9° Capítulo

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Ás vezes, a vida faz com que você queira desistir de tudo. Jogar tudo pelos ares. Abandonar tudo o que conquistou até agora.

Mas você não pode fazer isso, você tem que ser forte o bastante para aguentar. Você tem que passar por cima de todas e qualquer dificuldade. Você não pode desistir, nunca.

Você tem que ser forte, o mais forte que conseguir ser. Eu lhe garanto que você não se arrependerá.

--Nathan, Nathan! Não. Não!

As palavras que Nathan escreveu na carta ficaram rodeando minha cabeça. Eu vim até aqui, não que fosse muito longe, mas eu quero ajudar. Não vou me dar por vencida, se é isso que ele acha que vou fazer.

Desci do beliche e comecei a procurar por Nathan. Apenas encontrei Philipe.

--Grace, eu...

--Onde eles foram? Para onde?

--Eu não sei!

--Não me venha com essa! Onde eles estão? --eu disse, um pouco agressiva de mais, meu milagre havia me abandonado e eu não tinha tomado café.

--Grace, Nathan me pediu para guardar segredo, é para sua própria segurança.

--Você não está entendendo. Eu preciso saber.

--Sente aqui, coma e depois conversamos. Nathan me pediu para que eu cuidasse de você enquanto estivesse aqui. Ele me pediu também para que te levasse em casa.

--Eu não vou comer e não vou à lugar nenhum até você me dizer aonde eles estão.

--Sente-se e eu contarei o que eu posso.

Respirei fundo e me sentei. Philipe limpou a garganta antes de começar a falar.

--Olha Grace. O que Nathan e Petros vão fazer é perigoso. Eles vão encontrar os caras, sabe? Os mafiosos. Eles estão com escutas, e vão fazer o possível para que os caras confessem. E se der certo, se eles sairem de lá vivos, vão provar a inocência de Petros.

Era um plano arriscado, e eu podia sentir a tensão na voz dele enquanto falava.

--Nathan se preocupa muito com você, e eles não querem que você se envolva nisso porque se os mafiosos descobrirem você, eles vão pegar você e assim o plano deles não vai funcionar.

--Entendi. Mas eu quero ajudar. Eu posso falar com meu pai, ele é dele...

--Delegado. Nathan me falou. --ele riu-- Olha, ele me deixou isso aqui. Ele disse que é um presente de aniversário.

É uma tulipa, uma tulipa de Origami. Nathan lembrou. Olhei-a e sorri. Ele diria já que não gosta de se envolver com coisas que sabe que não vão durar.

Nathan. Eu vou te ajudar, eu prometo. Eu vou fazer alguma coisa.

--Philipe, eu tenho que ir para casa. Agora.

--Tudo bem, mas prometa que não vai procurar Nathan, é perigoso...

--Demais, eu sei. Prometo.

Cruzo os dedos em segredo. Um ato infantil, talvez. Philipe insistiu que eu comesse algo antes que fosse embora.

Comi, arrumei minhas coisas e fomos até a estação de trem com seu carro. Comprei meu bilhete. Já estava vendo o trem. Que sorte.

--Obrigada, mesmo. Por tudo.

--Tudo bem. Se cuide, Nathan precisa de alguém que cuide dele.

Apenas sorri. Embarquei, me sentei na janela e comecei a pensar em um plano.

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