25° Capítulo

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Surpresas talvez sejam melhores que promessas.

Andava de um lado para o outro. Estava neste ciclo há, pelo menos, dez minutos.

-Assim você vai furar o chão! Ainda falta muito tempo, nem sei porque se arrumou tão cedo... -falava Meredith.

Eram apenas sete horas e eu estava pronta. O jantar começaria às nove. O tempo não passava e isso me deixava mais nervosa ainda.

-CÉUS! Fala alguma coisa para que eu me distraia! -gritei para minha amiga, ela estava concentrada de mais em seu celular.

-O que disse? Ah, sim. Eu estou arrumando um encontro para um amigo... -digitava no celular freneticamente. -Você não vai acreditar quem...

-Meredith eu estou quase em prantos! Não me venha com suspense agora!

-Pertos. No dia que você recebeu o convite, ele me viu e veio ver como eu estava. Muito educado da parte dele. Bom, indo direto ao ponto. Estávamos conversando quando ele viu uma voluntária que estava montando um trenó e ficou encantado. E como sou uma ótima amiga, prometi que eu iria arranjar um encontro para ele. Fim.

-Desde quando vocês são amigos? Quem é ela?

-Desde que seu pai me envolveu naquela bagunça. Nos falamos na delegacia e trocamos os telefones. Ele é um homem muito legal, sabia? Ele é do tipo Fera, da Bela e a Fera. Durão por fora mas gentil por dentro.

-Me parece que é você quem queria ter um encontro com ele... -falo me jogando na cama.

-Ele é só um amigo. Além do mais, já arrumei o encontro com Helena.

-Eu também era "só amiga" do Nathan...

-Pare já com isso! Não há nada entre nós e fim da história. Nem sei porque te contei isso.

...

08:40 PM

-ESTOU ATRASADA! -grito para o elevador, como se isso fosse funcionar.

-Para de gritar, você vai acabar assutando os vizinhos. -fala Meredith fechando a porta de seu apartamento.
-Desculpe. Mas ainda continuo atrasada. -digo, começando o ciclo de andar de um lado para outro de novo.
-Minha tia dizia que fazer isso é pernicioso.

Finalmente entramos no elevador. Minhas mãos suavam como nunca, eu estava nervosa, muito nervosa. Olhava o letreiro do elevador, como essas coisas podem ir tão devagar?

Ao sair do prédio, sou arrebatada com mais um desastre. Neve. A previsão disse que não ia nevar! Tudo está péssimo! Meu cabelo não fica na lugar que deveria ficar, meu salto esta incomodando meu pé, meu vestido é fino demias para está época do ano e agora isso. Neve! Muito obrigada Murphy, por sua maravilhosa lei.

"Se algo pode dar errado, dará."

Entro no carro e esfrego as mãos numa tentativa falha de me esquentar. Ligo o aquecedor no máximo. Sabe a sensação de que vai acontecer alguma coisa então você só espera. É péssima.

Quando você quebra algum prato da sua avó e espera pela bronca que ela vai te dar quando chegar. É exatamente isso.

...

-Grace, agora é com você. Boa sorte.

Abri a porta do carro. Onde estava ele?

Na minha cabeça, eu sairia do carro,  ele viria até mim e me daria um leve beijo em minhas mãos como um cavalheiro. Caminharíamos até nossa mesa e ele faria alguma de suas cantadas ou me elogiaria e eu o elogiaria de volta.

Mas ele não estava lá. Dei meu nome ao recepcionista e caminhei até a mesa. A decoração estava linda. As luzes amarelas combinavam perfeitamente com os laços vermelhos e com a toalha de mesa. Os detalhes dourados na mobília de madeira eram um espetáculo! Tudo estava perfeito, mas nada tinha sentindo sem ele.

Olhei a neve pela janela, algumas crianças faziam bonecos, outros simplesmente de jogavam na neve e faziam um anjo de natal abrindo os braços e as pernas.

-Senhorita, por favor me acompanhe. -disse o garçom, me acordando de meu devaneios.

Levantei e o segui até o coração do restaurante, onde o pianista se preparava para tocar outra música.

-Quero agradecer à Nathan Miller, por ter me dado essa honra de tocar em seu... -ele para de falar e olha para alguém. -Quase que estrago a surpresa. Bom, Grace Walker, esta é em sua homenagem.

Então começa a tocar City of Stars.

Onde ele está?

Alguém chega por trás e coloca suas mãos geladas em meus olhos.

-Nathan!

Tiro suas mãos e o beijo. Como senti falta disso.

-Desculpe por não tê-la recepcionado, mas houve um...  Problema com uma...  Encomenda. -ele está gaguejando. -Agora que a encomenda finalmente chegou...

-Nathan, você não está bem. Está se enrolando com as palavras, você não é assim.

-Estou muito bem... Agora, me deixe terminar antes que eu perca a coragem.

Coragem? Para que ele precisa de coragem?

-Grace Walker, você poderia me dar a honra de ser minha esposa?

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