Quando Você Apareceu

4° Capítulo

Pessoas. Há pessoas que entram na sua vida, há pessoas que saem da sua vida. Há pessoas que ficam pouco tempo na sua vida, e nesse pouco tempo, já mudam praticamente o rumo dela, seja para melhor ou pior.

Há vários tipos de pessoas. Há pessoas que sempre irão te ajudar. Há pessoas que sempre vão estar do seu lado. E são esses tipos de pessoas que você pode chamar de amigo.

Porém, há também aquelas que sempre tentarão te deixar para baixo, que irão fazer de tudo para que você não vença. E são esses tipos de pessoas que você pode chamar de desafio.

--Grace, pode fazer um último favor antes de ir.

--Claro.

--Pode dar uma olhadinha no senhor Miller.

--Pode deixar.

Vou até o quarto de Nathan, quando abro a porta, posso ver que está dormindo. Parece tão calmo, ao contrário de como é quando está acordado.

Puxo a cadeira e começo a escrever em sua ficha.

--Olha só quem veio me ver...-- ele diz com a voz um pouco rouca.

--Nathan, que bom que está bem. Por que não me dis...

--Posso dizer minha proposta?

Suspiro meio irritada.

--Pode.

--Quando eu sair vivo daqui, eu vou te levar para jantar.

Eu não respondo.

--Até amanhã Nathan.

Me levanto da cadeira, mas Nathan segura minha mão com a sua. Me lembro do sonho que tive. Ele parecia tão surreal para mim, mas agora que sinto seu toque, parece apenas uma lembrança.

--Grace.

--O que foi?

--Obrigada.

--É só o meu trabalho.

Saio do quarto. Bato meu ponto de saída e vou direto para casa.

Chego em casa, tomo banho, preparo um macarrão e dou comida à Pippa. E finalmente vou para cama.

Acordo por volta das duas da tarde. Olho para Pippa, seus pelos estão ficando muito compridos.

-Você precisa ir ao veterinário.

Pego Pippa, e a levo de carro até o veterinário.

Aproveitei o tempo em que ela estava lá e almocei em um restaurante. Termino meu almoço, pego Pippa, e voltamos para casa. Chego bem na hora que o telefone toca.

--Alô?

--Olá Grace, eu sei que hoje é seu dia de folga, mas o precisamos de você aqui. É uma emergência.

--Mas não há outro enfermeiro aí?

--Tem, mas ele quer ver você. --um calafrio percorre meu corpo.

E quando ela diz ele penso em duas pessoas. Ou é meu chefe, ou é Nath... Para de pensar nele, pelo amor de Deus.

--O chefe quer fa...

--Olha, não temos tempo Grace, precisa vir aqui. --alguma coisa estava estranha em sua voz, parecia que estava me escondendo alguma coisa.

--Okay, estou indo.

Chego no hospital o mais rápido. Entro pela emergência e posso ver Meredith acenando.

--O chefe está no escritório dele?

--Quem? Não! Não é ele! É Miller! --ela da uma risadinha cúmplice.

--O que?

--Rápido Grace!

Dou minha adorada corridinha até o quarto de Nathan. Abro a porta e vejo a luz de emergência acesa. Quando as pessoas precisam de ajuda, elas apertão um botão e a central pede para algum enfermeiro de plantão vir socorrer.

--O que houve?

--Grace! --ele estava de pé na cama segurando o travesseiro sobre a cabeça como se fosse uma criança que está brincando de guerra de travesseiros. Há alguns enfermeiros ao lado da cama, prováveis alvos de Nathan.

--Você está bem?

--Você é um colírio para meus olhos sabia Grace? Essa cantada é antiga, mas eu gosto dela.

--Nathan! O. Que. Houve? --digo brava.

--Me desculpe te tirar do seu dia de folga, mas eu só queria te ver. Talvez amanhã eu não esteja mais aqu... --fala se deitando.

--Espera! Me chamou até aqui só porque não aguentou esperar até amanhã?

--Ah, eu estava com saudades das suas broncas.

--Nathan, eu não acredito que você fez isso. --não posso acreditar nos meus ouvidos.

--Grace.

--Nathan, você passou dos limites.

Nathan segura minha mão como das outras vezes, porém dessa vez seu tronco se levanta. Me deixando cara a cara com ele. Seus olhos são realmente muito bonitos, devo admitir. Foco. Ele te tirou do seu dia de folga!

--Grace.

--O que?

--Grace, eu vou te levar para jantar. Mesmo que tenha que te sequestrar.

--Nathan. --Retiro sua mão do meu rosto e me levando.-- Eu não me envolvo com pacientes.

--Mas quando eu sair daqui não vou mais ser seu paciente.

--Se não precisa de nada, realmente, eu vou embora. Até amanhã, senhor Miller.