Capítulo 37 - Eu

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- Olá, Eva.

Aquela voz odiosa soa em meus ouvidos. Ela usa um tom cínico e debochado. Tento me soltar mas estou muito bem amarrada. Ainda estou tonta e meus olhos fecham novamente sem o meu consentimento.

Não sei quanto tempo fiquei desacordada. Sinto água sendo derramada sobre minha cabeça, então abro os olhos.

- Eu não trouxe você aqui pra dormir, sua piranha. - Diana esbraveja.

- Solte-me, sua louca. - minha voz sai num sussurro.

- Se eu fosse você eu escolheria muito bem as palavras. Você está sob o meu domínio, Eva. Eu posso  fazer o que eu quiser com a noivinha do primeiro-ministro. - gargalhou virando a cabeça pra trás.

- Isso é sequestro, Diana. Você será presa.

- Mas antes disso, eu terei o prazer de acabar com você.

Ela se agachou perto de mim.

- Você tem noção do estrago que fez na minha vida? - eu só a encarava. - Eu era a noiva do primeiro-ministro.

- Só de fachada. - ela deu um tapa estralado no meu rosto.

- Eu já tinha tudo arquitetado. - ela se levantou e ficou de costas pra mim. - Joshua se apaixonaria por mim e nos casaríamos. - se virou pra mim. - Mas aí você apareceu e estragou todos os meus planos. Uma vadia que estava transando com o meu noivo. E olha só,  a amante subiu de posto e agora é a noiva dele. Você o enfeitiçou, só pode. Eu sou muito mais bonita que você.

- Solte-me, Diana. Será melhor pra você. - ela gargalhou.

- Eu tomei a liberdade de abrir o seu exame. Ao saber que você estava saindo de um laboratório, eu pensei: Será que o destino vai me presentear e a vadia da Eva Reynolds estará com uma doença terminal como aquela outra? Como era mesmo o nome dela? Ah... Caroline. Mas não. Qual não foi a minha surpresa, você está grávida do meu Joshua. A amante engravidou. - gargalhou. - Isso não pode ficar assim. Esse bastardo não pode nascer. - o medo me tomou completamente.

- Diana, por favor, eu te suplico, me deixe ir embora.

- Você acha que eu sou alguma idiota? Eu disse pra mim mesma que você e Joshua não serão felizes às minhas custas. Você e seu bastardinho vão pro inferno. E Joshua vai se lamentar pelo resto da vida.

- Diana...

- Cale-se. - gritou. - Eu odeio você, Eva Reynolds. 

Diana começou a me chutar bem no ventre. Eu me contorcia de dor. Eu gemia alto mas ela não se compadecia. Eu implorava pra ela parar mas nada a detia. A cada chute ela dizia o quanto me odiava. Eu estava apavorada, ela estava machucando o meu bebê. Novamente apaguei e novamente não sei quanto tempo permaneci assim. Lembro de alguns flashes. Lembro de sonhar que Josh estava vindo me salvar. Mas apagava de novo e ao acordar me encontrava no mesmo lugar.

Acordei com dores fostíssimas em meu ventre. Eu estava no escuro e morrendo de frio. Eu pedia a Deus pra me tirar dali, pra salvar meu bebê. Eu ficava nessa intercalada de apagar e acordar. E sonhava sempre com Josh me tirando dali.

Mais uma vez acordo com água sendo jogada em mim.

- Ai, Eva, se Joshua visse como você está agora certamente sairia correndo. - gargalhou. - Você está pavorosa.

Eu não tinha mais força pra falar. Eu tremia de frio e sentia dores horríveis no ventre. Ouço um celular tocando.

- Olhe, Eva. É o nosso primeiro-ministro. - ela riu. - Olá, querido Joshua. Que surpresa a sua ligação.

O primeiro ministro e eu (finalizado)Onde histórias criam vida. Descubra agora