O primeiro ministro e eu (finalizado)

Capítulo 5 - O primeiro-ministro

Eu não estava suportando vê-la dançar com aquele idiota, eu a tinha dispensado hoje justamente porque eu sabia que esse imbecil estaria aqui. E o que acontece? Eva vem com esse tal Richard. Drake tinha me dito que ela tinha ficado decepcionada quando disse que ela não precisaria ir à festa, mas era melhor vê-la decepcionada que dançando com outro.Tentava parecer que estava muito bem porque além de eu ser uma figura pública, estava também com o rei da Espanha. Meus problemas particulares não eram culpa de ninguém. 

Problemas particulares? Que problemas particulares? Eu só podia estar ficando louco. Eva não era nada minha, apenas minha assistente. Por que ela com outro estava me incomodando tanto?

Cheguei ao meu limite, mandei Drake chamá-la, fiquei esperando por ela numa sala resevada. Quando ela entrou senti seu perfume, aquela mulher ainda me deixaria louco. Num primeiro momento que a senti na sala, a raiva toda que estava sentindo se dissipou. A vi tão linda, tão iluminada de uma beleza que ía além da física.  Minha raiva voltou quando a perguntei por que ela estava lá. Ela empinou aquele narizinho lindo e me respondeu sem medo, sem nem pensar que eu era seu chefe, que eu era o primeiro-ministro. 

Ah, como eu adoro isso nela, essa confiança, esse destemor. Respondeu que foi convidada. Claro que eu sei disso, Eva. Você está aqui com aquele idiota, pensei. A mandei embora e ela disse não estava lá como minha empregada mas como acompanhante. A raiva me deixou, cego, me deixou louco. Aquele maldito Richard Taylor a estava segurando na dança e eu que queria fazer isso. Ela estava rindo pra ele e não pra mim.

Ela deu as costas pra sair da sala, ainda a chamei mas algum maldito abriu a porta e me interrompeu. Era a rainha Letícia que se confundiu com o toilet. Eva educadamente disse que a conduziria. Fiquei com cara de tacho, tinha sido rude com Eva sem motivo algum. Ela deveria estar me odiando. Será que ela pediria demissão? Voltei pro salão e tentei parecer, mais uma vez, que estava bem. Graças a Deus, Diana se levantou da mesa e foi não ouvi pra onde. Não suportava nem a voz daquela mulher. Algum tempo depois vi Eva chegar ao salão com a rainha, as duas se abraçaram e seguiram a direção de suas respectivas mesas.

Foi só Eva sentar e aquele idiota a chamou pra dançar. Ficaram todo o tempo assim. Fui embora e os dois ainda estavam na pista de dança. Fui pra casa com muito ódio. Fiquei andando de um lado pro outro só pensando em Eva. Não resisti, peguei o carro e fui até a casa dela. Parei a uma certa distância e a vi chegar com o Richard Taylor. Ele a acompanhou até a porta e tentou beijá-la. Bati várias vezes no volante com muito ódio. Mas ela não o deixou beijá-la. Um alívio percorreu todo o meu corpo. Aquele imbecil foi embora com o rabo entre as pernas e ela entrou.

Fui pra casa e não parava de pensar nela. Na minha Eva. Deixe de ser maluco, Joshua. Ela não é nada sua. Naquela noite tive um sonho. Caroline estava aos prantos, eu tentava consolá-la mas ela me enxotava de perto dela. Acordei num sobressalto. Eu estava errado, disse a mim mesmo que jamais me apaixonaria novamente. Eva não era nada além de minha assistente. Graças aos céus só a veria dois dias depois. Com certeza aquele incômodo passaria.

No dia que estava previsto que Eva voltaria ao meu gabinete, eu estava nervoso. Fiquei apreensivo que ela pedisse demissão devido ao meu comportamento infame. Estávamos numa reunião e ouvimos vozes exaltadas na ante-sala. Drake foi ver o que se passava. Depois entrou com Diana, dispensei todos e ficamos só nós três.

- O que está acontecendo? Aliás, o que você está fazendo aqui, Diana? Você sabe muito bem que só é pra vir aqui quando eu chamar. - falei irado.

- Eu sei. Mas era urgente. Aquelas duas idiotas me trataram com se eu fosse uma ninguém. A imbecil da sua secretária não me deixou entrar.

- Claro que ela não deixaria, está cumprindo órdens.