30° Capítulo

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Ter fé.

Ter fé implica acreditar em coisas das quais não podemos ver, porém, conseguimos sentir. Como o ar, não podemos enxergar, mas podemos sentir.

Eu tenho fé em muitas coisas, uma delas é no amor. Tenho fé de que o amor pode curar todas as coisas, que pode salvar vidas e mostrar a luz à quem está perdido.

Olhando todas as coisas pelas quais passei ao longo desta vida, posso afirmar que encontrei alguém que também tem fé no amor. E eu agradeço ao destino, ou céus, ou quem estiver no comando, por isso.

Com o passar do tempo, todas as tentativas de engravidar foram falhas, e todos os negativos no exame me deixavam cada vez mais triste, e o mesmo acontecia com Nathan.

Depois de alguns anos tentando, decidimos não pensar mais nisso, não ficaríamos mais nos torturando por não conseguir um filho.

Havíamos nos inscrito no progama de adoção, porém o processo dura anos e nós havíamos esquecido completamente dele.

-Petros vem jantar hoje. -digo a Nathan pelo telefone.

-Como eu me esqueci?! -ele bufa irritado do outro lado- Eu vou sair mais cedo para ajudar você.

-Muito obrigada. E lembre de pegar a sobremesa naquela loja...

-Claro, tenho que desligar, amo você.

-Eu também. -e desligo.

Petros havia formado uma família como sempre quis, ele e Alison se casaram e logo tiveram gêmeos. Confesso que senti uma leve pontada de inveja, mas eu agora eu tinha aceitado, estava tudo bem.

Saí da casa de repouso e fui para casa, arrumar as coisas para a janta.

Enquanto preparo a torta de maçã, escuta a campainha tocar. Olho para minhas mãos cheias de massa e reviro os olhos. Lavo e vou atender a porta.

-Boa tarde, como vai, senhora Miller? -ele estende a mão e eu o cumprimento- Eu sou Evan Willians, do progama de adoção. O caso de vocês foi aprovado, precisamos que venham você e seu marido para oficializarmos. Parabéns!

Pego o formulário de suas mãos, fecho a porta e caio no sofá.

Conseguimos.

Minhas mãos tremem, pego o telefone de cima da mesa e ligo novamente para Nathan.

-Conseguimos. -é a única coisa que consigo dizer.

-O que? Do que está falando?

-Fomos aprovados...  Somos quase... Pais.

-É maravilhoso! Eu estou saindo do trabalho, te vejo em dez minutos, precisamos comemorar! -ele estava eufórico, podia ouvir seu desespero em pegar as coisas e correr para a saída.

...

-Quer dizer que vocês foram aprovados? -diz Petros, tão feliz quanto o irmão.

-Sim! Você vai ser tio! E vocês vão ter um priminho ou priminha. -falava Nathan, brincando com Alex e Mike, os gêmeos.

-E como está se sentindo, Grace? Ansiosa? -perguntou Alison, me ajudando com as batatas.

-Muito! Estou com frio na barriga desde que recebi o formulário. -digo, mexendo no fogão.

...

O jantar estava pronto, todos estavam comendo e conversando sobre alguma coisa divertida, menos eu. Estava assustada de mais para conseguir prestar atenção.

-Amor, você está bem, não falou quase nada durante o jantar. -falou Nathan, se virando para mim.

-Estou bem, só...  Nervosa.

Ele me sorri e silaba que tudo vai dar certo.

-Vou pegar a torta! -anuncio e os garotos batem com seus talheres na mesa dizendo "queremos torta" repetidas vezes.

Pego a torta do forno e a coloco na mesa. Todos esticam seus pratos automaticamente e sirvo.

-Mais, tia Grace. -pede Alex. Sorri ao lembrar que em pouco tempo serei chamada de mãe.

Todos terminam a sobremesa e os meninos vão jogar vídeo game e nós duas vamos conversar na sala.

Alison não supria o vazio que Meredith deixou, mas era uma ótima amiga, conversávamos sobre tudo.

-Grace... Temos um assunto sério para conversar. -Diz ela, se sentando no sofá.

-Qual? -pergunto curiosa.

-Quantos meses? -ela fala, como se eu soubesse do que estávamos falando.

-Do que você...?

-Ora vamos, eu reconheço uma mulher grávida de longe.

-Não estou grávida, Alison. Nós vamos adotar uma criança, acho que não entendeu.

-Entendi sim. Parece que você que não entendeu.

Conversa de loucos? Do que estávamos falando?

-Bom, eu não quero apressar as coisas, mas quando fizer o teste me avise.

...

Alison estava louca, completamente!

Depois que todos foram para seus respectivos quartos, olhei para a gaveta de remédios.

Não. Isso não está acontecendo de novo. É psicológico! Não estou grávida.

-É psicológico, não é? Vou fazer o teste e provar que não estou grávida. -digo, dando de ombros.

Pela primeira vez, eu não estava preocupada com o resultado. Deixei o teste agindo enquanto lavava as mãos.

Nathan bate na porta e entra, pendurando sua toalha. Pega um sabonete novo e olha de soslaio para o teste.

-Não se preocupe, é apenas para provar à Alison que não estou grávida. -Digo.

-Ainda bem que você não apostou nada. -ele diz, pegando o teste.

-Como?

-Está grávida. Conseguimos! De novo!

-Me dê isso aqui. -pego o teste de suas mãos e observo aqueles dois tracinhos vermelhos.

-Não acredito!
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♡ Esperem pelo prólogo ♡

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