, Margareth, o que houve?

- Não tenho uma boa notícia para dar, senhor.

- Fale, Margareth.

- Seu avô... Bem, essa manhã ele demorou a se levantar, então fui ao seu quarto. Sinto muito, senhor. Seu avô faleceu.

Aquilo foi um choque, por mais que eu avô  estivesse velhinho, eu não esperava. Mudei o meu percurso e fui pra casa do meu avô.  Ao chegar lá,  já estava tudo encaminhado. Margareth disse que alguns dias atrás, meu avô deixou- me uma carta. A abri.

"Querido Josh,

  Eu sei que você deve estar sofrendo mas não fique assim. Esse é o curso da vida, meu tempo aqui nesta terra chegou ao fim. Mas eu preciso te dizer algumas coisas. Você não imagina o orgulho que sinto desse meu neto querido. Não porque você se tornou o primeiro-ministro mas porque você é um homem de caráter, um homem que apesar de jovem não se abala com as intempéries da vida. Pelo contrário,  você se ergue e segue em frente.  Por isso, meu neto, siga sempre seu coração.  Não fique preso ao passado. Abra seu coração à mulher que você ama, deixe-a ficar ao seu lado, faça Eva feliz e se permita ser feliz ao lado dela. A vida é só uma, Josh. Não perca sua vida se prendendo ao antes. Viva o agora. Ame agora. Porque senão,  você vai se arrepender por ter deixado a oportunidade passar e o tempo não volta. Você pode pensar que seu avô é velho e não sabe o que diz, mas de uma coisa tenha certeza, eu vivi muito e sei reconhecer alguém de caráter,  sei reconhecer a sinceridade de alguém.  E Eva o ama sinceramente. Não pode haver pessoa mais linda por dentro e por fora que ela. Eva é a mulher certa pra você.  O único desejo do seu velho avô é que você seja feliz. Eu amo você, meu neto. " 

P.S. Eu quero que Eva fique com o piano que foi de sua avó. 

Ao terminar aquela carta, a emoção tomou conta de mim e eu chorei. Chorei porque perdi a única família que me restava. Tive sorte em ter tido a honra de ter aquele grande homem como avô. Meu pai morreu quando eu era ainda muito criança e meu avô foi meu exemplo. Um grande exemplo. Chorei amargamente a sua perda e foi nesse momento que Eva chegou. Seus olhos estavam inchados,  ela não disse nada, apenas me abraçou e choramos juntos.