21° Capítulo

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"Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o que poderíamos ganhar, por simples medo de arriscar." -Shakespeare, William.

"Não deixe que o medo de errar impeça que você jogue." -A Nova Cinderela.

"É preciso correr riscos. Só entendemos o milagre da vida quando deixamos que o inesperado aconteça." -Coelho, Paulo.

Você disse que não ia cair. -disse zombando.

-Anda logo e me tira daqui.

-Sim futura senhora Miller.

Quando chegamos no final do duto, Petros nos ajudou a sair, então corremos de volta para nosso quarto no abrigo.

-Eu estava quase indo por aquele duto e puxando vocês, estavam demorando... -Petros disse preocupado.

-Grace, você está bem? Se machucou? -Nathan tocava em mim procurando algum machucado, porém, eu só tinha  algumas escoriações da queda. -Como eu pude deixar você entrar lá? Podia ter sido pega? Eles podiam ter... -Nathan estava visivelmente uma pilha de nervos, andando de um lado para o outro do quarto.

-Nathan! Eu não me machuquei, ninguém me pegou, eu até conse...

-Você teve muita sorte de não ter sido pega. Eu na...

-NATHAN! Você vai sentar aqui e vai ouvir o que eu tenho para dizer! -ordenei. Petros, que estava no tapete olhando a planta, se assustou e fez um gesto para o irmão dizendo que era melhor ele se sentar. -Ninguém mais precisa entrar pelo duto.

Então tiro do meu bolso todas as escutas. Nathan paralisa ao ver os aparelhos e Petros faz o mesmo.

-Era isso que faltava! Nathan! Só falta Ambrogino abrir a boca e está feito! Não vamos mais ser fugitivos. -Um brilho ascendeu nos olhos dos dois, um brilho não, uma chama de esperança.

...

-Vamos espiar até termos certeza que Androgino está lá e então atacamos. -Explica Nathan.

-Atacamos? -Pergunto sarcástica.

-Está sentindo esse cheiro? Acho que é... Sarcasmo. -Zomba ainda mais o irmão mais velho.

-Podem até tentar, mas hoje eu estou de bom humor, e os vossos sarcasmos não vão me irritar.

Petros e eu nos entreolhamos por um segundo então começamos a rir.

-Podem rir... "Riam na cara do perigo." -Cita Rei Leão. Realmente, hoje ele está de bom humor.

Volto minhas atenções para o prédio a nossa frente e vejo o carro de Ambrogino, um conversível antigo com uma bandeira da Itália, entrar na garagem.

Hora da verdade.

Saímos do banco e entramos no estacionamento exatamente como da última vez.

-Liguem as escutas. -sussurra.

-Aquele velho babão não consegue fazer nada sem mim. Idiota. Quero ver o que ele vai fazer quando eu tomar lugar dele... Sim, a filha dele? Sei quem é... Ainda não decidi o que vou fazer... Tenho negócios a tratar agora. - Alonzo desliga o celular e entra no elevador.

Os irmãos se olham como se fossem duas crianças tramando um plano. E era basicamente isso que eles estavam fazendo.

-Grace, eu e meu irmão vamos entrar no apartamento, por favor, fique do lado de fora. Se eles nos matarem, pelo menos ainda teremos você. Não vou deixar que eles matem você.

-Não diga isso... -falo brava. Não consigo nem pensar na possibilidade disso acontecer.

Nathan percebe minha irritação e me abraça tentado me acalmar. Nathan tem o duplo poder de me acalmar e me animar ao mesmo tempo. Por mim, eu ficaria naqueles braços para sempre.

Subimos as escadas, então nos despedimos ali. Abracei Petros fortemente e desejei boa sorte e repeti o ato com Nathan.

-Boa sorte. -digo ainda abraçada.

-Quando eu for um homem livre, ainda vou te levar para jantar. -fala, e depois me beija como se fosse a última vez, espero que não seja.

Os dois então abrem a porta da escada e caminham até a última porta do corredor. Por um momento, os dois se entreolham e Petros finalmente bate na porta. Quando a porta se abre, os dois são praticamente puxados para dentro do apartamento.

Escuto passos subindo e me desepero por um segundo, num impulso abro a porta da escada e tento sair porém alguém me puxa de volta.

-PAI?

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