O primeiro ministro e eu (finalizado)

Capítulo 44 - Eu

Eu estava extremamente agradecida por nada de grave ter acontecido ao meu Josh. Chegamos em casa e os dias transcorriam normalmente,  mas aquelas palavras de Josh em relação à Harry martelavam em minha cabeça.  Eu precisava conversar com ele, mas não queria procurá-lo e reacender o ciúme em meu amor. Para meu querido amigo, eu já havia sido clara como água cristalina que amava o Josh mas parece que ele não tinha me dado ouvidos. 

Até que uma noite levantei da cama sem conseguir dormir depois de um pesadelo com Diana. Fui a cozinha,  tomei quase um litro de água e em seguida fui à sala de televisão, sentei-me no espaçoso sofá com o controle remoto na mão.  Fiquei passando os canais até que deparei-me com uma figura conhecida: Harty Smith. Parei e fiquei assistindo à entrevista. "Então quer dizer que o senhor pretende, de fato, ingressar na carreira política e dar continuidade ao legado de seu avô?", perguntou a repórter. " Sim, claro. Meu avô é meu exemplo e me sinto extremamente honrado em seguir seus passos. ", Harry repondeu com um orgulho evidente.  Sorri ao achar lindo o amor que existia em cada palavra dele. "Mas, sr Smith, falando do acontecimento recente que quase culminou na morte do primeiro-ministro,  o que o senhor tem a dizer sobre o caso?" O semblante de Harry mudou drasticamente, seu olhar escureceu e abriu um sorriso cínico. Aquele não era meu amigo Harry, eu não o estava reconhecendo. "Quase culminou na morte foi um grande exagero, senhorita. Até onde eu sei, foi apenas um tiro no braço.  Mas, quanto ao fato, o que tenho a dizer é que o primeiro-ministro não fez mais que a sua obrigação.  Ele levou a srta Reynolds a ficar no meio de uma guerra entre ele e sua ex-noiva ensandecida. Óbvio que ele tinha que proteger a mulher que ele mesmo levou ao perigo." Harry pronunciou cada palavra com fúria.  "Sr Smith,  se o primeiro-ministro o escuta, não sei não", brincou a repórter.  "Se o primeiro-ministro me escutar, tenho certeza que concordará comigo." Sorriu ele. "Sr Smith,  o senhor , creio eu e todas as mulheres que estão nos assistindo,  faria o mesmo por sua amada. Se jogaria na frente dela pra livrá-la de uma bala." Ele deu um sorriso irônico. "Eu certamente não faria o mesmo porque eu não colocaria a mulher que eu amo em um perigo desses." A repórter abriu a boca num O demonstrando seu espanto com a resposta. "Seu coração já tem dona, sr Smith?" Ele riu olhando pra baixo e alisando sua barba for fazer, depois encarou a câmera.  "Tem dona sim mas ela é muito teimosa e não percebeu ainda que eu sou o melhor pra ela." A repórter gargalhou. "Certamente é uma louca." Desliguei a televisão possessa com Harry.

Fui pro quarto mas não consegui dormir. Precisava urgente falar com Harry e pedir que parasse com tais coisas. Precisava dizer mais uma vez que eu amava o Josh e era com ele que eu iria me casar.

Como era fácil de imaginar, não dormi mais naquela noite. Vi os primeiros raios solares entrarem pela janela àquela manhã.  Olhei pro meu amor e o vi tão alheio a tudo o que se passava em minha alma, tão lindo dormindo. Sorri ao constatar que aquele homem deitado ali era meu.

Levantei da cama, fechei as cortinas pra ele dormir mais, me arrumei e liguei pra Mag. Sabia que ela estava acordada porque ela levantava cedo porque era adepta do Yoga nas primeiras horas da manhã.  Ela atendeu ao primeiro toque. 

- Oi, Eva. Aconteceu algo? - sua voz era ansiosa.

- Nao, Mag. - sorri.- Mas preciso de sua ajuda. Posso ir aí te pegar agora?

-Venha. Vou tomar um banho rapido e te espero.

-ok. Beijo.

- Beijo.

Desliguei o telefone e liguei em seguida pro Harry pedindo aos céus que ele estivesse acordado. Meus pulmões estavam cheios de ar. Ao ouvir a voz de Harry, soltei o ar aliviada.

- Eva, minha linda, a que devo a honra dessa ligação tão cedo? - falou todo entusiasmado.

- Precisamos conversar. - falei séria.